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O TURISMO E O MEIO NATURAL: A PAISAGEM<br />

Fazer turismo tem significado para os indivíduos, de forma geral, viajar para<br />

um lugar diferente do de sua moradia e fazer algo que contraste com seu cotidiano,<br />

sem, porém expô-lo a situações desconhecidas. A idéia de conhecer realmente<br />

o lugar para onde se vai, o que há de próprio nele, as bases que compõem<br />

sua beleza e sobre as quais foi construído, parece algo distante e completamente<br />

desnecessário. Aventurar-se, então, estar disponível para descobrir o lugar naquele<br />

momento, é algo inacessível. Na verdade, para o homem civilizado, tudo o<br />

que é estranho parece arriscado, como se fosse perder algo com isso. O próprio<br />

desenrolar de nossa história, que culminou com o que somos hoje, caminhou<br />

para o afastamento da natureza, que passou significar o escuro, o contrário da<br />

civilização, nosso refúgio. Tudo o que é diferente, estranho, desconhecido, fica<br />

associado ao perigo.<br />

Em relação à natureza, o que o turista pode exigir? Até onde sua capacidade de<br />

percepção pode ir? “A avaliação do meio ambiente pelo visitante é puramente<br />

estética. É a visão de um estranho. O estranho julga pela aparência, por um<br />

critério formal de beleza. É preciso um esforço especial para provocar empatia<br />

em relação às vidas e valores dos habitantes”. (...) “Sua percepção frequentemente<br />

se reduz a usar os seus olhos para compor quadros. Ao contrário, o nativo<br />

tem uma atitude complexa derivada de sua imersão na totalidade de seu meio<br />

ambiente. O ponto de vista do visitante, por ser simples, é facilmente enunciado.<br />

Por outro lado a atitude complexa do nativo somente pode ser expressa com<br />

dificuldade e indiretamente através do comportamento, da tradição local, conhecimento<br />

e mito.”(Tuan, pág. 72-74).<br />

Para se ter uma relação mais intensa com o lugar é preciso vivenciá-lo. É<br />

preciso que o turismo possibilite alguma relação mais direta, em que a vivência<br />

represente uma relação de troca, de aprendizado e de respeito. Muitas vezes, a<br />

elevação da qualidade da percepção requer conhecer melhor as características<br />

ambientais locais. Para isso é preciso interessar-se e informar-se. O turismo<br />

pode possibilitar isto. Só a vivência pode levar ao afeto, que finalmente levará<br />

ao respeito e à solidariedade com as populações futuras.<br />

Sem um contato mais intimo, sem a noção da realidade, sem informações<br />

atuais e históricas, a relação do turista com a paisagem fica restrita ao revelada<br />

pela câmera fotográfica. Tanto assim, que não é incomum acontecer de se considerar<br />

a viagem um completo fracasso, quando ocorre algum incidente com a<br />

câmera e as fotos ficam perdidas. É como se a pessoa não tivesse ido. As emoções,<br />

os contatos, o aprendizado, não ficaram, porque provavelmente não ocorreram.<br />

Alguns ambientes naturais, entretanto, têm sido enormemente valorizados<br />

pela atividade turística, e proporcionam de alguma forma um contato mais<br />

direto com certos elementos naturais. Eles têm, “em diferentes tempos e lugares,<br />

atraído fortemente a imaginação humana: a praia, o vale e a ilha. As praias (as<br />

126 Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo

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