14.04.2013 Views

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

435<br />

37512 Sábado <strong>29</strong> DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

de Minas e Energia, também uma pessoa experiente,<br />

fez uma brilhante carreira no setor elétrico, foi presidente<br />

de algumas empresas de geração de energia<br />

em Estados como Roraima, Maranhão; assumiu a<br />

Presidência da Eletronorte e, logo em seguida, foi galgado<br />

à Presidência da Eletrobrás, Empresa Brasileira<br />

de Energia Elétrica; mais recentemente, assumiu o<br />

Ministério de Minas e Energia. Fez uma brilhante carreira<br />

devido a sua capacidade, seu dinamismo; é uma<br />

pessoa séria, competente, que vai fazer, não tenho<br />

dúvida, um grande trabalho à frente do Ministério de<br />

Minas e Energia.<br />

Mais recentemente estivemos novamente na<br />

Fiesp, agora já com o Dr. Silas como Ministro de Minas<br />

e Energia, que já demonstra preocupação dizendo da<br />

aceleração de algumas obras de pequenas e médias<br />

empresas, algumas já em andamento, outras para<br />

serem lançadas. Mas vejo com preocupação que as<br />

grandes obras do País, seja na área do gás, seja na<br />

área da hidroeletricidade, das nossas hidroelétricas<br />

não estejam se realizando.<br />

O exemplo claro é este do gasoduto! Três anos,<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, três anos para<br />

o Ibama licenciar uma obra e ainda não foi possível<br />

porque, se tivéssemos licenciado há um ou dois anos,<br />

não haveria esse obstáculo agora com a criação de um<br />

parque nacional bem no meio do traçado do gasoduto!<br />

Sei que talvez não seja isso, mas me parece algo<br />

proposital: o Ministério Público <strong>Federal</strong> emperrou essa<br />

obra, essa licença por um ano com liminar na Justiça<br />

<strong>Federal</strong>; depois de um termo de ajustamento de conduta,<br />

tudo resolvido entre as partes, vem o Governo<br />

<strong>Federal</strong> e cria uma reserva nacional bem no meio do<br />

traçado desse gasoduto. Então, sinceramente, já começo<br />

a ficar desanimado com os grandes empreendimentos,<br />

com as grandes obras deste Governo.<br />

Tenho apoiado maciçamente; minha Bancada, o<br />

PMDB, aqui no <strong>Senado</strong>, a maior Bancada desta Casa,<br />

tem apoiado maciçamente os projetos do Governo,<br />

os projetos do Brasil, de interesse do povo brasileiro,<br />

mas, sobretudo, do Governo <strong>Federal</strong>, que precisa de<br />

aprovação dos projetos nesta Casa. Eu tenho votado<br />

em 99,9% ou mais nos projetos do Governo, mas o<br />

que pedimos parece que não sai. Então faço aqui um<br />

apelo, mais uma vez, na tribuna do <strong>Senado</strong>, um apelo<br />

principalmente ao Ibama.<br />

Está na assessoria jurídica, na Procuradoria Jurídica<br />

do Ibama a decisão de licenciar esse pedaço<br />

de apenas 70 km no meio do traçado de um gasoduto<br />

de 500 km! Por causa de 70 km dentro desse parque<br />

nacional que foi criado este ano – repito, foi criado<br />

este ano e não há dois, três anos – está se dificultando<br />

o andamento dessa obra. Um gasoduto que vai<br />

abastecer uma usina termoelétrica na Capital do meu<br />

Estado, Porto Velho, que gera 360 MW de energia e<br />

abastece todo o Estado de Rondônia além do Estado<br />

do Acre. São dois Estados abastecidos por essa usina<br />

que queima, diariamente – já tive oportunidade de<br />

falar aqui nesta tribuna – 1,5 milhão de litros de óleo<br />

diesel! Sabem o que são 1,5 milhão de litros de óleo<br />

diesel por dia?! São 45 milhões de litros de óleo diesel<br />

por mês queimados nessa termoelétrica em Porto<br />

Velho. O gasoduto, chegando a Porto Velho, vai gerar<br />

uma energia mais limpa, menos poluente e mais barata,<br />

porque o gás equivale a aproximadamente 50%<br />

do preço do óleo diesel, o que representa uma economia<br />

para o País.<br />

O Brasil está gastando em torno de R$3 bilhões/<br />

ano para subsidiar o óleo diesel no Norte do País. Várias<br />

térmicas queimam óleo diesel na Amazônia: em<br />

Rondônia, no Acre, no Amazonas, no Amapá, em Roraima<br />

e em grande parte ainda do Pará, significando<br />

um prejuízo não para o Governo, mas para o povo brasileiro,<br />

que tem pagado de 3% a 4% a mais na conta<br />

de luz em todo o País. Esse percentual poderia ser<br />

economizado com a instalação do gás, com a construção<br />

de hidrelétricas, como o Complexo Hidrelétrico do<br />

Madeira, uma obra que também quero defender aqui.<br />

Se construíssemos o Gasoduto Urucu-Porto Velho,<br />

geraríamos cerca de três mil empregos diretos já na<br />

construção. Essa obra iria baratear o custo da energia<br />

dessa geração para Rondônia e Acre, pois as usinas<br />

hidrelétricas do rio Madeira vão produzir 7.000 MW de<br />

energia. E isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res,<br />

seria suficiente para abastecer não só os Estados de<br />

Rondônia e do Acre, que já estariam praticamente<br />

abastecidos com o gás, mas também para abastecer<br />

o Brasil, para sustentar o crescimento econômico do<br />

País talvez por muitos anos.<br />

Portanto, são projetos que já estão em andamento.<br />

O projeto já foi entregue à Aneel e ao Ibama<br />

para serem providenciadas a licença de construção e<br />

a licença ambiental para o início das obras.<br />

Então, faço aqui mais uma vez um apelo, para<br />

que obras como essa, como o gasoduto Urucu-Porto<br />

Velho, como as usinas do Madeira, em Rondônia, a<br />

usina de Giral e a usina de Santo Antônio, que, além<br />

de gerar energia, vão possibilitar navegabilidade em<br />

mais de 3,8 mil quilômetros entre o Brasil e a Bolívia,<br />

sejam construídas. E ainda estaríamos pagando uma<br />

dívida com a Bolívia de mais de 100 anos, que consta<br />

do Tratado de Petrópolis, que dizia que tínhamos que<br />

dar uma saída para a Bolívia.<br />

Foi construída uma ferrovia, que funcionou por<br />

pouco tempo, depois foi desativada, a Ferrovia Madeira-Mamoré,<br />

e, agora, com a construção dessas usinas,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!