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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

151<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 27 37167<br />

Mais uma vez, repetimos Bismarck, que diz que<br />

nada é mais sujo do que a forma de se fazer salsicha<br />

e a forma de se elaborar leis – segundo Bismarck, em<br />

qualquer país, ele não estava falando apenas da Alemanha,<br />

não.<br />

Estamos às voltas com um processo que é profundamente<br />

leviano de se transformar uma medida<br />

provisória em lei, <strong>Senado</strong>r Jefferson Péres. O Relator,<br />

coitado, passa vexame! Os Relatores têm passado vexames.<br />

Chega um e diz: “Coloca mais isso aqui para<br />

mim”; chega um outro e diz: “Coloca mais isso aqui para<br />

mim”. Grupos de pressão, às vezes de legitimidade<br />

duvidosa, percorrendo os escaninhos da Casa. E nós,<br />

aqui, mobilizados na ilusão de que estamos cumprindo<br />

com o nosso dever – eu tenho pouca ilusão de que eu<br />

esteja cumprindo bem com o meu dever.<br />

Agora mesmo, em um episódio que diz respeito<br />

ao meu Estado, que desfruta, desde 1967, de regime<br />

tributário especial para se desenvolver uma região<br />

estratégica. Projeto, aliás, bem exitoso de desenvolvimento<br />

regional. Passei o dia de ontem inteiro discutindo<br />

aqui, de maneira fraterna, amigável, com o <strong>Senado</strong>r<br />

Papaléo Paes, com o <strong>Senado</strong>r José Sarney, sobre a<br />

conveniência ou não de se deixar passar a matéria<br />

que estende ao Amapá regime de incentivos fiscais.<br />

Vi a movimentação diligente dos <strong>Senado</strong>res do Estado<br />

do Pará, dizendo que cobravam a entrada em cena<br />

– e seria justo – dos privilégios de dois Municípios do<br />

Estado do Pará e, com isso, se põe de acordo o Governador<br />

Simão Jatene. E diz S. Exª aos <strong>Senado</strong>res<br />

do Pará:“Ou isso, ou nada”. Mas, a seguir, sempre assessorados<br />

pela prestimosidade, pela competência do<br />

Deputado <strong>Federal</strong> Pauderney Avelino, que se abala da<br />

Câmara para aqui prestar serviços ao seu Estado, o<br />

<strong>Senado</strong>r Jefferson Péres e eu fomos ler detidamente<br />

o que está escrito. E aí, Deputado Pauderney Avelino,<br />

<strong>Senado</strong>r Jefferson Péres, Presidente José Sarney, eu<br />

devo me penitenciar. Como representante do Estado<br />

do Amazonas, não tenho a menor condição de votar<br />

contra a Emenda do <strong>Senado</strong>r José Sarney nem o <strong>Senado</strong>r<br />

Jefferson Péres o tem. Porque fica estendida a<br />

toda a Amazônia Ocidental mais o Amapá, e, portanto,<br />

estendida a todo o interior do Estado do Amazonas, o<br />

regime de privilégio fiscal. Não é só o Amapá, não. Fica<br />

estendido ao Acre, a Rondônia, a Roraima, ao Amapá<br />

e ao interior do meu Estado, o Amazonas.<br />

Há pouco recebi um telefonema do Governador<br />

do Estado do Amazonas. Fiz questão de chamar para<br />

também com S. Exª falar o <strong>Senado</strong>r Jefferson Péres. E<br />

o Governador, disse-me: “Arthur, do jeito que está aí,<br />

para nós, é uma maravilha! Do jeito que está, aí, para<br />

nós, é ótimo!” E eu disse ao Governador que estava<br />

muito preocupado, porque isso aí poderia ser prejudicial<br />

para o Amazonas. E, se for, eu lamento ter que entrar<br />

em choque com colegas tão queridos, mas entrarei<br />

em choque com quaisquer colegas dos mais amados,<br />

porque é meu dever; eu me elegi para isto: defender o<br />

meu Estado e para representar o meu povo.<br />

Vi que o meu discurso havia caducado, <strong>Senado</strong>r<br />

Luiz Otávio. O meu discurso está caduco, está perempto;<br />

meu discurso está prescrito, porque o meu Estado<br />

está contemplado fartamente. O meu Estado está<br />

contemplado amplamente na Emenda do Presidente<br />

José Sarney. Involuntariamente; eu não procurei, mas<br />

aqui está. Portanto, não tenho como votar contra isso.<br />

Mantido este texto tal como está lavrado, tal como está<br />

escrito, tal como está representado neste projeto a ser<br />

convertido em lei, pela ação inteligente, correta, percuciente,<br />

clarividente, lúcida e brilhante do <strong>Senado</strong>r Amir<br />

Lando, eu não tenho, a não ser prestar o meu mais irrestrito<br />

apoio a uma matéria que, absolutamente, não<br />

poderia ser de questão fechada, até porque ela tem a<br />

ver com o interesse de vários Estados.<br />

Portanto, aqui não seria justo nem possível o<br />

Líder pairar sobre os interesses dos <strong>Senado</strong>res que<br />

compõem a sua bancada. As divergências do Parlamentar<br />

do Amazonas, que eu sou, e o Presidente<br />

José Sarney cessaram. O Estado está contemplado.<br />

Dizia o <strong>Senado</strong>r José Sarney que esta emenda parece<br />

ser mais do Amazonas do que do Amapá. Convenci-me<br />

que é. Ela é mais do Amazonas do que do<br />

o Amapá. Esta emenda beneficia mais o Amazonas<br />

do que o Amapá, beneficia mais o Amazonas do que<br />

os outros Estados. Eu não tenho como votar contra<br />

esta emenda. Vou votar a favor, deixando bem claro<br />

que será absolutamente relevante para o meu Estado<br />

poder contar com a aquiescência nacional: com o Rio<br />

Grande do Sul, do <strong>Senado</strong>r Paulo Paim e do <strong>Senado</strong>r<br />

Pedro Simon; com Minas Gerais, do <strong>Senado</strong>r Eduardo<br />

Azeredo e do Governador Aécio Neves; com a Bahia,<br />

do <strong>Senado</strong>r Antonio Carlos Magalhães; com o Rio de<br />

Janeiro, do <strong>Senado</strong>r Sérgio Cabral; com Goiás, da <strong>Senado</strong>ra<br />

Lúcia Vânia.<br />

Sr. Presidente, eu estava, <strong>Senado</strong>r José Agripino,<br />

comendo mosca, literalmente comendo mosca. E,<br />

aqui, faço uma autocrítica forte da incompetência com<br />

que li o texto. Estaria sendo, <strong>Senado</strong>r Antonio Carlos<br />

Magalhães, um péssimo representante do meu Estado<br />

se votasse contra um texto desses, um texto que<br />

abre incentivos fiscais para todo o interior do meu<br />

Estado. Como posso votar contra uma coisa dessas!<br />

Eu não estaria seguindo a lição que V. Exª aplica tão<br />

bem na Bahia.<br />

Portanto, Deputado Pauderney Avelino, <strong>Senado</strong>r<br />

Tasso Jereissati, <strong>Senado</strong>ra Patrícia Saboya, me penitencio<br />

aqui por ontem ter oposto uma reação tão forte,

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