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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

113<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 27 371<strong>29</strong><br />

fraude. Na verdade, era eu que amargava a injustiça<br />

e estava com meu direito lesado.<br />

Ao ver que as pesquisas, na eleição de 3 de<br />

outubro de 2002, apontavam minha vitória, o Sr. Capiberibe<br />

montou um esquema de compra de votos e<br />

fraude para arrancar meu mandato. Na proclamação<br />

dos resultados, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, a diferença<br />

entre nós resultou em 0,9% dos votos. Menos de um<br />

por cento dos votos! Eu estava dois pontos à frente<br />

na pesquisa. Lamentavelmente, foi uma semana antes<br />

que foi publicado em todos os jornais e pelos meios<br />

de comunicação.<br />

Agir com fraude nas eleições do Amapá não é algo<br />

novo na biografia do Sr. Capiberibe. Há precedentes!<br />

O que ele agora fez comigo fez com o <strong>Senado</strong>r<br />

Papaléo, que ganhou as eleições de 2000 para Prefeito<br />

da capital até o fim das apurações. Entretanto – pasmem<br />

os senhores –, a apuração parou por duas horas<br />

e reabriu para incorporar sete urnas do Bailique, uma<br />

ilha totalmente isolada, e recomeçou a apuração nos<br />

últimos cinco minutos. Papaléo perdeu a eleição por<br />

setecentos votos e Capiberibe fez a festa da vitória.<br />

Uma eleição em que até morto votou. Papaléo não<br />

pôde recuperar seu mandato e recebeu a crueldade<br />

dos foguetes de Capiberibe.<br />

Eu não me conformei, Sr. Presidente e nobres<br />

colegas, com o que ocorreu comigo e resisti. Se estou<br />

assumindo o mandato, é pela minha inconformação com<br />

a injustiça, pela minha persistência, pela confiança na<br />

Justiça do País e, sobretudo, muita fé em Deus.<br />

Foram muitos julgamentos. Capiberibe, apoiado<br />

pelo Governo e por setores importantes da Esquerda,<br />

protelou o meu direito como pôde.<br />

Ganhei em quase todas as instâncias. As provas<br />

foram examinadas e reexaminadas exaustivamente e<br />

não deixaram dúvidas. O Tribunal Superior Eleitoral<br />

reconheceu que Capiberibe fraudou as eleições, e o<br />

Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> confirmou a existência da<br />

fraude.<br />

O Sr. Capiberibe difundiu a história de que foi<br />

cassado pela compra de apenas dois votos de duas<br />

eleitoras por R$26,00 cada. Essa assertiva não é verdadeira.<br />

Antes de deixar o Governo, já sacou dos cofres<br />

públicos, por meio de cheques do Banco do Brasil,<br />

R$360 milhões. Essa foi a guerra travada no Estado<br />

do Amapá.<br />

Tudo bem. Meu coração entristecia quando eu via,<br />

ouvia as manifestações. Se meus colegas <strong>Senado</strong>res<br />

me pedissem o processo, olhariam-no. Ele está aqui,<br />

vou mostrá-lo e deixá-lo à disposição.<br />

Aliás, a compra de um único voto já demonstra<br />

uma falta moral, pois, como bem afirmou o TSE, aqueles<br />

votos foram apenas a ponta de um iceberg.<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI.<br />

Fazendo soar a campainha.) – V. Exª tem um minuto<br />

para concluir sua oração.<br />

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) – Gostaria<br />

de pedir a V. Exª...<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI)<br />

– Já lhe foram concedidos dois minutos e agora mais<br />

um. Regimentalmente, esse é o costume. Nada de<br />

privilégios!<br />

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) – Eu me<br />

inscreverei amanhã.<br />

O SR.PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI)<br />

– Pois não. O livro de inscrição está aqui.<br />

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) – Não<br />

sei se foi a mão santa, se foi a mão pecadora ou se<br />

foi a consciência de V. Exª.<br />

Amanhã voltarei para me inscrever.<br />

Obrigado. (Palmas.)<br />

Durante o discurso do Sr. Gilvam Borges,<br />

o Sr. Antero Paes de Barros, 2º Vice-Presidente,<br />

deixa a cadeira da presidência, que é ocupada<br />

pelo Sr. Mão Santa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI.<br />

Fazendo soar a campainha.) – As galerias não podem<br />

se manifestar.<br />

Concedo a palavra ao <strong>Senado</strong>r Mozarildo Cavalcanti,<br />

como Líder, por cinco minutos.<br />

Como fizemos com o orador anterior, com base<br />

na justiça e no direito, prorrogaremos o tempo de V.<br />

Exª por três minutos, <strong>Senado</strong>r.<br />

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB – RR.<br />

Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, fiquei durante a semana passada<br />

no meu Estado, onde tive oportunidade de visitar<br />

vários Municípios e de receber o título de cidadão do<br />

Município do Uiramutã, pela luta que mantenho neste<br />

<strong>Senado</strong> em prol da regularização das terras no meu<br />

Estado, notadamente contra o decreto do Presidente<br />

de República que demarcou a 35ª reserva indígena<br />

em Roraima, numa região de fronteira com a Guiana<br />

e com a Venezuela, países que têm litígio de terra,<br />

contra a vontade dos índios que lá moram.<br />

No entanto, Sr. Presidente, a demarcação foi feita.<br />

Apesar da recomendação de uma Comissão externa<br />

do <strong>Senado</strong>, cujo Relator foi o <strong>Senado</strong>r Delcídio Amaral,<br />

que sugeria que a demarcação fosse feita de maneira<br />

diferente, a demarcação foi feita. Em decorrência desse<br />

ato “cabeça dura” do Presidente, um fato lamentável<br />

lá ocorreu: o incêndio de áreas da Igreja Católica que

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