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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 28 37347<br />

do, porque de nenhuma forma descumpri o tempo da<br />

reunião, presidida pelo Deputado Paulo Baltazar, com<br />

a presença do Relator, Deputado Ibrahim Abi-Ackel. Eu<br />

havia apenas sugerido ao Deputado Ibrahim Abi-Ackel<br />

que também expressasse a sua opinião.<br />

Como um Parlamentar quis protestar contra aquele<br />

direito de resposta, eu, muito assertivamente, disse<br />

que não estava desrespeitando o tempo. Ocorre que<br />

me levantei, naquele momento, com a intenção de ir<br />

ao Palácio do Planalto cumprimentar o Presidente Lula<br />

pelo seu aniversário, e esse ato não teve qualquer outro<br />

significado que não esse.<br />

Gostaria de transmitir que, há poucos dias, no<br />

jornal Valor Econômico, o professor Renato Janine<br />

Ribeiro fez uma exposição que considero muito relevante<br />

e que guarda relação com o momento presente.<br />

Ele mencionou que...<br />

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – Permite-me<br />

V. Exª um aparte?<br />

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Logo que concluir...<br />

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – É exatamente<br />

para fazer um esclarecimento.<br />

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– <strong>Senado</strong>r Heráclito, diga.<br />

O SR. Heráclito Fortes (PFL – PI) – V. Exª começou<br />

a relatar um episódio que lhe envolveu na Comissão<br />

e que deixou a todos nós estarrecidos. E, de repente,<br />

truncou a sua saída com um abraço ao Presidente da<br />

República e todos nós estamos curiosos, porque V. Exª<br />

representa aqui o símbolo da paz neste <strong>Senado</strong> e as<br />

informações que me chegam pela imprensa é de que<br />

V. Exª teria perdido o seu costumeiro fair play e quase<br />

ido às vias de fato com um companheiro parlamentar.<br />

Não sei o que lhe levou a essa exasperação, mas, de<br />

antemão, congratulo-me e solidarizo-me com V. Exª e<br />

informo que qualquer exagero da parte de V. Exª será<br />

antecipadamente compreendido, uma vez que V. Exª,<br />

repito, aqui é um mensageiro da paz e do entendimento.<br />

Eu não traria esse assunto ao Plenário, mas V. Exª,<br />

de maneira sutil, o fez. Gostaria apenas que a Nação<br />

ficasse mais esclarecida por parte de V. Exª do que<br />

realmente aconteceu.<br />

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Fiz questão de, inclusive, dar a mão ao parlamentar<br />

para indicar que não havia ali nada que não fosse<br />

chamar a atenção dele e de maneira assertiva, porque<br />

não estava eu, de maneira alguma, desrespeitando o<br />

Regimento da CPI.<br />

Mas o que gostaria de aqui expor é a idéia de<br />

Renato Janine Ribeiro de propor para o Brasil o mes-<br />

mo que aconteceu na África do Sul, quando, em 1995,<br />

Nelson Mandela, eleito Presidente, sugeriu fosse formada<br />

uma comissão de reconciliação e da paz, comissão<br />

essa presidida pelo Bispo Desmond Tutu, que acabou<br />

ouvindo cerca de 20 mil pessoas.<br />

Essa comissão teve o propósito de escutar todas<br />

as pessoas que, porventura, tivessem cometido qualquer<br />

crime ou ato de desrespeito aos direitos da pessoa<br />

humana, inclusive crimes de tortura, de morte, de<br />

corrupção, crimes os mais diversos. E aquelas pessoas<br />

responsáveis por esses desvios de procedimentos, por<br />

atos ilícitos, por crimes, na medida em que relatassem<br />

os episódios, passavam a ter uma atenuação das penas<br />

previstas em lei por aquelas ofensas.<br />

Ora, nós, ao longo dessas Comissões Parlamentares<br />

de Inquérito, fomos descobrindo como surgiram<br />

procedimentos não adequados, ofensivos à lei, seja<br />

de prática de fundos não-contabilizados, de caixa dois.<br />

Uma prática que permeou a ação de muitos Partidos<br />

– praticamente quase todos os Partidos representados<br />

no Congresso Nacional.<br />

Sr. Presidente, fico pensando se não seria o caso<br />

de caminharmos numa direção semelhante. Ainda esta<br />

semana, a partir dos episódios relacionados ao PSDB,<br />

em Minas Gerais, o <strong>Senado</strong>r Arthur Virgílio, Líder do<br />

Partido, propôs a instalação de uma nova CPI simplesmente<br />

para o exame dos casos de caixa dois ocorridos<br />

nos mais diversos Estados e na política nacional. Pois<br />

bem, quem sabe pudéssemos pensar em um caminho<br />

como aquele proposto por Nelson Mandela e relembrado<br />

por Renato Janine Ribeiro.<br />

Essa é a sugestão, Sr. Presidente Renan Calheiros,<br />

que deixo à reflexão de nossos Pares para<br />

que venhamos a pensar em como podemos fazer um<br />

verdadeiro raio-X de tudo o que aconteceu na história<br />

recente do País e, daí, propor caminhos novos, uma<br />

nova legislação, inclusive de reforma política, para a<br />

solução dos problemas que têm caracterizado e entristecido<br />

muitos de nós brasileiros.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – <strong>Senado</strong>r Leonel Pavan, acho que estamos esgotando<br />

o tempo previamente definido para aguardar<br />

uma solução com relação à retirada da urgência. A boa<br />

vontade é grande, mas, como a retirada da urgência<br />

não chega, não há o que fazer.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tem V. Exª pela ordem.

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