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Assim sendo, foi-se incorporando à actividade física uma relação ambígua que<br />

passou a conviver como sentido original comunitário. Do lado da educação<br />

física, a contradição situou-se na acomodação da postura educativa com a<br />

faceta utilitária, identificada com luta e o poder. No desporto, este equívoco<br />

tornou-se mais explícito diante da visível exploração comercial ou política dos<br />

espectáculos veiculados pelos meios de comunicação de massa. Nestas condições,<br />

as actividades físicas sistematizadas pela escola e pelo establishment<br />

desportivo passaram a ser interpretadas por exaltação ou crítica, dependendo de<br />

interesses ou de ângulo de observação.<br />

ANALISANDO O PRESENTE<br />

A análise da actualidade mostra-se portanto, mais pertinente sob a óptica da<br />

ambigüidade, herança incómoda de um passado recente, predominante<br />

essencialista, que acabou por se explicitar na epistemologia da educação física.<br />

[...] No caso em estudo, uma demonstração inequívoca de crise paradigmática foi<br />

realizada no final dos anos 70, por Uriel Simri que relatou mais de 60 denominações<br />

distintas para educação física mundial, com semelhante diversificação quanto<br />

a definições e objectivos (19). Ao analisarmos as razões exógenas deste processo<br />

de refutação colectiva, complementaremos o pluralismo endógeno com a<br />

mudança do locus da prática – ou seja, adicionaremos o espaço comunitário ao<br />

conjunto da escola, clube e outros ambientes fechados – que também está contribuindo<br />

para uma previsível renovação da educação física. Sem embargo, as<br />

relações interpessoais e a ordenação dos acontecimentos, sem situações voluntárias<br />

de indivíduos e grupos, são ainda insuficientemente dominadas pelas técnicas<br />

e métodos ortodoxos das actividades físicas dirigidas.<br />

Através deste percurso analítico, ganha sentido a questão: e qual tem sido o<br />

procedimento dos especializados em educação física, desporto, recreação, dança<br />

etc., ao enfrentarem em conjunto a pressão inovadora, partindo tanto de fora<br />

como de dentro do seu ambiente profissional? Em tese, mantendo o status quo,<br />

seja por alienação ou por resistência. Nestes termos, cabe apelar mais uma vez<br />

para Peter Mc<strong>In</strong>tosh e Valerie Charlton que oferecem indícios reveladores deste<br />

tipo de reacção observados empiricamente e de modo freqüente em diversos<br />

países. Em última instância, a rejeição por parte da maioria dos alunos à educação<br />

física stricto sensu, refere-se ao fenômeno social da preferência dos jovens por<br />

actividades casuais, físicas ou culturais, e não propriamente à disciplina em si (20).<br />

[...] Esta contextualização foi por nós admitida participamos como conferencista<br />

de um seminário internacional organizado nos EE. UU., em 1984, pela Universidade<br />

de Illinois. Convidado em face à condição de segundo a interpretação<br />

dos organizadores, tivemos oportunidade de trocar opiniões e escrever<br />

posteriormente um livro em conjunto (21) com membros do Departamento de<br />

Estudos do Lazer daquela entidade de ensino, um grupo reconhecido como um dos<br />

112 Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo

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