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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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658<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Novembro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 37751<br />

Por fim, o Brasil também declara que<br />

não apoiará propostas que visem a utilizar a<br />

Convenção-Quadro para Controle do Tabaco<br />

da Organização Mundial da Saúde como<br />

instrumento para práticas discriminatórias ao<br />

livre comércio.<br />

Somente depois que esse documento, assinado<br />

por seis ministros – e o <strong>Senado</strong>r Heráclito Fortes fez<br />

questão de que conste do seu relatório –, for encaminhado<br />

à ONU e for lá homologada a nossa reivindicação<br />

é que nós concordaremos com a aprovação, porque<br />

não havia número nem na Comissão, nem aqui no Plenário.<br />

Que fique bem claro que só concordamos com a<br />

aprovação depois desse documento, que faço questão<br />

seja anexado, na íntegra, ao meu pronunciamento.<br />

Era isso, Srª Presidente. Agradeço a V. Exª.<br />

<strong>Senado</strong>ra Ana Júlia, amanhã falarei da minha ida<br />

ao Pará. Foi muito importante participar, neste fim de<br />

semana, do grande congresso dos trabalhadores, liderado<br />

pelo José Francisco, Presidente daquela Confederação.<br />

Obrigado.<br />

SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO<br />

SR. SENADOR PAULO PAIM.<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

<strong>Senado</strong>res, “Fome, Miséria, Desemprego, o futuro de<br />

um país que despreza a agricultura.”<br />

“Povo Faminto! O amanhã de um país<br />

que não tem política agrícola.”<br />

“Presidente, não é matando a agricultura<br />

que teremos “Fome Zero”.”<br />

Com o espírito desses dizeres, expostos em faixas<br />

que ocuparam o auditório Petrônio Portella, no último<br />

26 de outubro, a Comissão de Agricultura, Pecuária,<br />

Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara<br />

dos Deputados e de Agricultura e Reforma Agrária do<br />

<strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong> em conjunto com o Fórum Nacional<br />

dos Secretários Estaduais de Agricultura, Confederação<br />

de Agricultura e Pecuária do Brasil e a Organização<br />

das Cooperativas Brasileiras promoveram o Grito do<br />

Campo – Seminário Alerta à Nação.<br />

O evento foi um verdadeiro alerta ao Governo<br />

<strong>Federal</strong>, chamando a atenção para a necessidade de<br />

implementação de políticas agrícolas eficazes frente<br />

às dificuldades enfrentadas na área agropecuária<br />

brasileira.<br />

O seminário traçou uma radiografia da crise no<br />

campo e um prognóstico para os próximos meses.<br />

Produtores e exportadores de carne bovina de<br />

todo o país estão assombrados com a febre aftosa e<br />

seus efeitos negativos no mercado internacional.<br />

A situação de angústia e preocupação não deve<br />

servir para indicarmos culpados, mas para encontrar-<br />

mos soluções rápidas e eficazes e, principalmente,<br />

para a implementação de uma política agrícola séria,<br />

que venha ao encontro dos anseios e necessidades<br />

dos agropecuaristas.<br />

A ocorrência precoce da ferrugem asiática no<br />

município de Primavera do Leste, em Mato Grosso, e<br />

já confirmados focos no Paraná e em Goiás, preocupa<br />

agricultores, pesquisadores e técnicos. Os agricultores<br />

estão descapitalizados e podem ficar sem recursos para<br />

efetuar o controle eficiente do fungo na lavoura. A ferrugem<br />

provoca a queda das folhas, diminuindo a produtividade<br />

da lavoura em até 70%. A população do município,<br />

essencialmente agrícola, registra redução de 40% da<br />

área plantada e perto de 12 mil desempregados.<br />

O arroz atravessa uma das mais graves crises<br />

já enfrentadas. O custo de produção chega a <strong>29</strong>,3%<br />

acima do preço médio de comercialização da saca.<br />

“Estamos plantando prejuízo!” É o que têm falado os<br />

agricultores brasileiros.<br />

O algodão devido aos baixos preços obtidos na<br />

sua comercialização apresentou uma queda na área<br />

plantada. Na safra 2004/2005, a queda passou dos<br />

60%. Para a safra 2005/2006 permanece a expectativa<br />

de queda na área plantada. O setor da cotonicultura<br />

tem enfrentado altos custos de produção e baixos<br />

preços na venda do produto, o que tem determinado<br />

uma contínua redução da área plantada. O mesmo tem<br />

acorrido com os produtores de milho que amargam<br />

um prejuízo em torno de 33% em relação ao preço da<br />

saca e o custo para produzi-la.<br />

Sr. Presidente, quero lembrar que num passado<br />

muito próximo o Brasil festejou o êxito do profissionalismo,<br />

do avanço da tecnologia e da excelência<br />

da produção agrícola brasileira, conquistando degrau<br />

máximo do agronegócio, principalmente em exportações<br />

de grãos.<br />

Hoje, com cerca de 4 milhões de hectares plantados<br />

e uma produção de 11,3 milhões de toneladas de<br />

grãos, apresentamos uma queda de aproximadamente<br />

3% na área plantada e de uma redução que atinge os<br />

8% da produção.<br />

E, ainda, líder mundial em exportação de carne<br />

bovina pelo segundo ano consecutivo, e buscando consolidar<br />

a sua posição no mercado internacional, o Brasil<br />

se vê ameaçado com o ressurgimento da Aftosa.<br />

Esses fatos me levam a crer que o Governo <strong>Federal</strong><br />

deixou de assumiu suas atribuições quanto à<br />

fomentação de políticas agrícolas a de defesa fitosanitária,<br />

com o argumento de falta de recursos.<br />

Quero cumprimentar o Ministério da Agricultura,<br />

na figura do Ministro Roberto Rodrigues e de seus<br />

técnicos, que por inúmeras vezes anunciaram a atual<br />

crise, sem êxito aos seus pleitos junto à área econômica<br />

do Governo federal.<br />

Acredito que estamos vivenciando o início de<br />

uma crise no campo sem precedentes, que poderá

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