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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

455<br />

37532 Sábado <strong>29</strong> DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

Silva, político, engenheiro, empreendedor, realizador,<br />

um “toca-obra”; e o <strong>Senado</strong>r Pedro Simon, virtuoso,<br />

símbolo das virtudes.<br />

Hoje é o dia do funcionário público. Funcionário<br />

público, aquele que serve ao povo. E feliz desta<br />

Casa, o <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong>, que para saudar a todos os<br />

funcionários públicos, dos quais orgulhosamente sou<br />

um deles, fui um deles, como médico da Previdência<br />

Social, não precisa buscar, saudar e homenagear todos.<br />

Aqui está Raimundo Carreiro Silva – que está ali<br />

trabalhando, nem está ouvindo –, Secretário-Geral da<br />

Mesa, executivo desta Casa. E como funciona bem o<br />

<strong>Senado</strong>! Como funciona bem, pela dedicação, pela<br />

competência e pelas virtudes de Raimundo Carreiro<br />

Silva. Qualquer um de nós, em qualquer momento,<br />

tem condições de presidir o <strong>Senado</strong>, mas tem condições<br />

porque o “Cirineu” da Presidência é o funcionário<br />

público Raimundo Carreiro Silva, essa é a razão.<br />

Portanto, esta é a homenagem que o <strong>Senado</strong> presta<br />

a todos os servidores públicos, na pessoa do virtuoso<br />

e eficiente Secretário-Geral da Mesa, que há mais de<br />

30 anos serve a esta Casa – tempo quase igual ao de<br />

Rui Barbosa. Muito se deve a ele.<br />

Falou-se muito aqui hoje. <strong>Senado</strong>r Pedro Simon,<br />

quis Deus que V. Exª estivesse aqui. Ninguém viveu<br />

mais o PMDB do que Ulysses Guimarães. V. Exª é a<br />

cara, é a história, V. Exª é tudo no PMDB. Eu sempre<br />

me aprestei aqui como liderado de V. Exª. Ninguém<br />

mais conviveu com Ulysses Guimarães do que V. Exª,<br />

com Teotônio Vilela, com Tancredo Neves, com Juscelino<br />

Kubitschek – cassado aqui. <strong>Senado</strong>r Pedro Simon,<br />

Ulysses Guimarães – encantado no fundo do<br />

mar – dizia: “Ouça a voz rouca das ruas”, querendo<br />

dizer que quem está na rua é o povo. E o povo é que<br />

é superior; o povo é quem decide; o povo é que é soberano;<br />

o povo é quem paga a conta, advertindo-nos<br />

de que nós não somos poder, <strong>Senado</strong>r Alvaro Dias.<br />

Nós somos instrumentos da democracia. O poder é o<br />

povo – é ele quem paga.<br />

Mas, <strong>Senado</strong>r Pedro Simon, Ulysses Guimarães<br />

disse: “A corrupção é o cupim da democracia”. É, <strong>Senado</strong>r<br />

Alvaro Dias, a democracia nunca teve tanto<br />

cupim, em todos os três instrumentos. Todos os três.<br />

Atentai bem! Todos os três: o Judiciário, o Legislativo<br />

e o Executivo. Não é o Legislativo o pior. Apenas somos<br />

mais transparentes, mais verdadeiros, prontos ao<br />

debate. O Executivo aí está, e como tem cupim! Ele<br />

apenas se blinda com o poder do dinheiro, da mídia. A<br />

blindagem foi tão grande que o cupim deu, e o próprio<br />

sistema que o protege o está arruinando pelo cupim.<br />

Foram os sistemas publicitários os maiores participantes<br />

dessa corrupção. Nós aqui estamos enfrentando o<br />

Judiciário, página mais vergonhosa da história do Bra-<br />

sil, mostrando o desentendimento, a ignorância. Que<br />

os Poderes, livres, independentes e harmônicos, se<br />

respeitem. Mas vem de lá, desrespeitosamente, uma<br />

decisão. Pega-se um fraco Presidente da Câmara e<br />

um fraco Presidente do Poder Executivo e exige-se<br />

um salário de R$ 27 mil, já para o ano, amarrado para<br />

o ano, enquanto nossas professorinhas recebem salários<br />

mínimos. Todos nós sabemos que, em qualquer<br />

país organizado, a diferença do menor para o maior<br />

salário é de dez vezes. O Judiciário pegou um Presidente<br />

da Câmara fraco e um Presidente da República<br />

mais fraco ainda, e nós nos curvamos. Nessa doença,<br />

nesse cupim, estamos todos nós.<br />

Mas sou otimista, <strong>Senado</strong>r Leomar Quintanilha.<br />

O diagnóstico está feito – eu sou médico – e esta é a<br />

verdade: não se trata de uma doença de urgência, <strong>Senado</strong>res<br />

Pedro Simon e Alvaro Dias, em que se retira<br />

um apêndice, uma hérnia e resolve-se, fica-se bom.<br />

Não! É uma doença crônica, porque o cupim está aí<br />

há muito tempo.<br />

Se Ulysses dizia isso é porque já existia cupim.<br />

Ele disse que o grande mal da democracia, o cupim,<br />

era a corrupção. Ulysses Guimarães se foi; Tancredo<br />

Neves se foi; Teotônio Vilela se foi; não cuidaram dos<br />

cupins e aí ele está. Mas o País fez o diagnóstico.<br />

Todos os três Poderes. A juventude, pura, cheia de<br />

virtudes e esperança, fez o diagnóstico. E nós vamos<br />

melhorar, pois vamos acabar com esses cupins, que<br />

agora são muitos.<br />

<strong>Senado</strong>r Alvaro Dias, cada um faz uma reflexão<br />

de acordo com a sua profissão. Eu, como médico, digo<br />

que isso é uma doença crônica. E sua cura não vai ser<br />

já, já, não, de hoje para amanhã, como estão dizendo.<br />

Não, não é urgência, <strong>Senado</strong>r Alberto Silva. É uma doença<br />

crônica, como a lepra, como a tuberculose, como<br />

a osteomielite crônica, infecção no osso, que tem que<br />

abrir, lavar com soro, com antibiótico. Leva meses,<br />

anos. Mas começou, existe a cura. E creio, sobretudo,<br />

<strong>Senado</strong>r Alberto Silva, em Deus, que disse que depois<br />

da tempestade vem a bonança. É esse o otimismo que<br />

nos traz aqui. E começamos.<br />

<strong>Senado</strong>r Alberto Silva, talvez esteja estranhando.<br />

Este é o segundo pronunciamento que faço nesta<br />

tribuna deste lado. Do outro lado, fiz centenas defendendo<br />

o povo, os fracos; sempre daquele lado. Sabe<br />

por quê? É o destino.<br />

Muito jovem, governava o Piauí Dirceu Arcoverde,<br />

que foi Secretário de Saúde de V. Exª, <strong>Senado</strong>r Alberto<br />

Silva. Eu era delegado, <strong>Senado</strong>r Leomar Quintanilha.<br />

Muito jovem, eu me lembro que votei. Eu era delegado,<br />

mandaram, era Figueiredo para Presidente contra<br />

o nosso mineiro, banqueiro, Magalhães Pinto.

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