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ção. Efectivamente, o movimento Desporto para Todos já transita em pelo menos<br />

50 países, sob diversas denominações e versões, devendo estar implantado<br />

em cerca de 100 países no início do século XXI, segundo projecção de J. Palm da<br />

Confederação Alemã dos Desportos (8). Para estas condições, a expansão é<br />

menos importante do que o sentido de renovação. [...] Progressivamente, a experiência<br />

ajustou-se ao fenômeno social da crescente demanda desportiva<br />

e recreativa que se tem verificado na Europa e virtualmente em todo o mundo. Na<br />

essência, estes pioneiros da actual Desporto para Todos, conforme análise por<br />

nós publicada em outra oportunidade (9), inverteram as relações desportivas<br />

tradicionais: as actividades passaram a ajustar-se à autonomia dos praticantes,<br />

antes sujeitos a um processo implícito de mobilização, seleção e exclusão da<br />

maioria. Daí variedade da oferta de jogos e exercícios simplificados e ajustáveis<br />

a diferentes pessoas, grupos e comunidades, que o Desporto para Todos passou<br />

a exibir durante a sua evolução.<br />

REVISANDO O PASSADO<br />

Se buscarmos os origens históricas da demanda das actividades físicas, deparamos<br />

com circunstâncias que podem dar significado mais abrangente do que as<br />

superficiais e imediatas interpretações e postulações do marketing. Nestes termos,<br />

Jean Verdon relatando sobre actividades de lazer na Idade Média, relaciona<br />

o homem, neste período, ainda (10). Este mesmo<br />

autor descreve centenas de festividades, jogos e actividades físicas durante os<br />

dez séculos da França medieval, de modo a nos indicar que havia maior<br />

fecundidade e variedade neste estágio histórico do que nos subseqüentes.<br />

Significativamente as actividades de lazer eram de íntima convivência comunitária,<br />

tanto por influência da Igreja como pela carga reduzida de trabalho no<br />

campo e nos burgos, estimada por Verdon como de 4 a 5 dias por semana (11). A<br />

famosa gravura do pintor holandês Brueghel do século XVI, denominada de >, oferece indícios valiosos desta verdadeira culminância da participação<br />

comunitária em actividades de lazer: cerca de 80 alternativas de movimentação<br />

lúdica e agonística são retratadas de maneira a se observar o grau de<br />

complexidade, o uso de implementos, a localização, o número e tipo de participantes,<br />

as regras, etc., sempre referidas a um contexto de relacionamento grupal,<br />

incluindo adultos, jovens e crianças (12).<br />

Desde a obra clássica de Johan Hiuzinga publicada em 1938, ,<br />

a interpretação das actividades lúdicas relacionou-se com a cultura de modo<br />

irreversível. Daí o notável avanço das actividades de lazer no período medieval<br />

– comparativamente aos nossos dias – ter encontrado a apropriada compreensão<br />

histórico-filosófica. Efectivamente, Huizinga coloca em evidência o jogo<br />

não com parte mas confundindo-se com a própria cultura (13).<br />

110 Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo

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