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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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150<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

37166 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

O relatório do <strong>Senado</strong>r Amir Lando, que eu tenha<br />

em mãos, <strong>Senado</strong>r Jefferson Péres, tem 90 páginas.<br />

Trata-se de uma medida provisória com 90 páginas. O<br />

último artigo é o de <strong>nº</strong> 136. Portanto, essa medida provisória<br />

é praticamente do tamanho da Constituição. O<br />

<strong>Senado</strong>r Amir Lando está até rindo e com razão, pois<br />

isso é um absurdo. Além de ser tão grande, foi feita sem<br />

a devida discussão. O que aconteceu? Esse tema começou<br />

a ser abordado ontem e o <strong>Senado</strong>r Amir Lando<br />

entregou o seu relatório, praticamente, hoje. A medida<br />

provisória não foi aprovada. Então, tudo que alguém<br />

quis inserir e que não tem nada a ver com esse tema<br />

da MP foi incluído na de <strong>nº</strong> 255.<br />

Hoje, por duas vezes, enquanto andava pelo<br />

corredor – isso deve ter acontecido também com outros<br />

<strong>Senado</strong>res –, aproximou-se alguém de mim e me<br />

perguntou: “José Jorge, será que não dá para a gente<br />

incluir na Medida Provisória <strong>nº</strong> 258 uma questão referente<br />

ao imposto ‘a’, ‘b’ ou ‘c’?”Aí, eu disse:” Vem cá,<br />

e essa Medida Provisória <strong>nº</strong> 258 não é a que cria a<br />

super-receita?” “É, cria a super receita, mas a gente<br />

pode incluir essa questão nessa emenda.”.<br />

Na realidade, hoje em dia, quem quiser modificar<br />

uma lei e aprovar qualquer coisa no <strong>Senado</strong> não deve<br />

apresentar um projeto de lei, <strong>Senado</strong>r Amir Lando, porque<br />

ele irá para uma Comissão, será discutido e será<br />

designado um Relator. Aqui, não. Aqui, apresenta-se<br />

uma sugestão ao Relator da medida provisória “a”, “b”<br />

ou “c” por debaixo do pano, vamos dizer assim, pois<br />

nem precisa ser uma coisa formal, e ela é aprovada<br />

em 24 horas, mudando-se a legislação tributária.<br />

O PIS/Cofins, a cada dia, inclui um setor novo e<br />

vai-se mudando a sua forma de pagamento. Uns são<br />

atendidos e outros não, sabe Deus por quê.<br />

Na verdade, Sr. Presidente, isso que estamos fazendo,<br />

porque incluir ou engordar uma medida provisória<br />

é mais ou menos o equivalente a que, ao invés de<br />

o cachorro balançar o rabo, o rabo balance o cachorro.<br />

Havia uma medida provisória de uma página, com três<br />

ou quatro artigos, e incluiu-se nela uma nova medida<br />

provisória, com 90 páginas e 130 artigos, os quais ninguém,<br />

aqui, teve tempo nem condições para votar. E<br />

isso acontece no último dia do prazo, porque a medida<br />

vence amanhã e ainda deve voltar para Câmara.<br />

Portanto, <strong>Senado</strong>r Jefferson Péres, na verdade<br />

estamos legislando num ambiente de altíssimo risco.<br />

Por outro lado, em relação à opinião individual<br />

dos <strong>Senado</strong>res, há quatro meses apresentamos a Medida<br />

Provisória <strong>nº</strong> 252. Como ela não foi atendida, não<br />

posso pedir destaque, porque ela, agora, faz parte da<br />

Medida Provisória <strong>nº</strong> 255.<br />

Portanto, na realidade, deveríamos, Sr. Presidente<br />

Renan Calheiros, usar esse método pela primeira e<br />

última vez, porque colocar uma medida provisória de<br />

136 artigos em uma de apenas um artigo, realmente,<br />

é um absurdo. E enquanto isso, a arrecadação do<br />

Governo bate recorde. Estão, aqui, os jornais de hoje<br />

dizendo: “Arrecadação de impostos bate recordes. Receita<br />

recolheu 37,9 bilhões em setembro, 1,7 a mais<br />

que em 2004.”.<br />

E há essa declaração, <strong>Senado</strong>ra Heloísa Helena,<br />

do Secretário adjunto da Receita, Sr. Ricardo Pinheiro,<br />

que achei desrespeitosa. Perguntaram-lhe sobre a<br />

questão e ele também criticou os defensores de ajustes<br />

na tabela de pessoa física pela inflação, coisa que o<br />

PT sempre defendeu. V. Exª, na época, era do PT e sei<br />

que não gosta que se fale nisso, mas, na realidade, V.<br />

Exª também defendia, e acredito que continua defendendo,<br />

o ajuste na tabela do Imposto de Renda.<br />

Sabe o que ele falou? Ele disse o seguinte: “Correção<br />

monetária da tabela de pessoa física do Imposto<br />

de Renda é papo de viúva da inflação.”. Quer dizer, o<br />

que era justiça tributária, ou seja, manter o salário real<br />

pagando Imposto de Renda, sempre defendido pelo<br />

PT, pelo Presidente Lula e por todas as lideranças do<br />

PT, pelo Presidente Lula e por todas as Lideranças do<br />

PT, agora, quando o PT está no Governo, a correção<br />

monetária da tabela virou “papo de viúva da inflação”.<br />

Inclusive acho essa declaração desrespeitosa. Que<br />

ele não queira corrigir da tabela do Imposto de Renda,<br />

tudo bem! A Receita <strong>Federal</strong> não quer dar; o Congresso<br />

pode até votar. Agora, dizer que é “papo de viúva<br />

da inflação” acho que é demais!<br />

Portanto, Sr. Presidente, se hoje temos de aprovar<br />

essa medida provisória, na verdade estamos cometendo<br />

uma grave exceção. Espero que façamos uma<br />

regra, porque, sendo assim, não poderemos andar<br />

pelos corredores do Congresso, pois, a cada momento,<br />

alguém estará querendo enfiar alguma coisa em<br />

uma medida provisória que não tem nada a ver com<br />

aquele assunto.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Continua a discussão. (Pausa.)<br />

Concedo a palavra ao <strong>Senado</strong>r Arthur Virgílio.<br />

Tem a palavra o nobre Líder do PSDB.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu<br />

nunca pedi a atenção dos meus Pares para discurso<br />

que viesse a pronunciar na Casa. Tem vezes que dá<br />

para chamar a atenção; tem vezes que não dá; tem<br />

vezes que reina a indiferença; tem vezes que há um<br />

certo silêncio. Mas, desta vez, se eu puder ser ouvido<br />

pelo máximo de colegas meus, <strong>Senado</strong>r Antonio Carlos,<br />

<strong>Senado</strong>r José Agripino, Presidente José Sarney,<br />

eu agradeceria de coração.

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