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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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<strong>29</strong>4<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 28 37323<br />

A corrupção é ainda mais faminta. Não tira apenas<br />

dos pobres, mas dos desvalidos – que dependem<br />

exclusivamente da ação do poder público – e concentra<br />

esses recursos nas mãos de gordos empresários,<br />

de funcionários sem caráter e intermediários desonestos.<br />

Estudos realizados pelo Banco Mundial nos dão<br />

a dimensão do bem que faria ao País caso a corrupção<br />

fosse, ao menos, minimizada.<br />

<strong>Senado</strong>r Alvaro Dias, atenção aos dados: fosse<br />

a corrupção diminuída à metade, haveria redução de<br />

51% nos índices de mortalidade infantil; a desigualdade<br />

na distribuição da renda teria redução de 54%; e a<br />

porcentagem da população que vive com menos de<br />

US$2 por dia teria uma queda de 45% – isso tiraria da<br />

pobreza 32 milhões de pessoas.<br />

Um outro aspecto igualmente grave: o Brasil caiu<br />

oito pontos no ranking de competitividade deste ano<br />

elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e ficou na<br />

posição de número 65 entre as 117 nações avaliadas.<br />

Isso significa que a corrupção nos coloca, outra vez, lá<br />

embaixo no que diz respeito ao Índice de Crescimento<br />

da Competitividade.<br />

São números que devem levar todos os Poderes à<br />

profunda reflexão, Sr. Presidente, em especial o Poder<br />

Judiciário, de quem sempre se cobram as necessárias<br />

celeridade e imparcialidade para dar sentença aos crimes<br />

que florescem sem julgamento nem punição.<br />

Há até quem afirme que a honestidade não é mais<br />

uma característica da maioria dos agentes públicos,<br />

mas uma exceção praticada por poucos. Sinceramente,<br />

não quero acreditar – eu me recuso a acreditar – que<br />

isso seja verdade, porque isso significaria, <strong>Senado</strong>r Ney<br />

Suassuna, estraçalhar o próprio sentido de esperança<br />

que movimenta a vida.<br />

Quero crer, sim, que haveremos de ser fortes<br />

no combate a este mal, por meio da efetiva vigilância<br />

popular, principalmente tendo como arma definitiva o<br />

voto popular, capaz de transformar situações as mais<br />

complexas.<br />

O Brasil necessita de uma cara nova! Requer de<br />

suas mulheres e homens de bem a posição de combate<br />

e de luta, por meio da participação efetiva no redefinir<br />

dos rumos nacionais, para que prevaleçam a ética, a<br />

honestidade, a justiça e o bem comum.<br />

Era o que eu tinha a dizer.<br />

Muito obrigada, Sr. Presidente.<br />

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB – PB) – Sr. Presidente,<br />

peço a minha inscrição como Líder.<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI)<br />

– V. Exª será inscrito como Líder do PMDB.<br />

Concederemos a palavra, por permuta com o <strong>Senado</strong>r<br />

João Alberto Souza, ao <strong>Senado</strong>r Gilvam Borges,<br />

do PMDB do Estado do Amapá. V. Exª, regimentalmente,<br />

tem direito a dez minutos.<br />

Quero crer que a mão abençoada de Cristo, que<br />

fez um discurso de um minuto que irradia amor no<br />

mundo inteiro e tinha 56 palavras. Que V. Exª também<br />

receba também às bênçãos da mão de Cristo, se inspire<br />

e utilize da melhor maneira o tempo.<br />

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Prosperidade<br />

a V. Exª.<br />

Que não seja a tábua de Moisés que ao descer<br />

do monte quebrou na cabeça daqueles que estavam<br />

fazendo bezerro de ouro.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, assumo o<br />

mandato de <strong>Senado</strong>r com a consciência de que nunca<br />

devemos desistir de procurar a justiça. Quero deixar<br />

claro que não estou ocupando o mandato de ninguém,<br />

estou ocupando o lugar que era meu e foi usurpado<br />

por quase três anos; mandato que me foi espoliado<br />

nas eleições de 2002.<br />

O Sr. Capiberibe é um hábil marqueteiro e levou o<br />

<strong>Senado</strong>, várias vezes, a manifestações de solidariedade<br />

auto-intitulando-se injustiçado; quando na verdade<br />

o perseguido e o injustiçado fui eu.<br />

Fizeram-se manifestos, abaixo-assinados, reuniões<br />

e comícios de solidariedade para defender uma<br />

fraude. Na verdade, era eu que amargava a injustiça<br />

e estava com meu direito lesado.<br />

Ao ver que as pesquisas na eleição de 3 de outubro<br />

de 2002 apontavam minha vitória, o Sr. Capiberibe<br />

montou um esquema de compra de votos e fraude<br />

para arrancar o meu mandato. Na proclamação dos<br />

resultados, a diferença entre nós resultou em 0,9%<br />

– menos de 1% – dos votos, Sr. Presidente. Todos os<br />

jornais, todas as pesquisas de intenção de votos me<br />

davam dois pontos à frente.<br />

Agir com fraude nas eleições do Amapá não é algo<br />

novo na biografia do Sr. Capiberibe. Há precedentes!<br />

O que ele agora fez comigo, fez com o <strong>Senado</strong>r<br />

Papaléo, que ganhou as eleições de 2000 para Prefeito<br />

da Capital até o fim das apurações, entretanto,<br />

pasmem V. Exªs, a apuração parou por duas horas e<br />

reabriu para incorporar sete urnas do Bailique, uma<br />

ilha totalmente isolada, recomeçando a apuração nos<br />

últimos cinco minutos. Papaléo perdeu as eleições<br />

por 700 votos e Capiberibe fez a festa da vitória. Uma<br />

eleição em que até morto votou. Papaléo não pôde<br />

recuperar seu mandato e recebeu a crueldade dos<br />

foguetes de Capiberibe.<br />

Eu não me conformei com o que aconteceu comigo<br />

e resisti. Se estou assumindo o mandato, façoo<br />

pela minha inconformação com a injustiça, minha<br />

persistência, confiança na Justiça do meu País e, so-

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