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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

395<br />

37424 Sexta-feira 28 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

O SR REGINALDO DUARTE (PSDB – CE. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. <strong>Senado</strong>res, não é relevante atribuir a manifestação<br />

brasileira no referendo de ontem como resposta<br />

ao malogro dos frágeis programas anunciados pelo<br />

Governo Lula para conter a violência no País.<br />

Que é, não há dúvida, mas nada significativo,<br />

diante do muito que é necessário fazer para superar<br />

o marasmo do chamado Quatriênio Perdido.<br />

Lembro que, logo no início desse Governo, formulei<br />

requerimento de convocação do Ministro da<br />

Justiça para, no Plenário do <strong>Senado</strong>, debater com os<br />

<strong>Senado</strong>res a questão da violência no Brasil. Àquela<br />

época, já era caótico o quadro de insegurança. De lá<br />

para cá, só piorou.<br />

Rigorosamente nada foi feito pelo atual Governo, a<br />

não ser bombásticas declarações, a grande maioria com<br />

o foco voltado para o problema da violência no Rio de<br />

Janeiro. Mesmo ali não foram poucos os desencontros<br />

entre o Governo <strong>Federal</strong> e as autoridades estaduais.<br />

Confirmada amplamente pelos quase 64% do<br />

Não expressos no plebiscito, só há uma coisa certa e<br />

sobre ela devemos todos – e principalmente o Congresso<br />

Nacional – voltar nossas atenções: a Nação<br />

disse Não levada pelo medo.<br />

Hoje, em qualquer ponto do País, a segurança<br />

é zero. Talvez o único zero a se confirmar no Governo<br />

Petista do Presidente Lula.<br />

Os jornais desta segunda-feira já trazem as primeiras<br />

análises acerca desse que provavelmente é<br />

um dos mais sérios problemas a afligir a desprotegida<br />

sociedade brasileira. Outras conclusões, mais detidas,<br />

virão no correr desta semana.<br />

O retrato da Nação está expresso nas urnas de<br />

ontem e já quem diga, como o sociólogo Luiz Eduardo<br />

Soares, que até a pena de morte provavelmente será<br />

um dos itens do debate, em nível nacional. Soares foi<br />

Secretário Nacional de Segurança.<br />

O Presidente do TSE, Ministro Carlos Veloso, já<br />

opinou que outros temas polêmicos sugerem novos<br />

plebiscitos. É democrático isso.<br />

Não quero dizer que o povo dirá Sim em resposta<br />

a uma eventual pergunta sobre a adoção da pena<br />

morte. Não é isso. O povo brasileiro, por índole, rejeita<br />

a pena máxima, que não deve servir de modelo para<br />

a nossa sociedade.<br />

O que é preciso dizer, sem meias palavras, é<br />

que a paciência do brasileiro já se vai esgotando e,<br />

na ausência de ações objetivas, concretas, em vez<br />

de propaganda do Governo, é hora de o Congresso<br />

Nacional assumir a bandeira de uma grande cruzada<br />

contra a violência no País.<br />

Há uma paradeira real, verdadeira, indesmentível<br />

no Governo Lula. Suas bandeiras são fracas, para não<br />

dizer tolas, e o Presidente ainda continua acreditando<br />

que a propaganda maciça sobre inverdades e mentiras<br />

vai resolver os problemas brasileiros.<br />

Não, não vai.<br />

Vai, aí sim o verbo é correto, vai gastar R$5 milhões<br />

nessa propaganda.<br />

É o que informam, nesse final de semana, as<br />

notícias de que o Palácio do Planalto vai gastar esse<br />

dinheirão para o elogio fácil dos malogrados programinhas<br />

do tipo Fome Zero ou Bolsa Família e outros<br />

penduricalhos que não funcionam.<br />

Como não funcionam e a eleição está chegando,<br />

a ordem de Lula é para dizer que funcionam! E tome<br />

propaganda!<br />

Isso e jogar dinheiro pela janela são uma mesma<br />

coisa. Tempo e dinheiro perdidos.<br />

Seria preciso que o Presidente Lula, além de começar<br />

a trabalhar, se convencesse de que o povo está<br />

de olho e, de repente, como ontem, diz não!<br />

Isso significa: pára Lula, pára!<br />

O povo está de olho, sim. E, como bem notou o<br />

Deputado José Carlos Aleluia, a revolta da Nação leva-a<br />

a gestos que se traduzem em insatisfação. A situação<br />

do Brasil, considera o Deputado da Bahia, está muito<br />

parecida com a que levou o povo da Rússia a derrubar<br />

a estátua de Stalin.<br />

O que pode salvar Lula é que ele não tem estátua.<br />

Não fez por merecer.<br />

Ao contrário e repito o que disse na 6a. feira: Lula<br />

é hoje grande estorvo nacional. Nada faz e lava as mãos<br />

diante dos problemas que mais afligem a população.<br />

Como o da violência.<br />

A decepção com o Governo Lula chega a impressionar<br />

fortemente até mesmo a área do cinema<br />

brasileiro.<br />

Está na Folha de S.Paulo de hoje uma entrevista do<br />

cineasta João Moreira Salles. Ele, que é um dos principais<br />

documentaristas brasileiros, reconhecido mundialmente,<br />

filmou 180 horas dos melhores finais da campanha vitoriosa<br />

do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

Desse trabalho de Moreira Salles resultaram<br />

duas coisas:<br />

A primeira é que é mais um bom filme do cineasta.<br />

A segunda é a decepção do cineasta diante do<br />

papelão desempenhado figurante do filme. Depois da<br />

posse. Agora, quando o filme é exibido, mostrando o<br />

que se esperava apenas. O que não se esperava aí<br />

está, não foi filmado. É cena do cotidiano.<br />

Leio Moreira Salles:<br />

Fica muito claro no filme que a vitória do<br />

Lula não foi a vitória de um projeto de País.<br />

E mais:<br />

Nele – no filme – você consegue encontrar<br />

indícios da falta de projeto, que é um dos<br />

problemas desse Governo. Ali, se elogia muito<br />

mais um símbolo e muito menos um projeto<br />

de País.<br />

A decepção, manifestada por Salles na entrevista<br />

à Folha, é igual à decepção do povo brasileiro, que,

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