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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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626<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Novembro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 37719<br />

Como bem lembrou a colunista Miriam Leitão, o<br />

programa do PT é uma grande tentativa de ilusionismo.<br />

“Não há como encobrir os absurdos descobertos,<br />

a distribuição de dinheiro a políticos da base, os indícios<br />

de que o caixa dois financiou até a campanha<br />

presidencial. É difícil mesmo tratar de tudo isso numa<br />

propaganda política, mas o que não se deve fazer é<br />

subestimar a inteligência do eleitor. Esse foi o caminho<br />

escolhido pelo PT”.<br />

Mas a vida dá muitas voltas, Sr. Presidente, e,<br />

mais uma vez, o PT se vê confrontado com a incongruência<br />

do seu passado recente de oposicionista e<br />

sua situação atual de detentor do Poder <strong>Federal</strong>.<br />

O colunista Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo,<br />

ontem, encontrou nos seus alfarrábios um bilhete<br />

do então Deputado Aloizio Mercadante, do final de<br />

1993, que acompanhava a carta de renúncia do ex-<br />

Presidente Fernando Collor de Mello. Segundo o comentário<br />

escrito de próprio punho, o atual <strong>Senado</strong>r<br />

Aloizio Mercadante declarava: “Nossa expectativa era<br />

retirá-lo algemado da Casa da Dinda. Conseguimos,<br />

até o momento, a renúncia. Valeu a luta e o sabor da<br />

vitória de resgatar a ética na política”.<br />

Sr. Presidente, reconhecemos que o <strong>Senado</strong>r<br />

Aloizio Mercadante, assim como o <strong>Senado</strong>r Tião<br />

Viana, vice-Presidente da Casa, têm realizado um<br />

trabalho permanente no sentido de apaziguar os<br />

ânimos, a fim de que possamos trabalhar de forma<br />

correta aqui no <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong>. Tenho dito, inclusive<br />

na mídia – já disse diversas vezes –, que à Oposição<br />

não interessa radicalizar. Vamos realizar nosso trabalho<br />

oposicionista como é da Constituição e como<br />

o povo fez com que, ao perdermos a eleição, tivéssemos<br />

que realizar, de forma responsável, a Oposição,<br />

indo até o ponto em que o <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong><br />

funcionasse. Ou seja, queríamos o <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong><br />

funcionando e nós fazendo oposição. Jamais daríamos<br />

uma declaração como essa, um bilhete, que<br />

é a idéia da Oposição à época, do <strong>Senado</strong>r Aloizio<br />

Mercadante, que não é dos mais radicais. Imagine o<br />

bilhete da <strong>Senado</strong>ra Ideli Salvatti... Este é o bilhete<br />

do <strong>Senado</strong>r Aloizio Mercadante: “Nossa expectativa<br />

era retirá-lo algemado da Casa da Dinda”. Portanto,<br />

era uma expectativa que, hoje, por exemplo, jamais<br />

um oposicionista nosso, nenhum deles, diria: “Quero<br />

tirar o Presidente Lula algemado do Palácio do<br />

Planalto”. O que queremos, na realidade, é fazer<br />

Oposição responsável. Penso que o Governo partiu<br />

agora para uma radicalização, agredindo a Oposição.<br />

Tudo bem. Se o Governo só tem essa arma, ele<br />

a está usando. Mas vamos permanecer tranqüilos,<br />

utilizando todos os instrumentos que tivermos para<br />

fazer uma Oposição responsável, a fim de que o<br />

Governo trilhe pelo caminho certo.<br />

Sr. Presidente, o tempo demonstrou que o PT,<br />

lutador da ética no passado, não resistiu aos encantos<br />

do poder e colocou tudo a perder ao enveredar-se<br />

pelo esquema do “valerioduto”, do mensalão e agora<br />

dos dólares de Fidel Castro.<br />

Ao concluir, gostaria de informar que estou entrando<br />

com uma denúncia na Comissão de Ética Pública<br />

– que é uma comissão do Executivo, não é uma<br />

comissão do Judiciário ou do Legislativo – contra o<br />

Ministro do Trabalho e Emprego, Sr. Luiz Marinho, para<br />

que aquele órgão colegiado apure o comportamento<br />

do acusado, que difamou publicamente o <strong>Senado</strong>r<br />

Jorge Bornhausen de ter “saudades de Hitler”, e a<br />

posterior divulgação por membros do PT de cartazes<br />

ofensivos à honra do Parlamentar.<br />

Sr. Presidente, solicito também que seja transcrita<br />

nos Anais desta Casa a referida denúncia.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, vivemos<br />

um momento difícil, que exige cabeça fria e tranqüilidade<br />

para exercermos oposição sem ameaças, sem<br />

sermos expostos, como foi o <strong>Senado</strong>r Bornhausen, e<br />

também para que o Governo também governe o País<br />

da melhor maneira possível.<br />

Nós temos as CPIs, que estão trabalhando,<br />

ouvindo, investigando. Muitas vezes, são depoimentos<br />

longos para se apurar pouca coisa. Mas, na realidade,<br />

investigação é assim, como, por exemplo,<br />

no caso do Governador Paulo Maluf, em São Paulo.<br />

Há mais de dez anos, o Ministério Público investiga<br />

o Governador Paulo Maluf, que, se passou quarenta<br />

dias preso recentemente, não foi sequer pelas investigações,<br />

e, sim, por ter supostamente pressionado<br />

uma testemunha.<br />

Então, a Oposição tem de trabalhar com determinação<br />

e paciência, para que possamos investigar<br />

todos os crimes ocorridos agora ou no passado.<br />

Mais uma vez, solicito a V. Exª, Sr. Presidente a<br />

transcrição dessa representação que estou fazendo<br />

contra o Ministro do Trabalho e Emprego à Comissão<br />

de Ética Pública do Poder Executivo.<br />

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENADOR JOSÉ JORGE EM SEU DIS-<br />

CURSO.)<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)

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