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construiu uma realidade essencialmente técnica, mecânica, artificial. Vivendo o<br />

tempo dos objetos técnicos, produzidos continuamente por novas máquinas e<br />

novas tecnologias, que exigem cada vez mais, formas reduzidas de motricidade,<br />

fragmentando-o e desumanizando-o. Respondendo a interesses de um determinado<br />

modelo capitalista (urbano-industrial) de existir, o tempo, os espaços, o<br />

trabalho, os gestos, as relações, as idéias, colhem igualmente os efeitos dessa<br />

desnaturalização. O ambiente se compartimentaliza, se isola, se subdivide, tornando-se<br />

apenas “meio”. Homem – Natureza deixam de existir/ser um Todo.<br />

Por que isso ocorreu dessa forma? Podemos indicar o fato da racionalidade<br />

constituir uma das partes dessa natureza do Ser Humano e, “como seres humanos,<br />

amoldamos nosso meio ambiente com muita eficácia porque somos capazes<br />

de representar o mundo exterior simbolicamente, pensar conceitualmente e<br />

comunicar nossos símbolos, conceitos e idéias”(CAPRA, 1982: 289). Priorizada<br />

em detrimento das outras dimensões do Ser Humano, deflagou-se um modo de<br />

pensar coletivo, no qual o individualismo dissimula e mascara o reconhecimento<br />

da necessidade de re-união da totalidade Homem–Natureza.<br />

Podemos dizer que o(s) corpo(s) humano(s) e seus movimentos, estarão sempre<br />

compondo a dialética oposição/integração das categorias natureza-cultura<br />

2 . O corpo, parte da natureza, se constrói enquanto tal a partir de determinada<br />

referência sócio-cultural, ou seja, cada sociedade entende os limites e as possibilidades<br />

dos corpo que a integram através de um conjunto de elementos presentes<br />

no imaginário social. Esse imaginário assume papel significativo na forma de<br />

compreender, estabelecer relações e, principalmente, circunscrever onde começa<br />

e onde termina o eu, o outro, as coisas etc.<br />

Estando tudo fragmentado, a humanidade convive com um momento de profunda<br />

crise, e isso é inegável, tendo em vista os conteúdos dos noticiários a nos bonbardear<br />

no dia-a-dia pela mídia.. Diversos autores 3 , de diferentes áreas de conhecimento já<br />

a identificaram. Dimensionando a visão do caos que se instaura na atualidade, Gatarri<br />

(1997) expõe que , as intensas transformações técnico-científicas criam fenômenos<br />

de desequilíbrios ecológicos, e se não forem remediadas emergencialmente, ameaçam<br />

a vida na superfície da Terra. Ao lado de tais desequilíbrios, os modos de vida<br />

individuais e coletivos estão se deteriorando progressivamente (p.07).<br />

Fundamentalmente, para reverter esse quadro, o ser humano precisa novamente<br />

sentir-se natureza. Necessita incorporar a natureza. Ultrapassar a visão de “meio<br />

ambiente”- em que se coloca separado desse – e, perspectivar o corpo como<br />

“ambiente inteiro”. Nesse sentido, também a concepção de Meio Ambiente deve<br />

encontrar-se permeada por essa mesma referência. Compartilhando com Reigota<br />

(1995), sua definição de Meio Ambiente, o qual sugere como sendo o “lugar determinado<br />

ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em relações<br />

dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de criação cultural<br />

e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação do meio ambien-<br />

Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo 183

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