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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado <strong>29</strong> 37567<br />

era portador do vírus, o que é um dado atípico. Não se<br />

imaginava a presença desse vírus na América do Sul.<br />

Então, a situação é delicada e, sem dúvida alguma,<br />

exige muita atenção. O Brasil se afirma como grande<br />

exportador de frangos, e devemos ter o devido cuidado.<br />

O vírus H5N1, que transmite a gripe aviária, morfologicamente<br />

é exatamente idêntico ao que causou a gripe<br />

espanhola em 1918, quando, segundo alguns, cinqüenta<br />

milhões de pessoas morreram. Em 1955, houve a<br />

gripe asiática, mais uma mutação da gripe aviária, que<br />

levou à morte, pelo menos, cinco milhões de pessoas.<br />

Em 1967, houve a chamada gripe de Hong Kong, que<br />

levou à morte mais de um milhão de pessoas no planeta.<br />

Então, os ciclos de pandemias, a cada quarenta<br />

anos, despertam uma preocupação moderada, mas<br />

de responsabilidade da saúde pública e fitossanitária<br />

atual. Temos o dever de agir. Hoje, o Ministro da Saúde,<br />

Saraiva Felipe, está no Canadá, em um encontro<br />

de países das Américas, discutindo que estratégia<br />

vamos adotar. Fico muito feliz pelo fato de o Governo<br />

brasileiro ter encomendado nove milhões de kits do<br />

medicamento que tem eficiência, que tem eficácia,<br />

não absoluta, mas considerável contra o vírus da gripe<br />

aviária e também contra o vírus influenza, que pode<br />

ser o grande veículo de uma junção para que a transmissão<br />

entre humanos ocorra. Enquanto a transmissão<br />

for das aves para outro animal, estamos em uma fase<br />

aceitável; se for das aves para o homem, ainda é uma<br />

fase aceitável. Mas, quando o homem transmitir para<br />

outro, isto é, a transmissão inter-humanos, teremos o<br />

risco de uma pandemia com propagações graves. Então,<br />

é muito importante a tranqüilidade da sociedade<br />

brasileira. Governos como o da França e o do Reino<br />

Unido afirmaram estar preparados definitivamente para<br />

garantir a proteção a toda a sua população por medicamentos.<br />

O Governo americano trata o problema como<br />

prioridade estratégica de saúde pública e dos órgãos<br />

de vigilância. A Hungria disse que tem uma vacina<br />

para a gripe aviária, com teste comprovado em mais<br />

de 150 pessoas. Disse que a vacina tem capacidade<br />

de proteger o organismo humano quatro vezes mais<br />

do que a condição mínima apontada pela Organização<br />

Mundial de Saúde. Estou certo de que as autoridades<br />

brasileiras estão acompanhando o problema à altura,<br />

as autoridades do Ministério da Agricultura também<br />

devem fazê-o, o Ministério das Relações Exteriores<br />

deve acompanhar o que está acontecendo. Os epidemiologistas<br />

do mundo inteiro estão preocupados. Nos<br />

dias 30 e 31 próximos, haverá, na Austrália, mais um<br />

encontro internacional para discutir a estratégia de<br />

prevenção e controle de uma propagação eventual da<br />

gripe aviária. Tenho certeza de que o Brasil está à altura<br />

das suas responsabilidades. Os avicultores não devem<br />

esperar o problema acontecer sem pactuar parceria<br />

de emergência e de vigilância de barreiras e proteção<br />

efetiva, porque o que podemos evitar é a contaminação<br />

de frangos. A contaminação entre humanos é um<br />

fenômeno que pode ocorrer independentemente da<br />

vontade humana, da vontade da ciência. Sem dúvida<br />

alguma, a prevenção de contaminação das aves é<br />

um passo que temos condições de dar. Espero que o<br />

Brasil esteja firme, como demonstra, no cumprimento<br />

dessas metas.<br />

O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT – MS)<br />

– Muito obrigado, <strong>Senado</strong>r Tião Viana.<br />

Eu gostaria de registrar a profundidade dos comentários<br />

de V. Exª com relação a um tema absolutamente<br />

importante para todo o mundo, para todos os<br />

continentes. <strong>Senado</strong>r Tião Viana, voltando um pouco<br />

a essa questão da gripe do frango – eu já estava começando<br />

a tratar de assuntos relativos à CPMI dos<br />

Correios –, ressalto que V. Exª aborda um ponto fundamental,<br />

já que essa doença ataca as pessoas. Já houve<br />

vários exemplos, em alguns continentes, de pessoas<br />

que morreram por causa dessa contaminação.<br />

Portanto, Sr. Presidente, esse é um problema<br />

muito mais grave que não está associado apenas à<br />

sanidade animal, mas também à saúde humana. Assim,<br />

devemos ter todos os cuidados possíveis e abordar<br />

esse assunto com absoluta severidade, em razão<br />

da gravidade do momento em que vivemos.<br />

E voltando, Sr. Presidente, à questão da CPMI<br />

dos Correios, eu gostaria de enfatizar, mais uma vez, o<br />

número de informações que nós obtivemos e as condições<br />

reais que temos – repetindo – de instrumentalizar<br />

todos os processos, não só aqui no Congresso como<br />

também junto ao Ministério Público.<br />

Sr. Presidente, como todos aqui sabem e a opinião<br />

pública brasileira também conhece, nós temos quatro<br />

sub-relatorias na CPMI dos Correios. A Sub-relatoria de<br />

Movimentação Financeira, comandada pelo Deputado<br />

Gustavo Fruet; a Sub-relatoria de <strong>Contra</strong>tos, comandada<br />

pelo Deputado José Eduardo Cardozo; a Subrelatoria<br />

de Seguros, que foi criada em função de uma<br />

orientação do Presidente do <strong>Senado</strong>, <strong>Senado</strong>r Renan<br />

Calheiros, para que não se criasse outra CPI aqui no<br />

Congresso, e, portanto, ela se transformou numa subrelatoria,<br />

tendo como sub-relator o Deputado Carlos<br />

Willian; e a quarta sub-relatoria, Sr. Presidente, aquela<br />

ligada aos fundos de pensão, que eu falei há poucos<br />

minutos atrás que vai desvendar a caixa preta, o que<br />

é muito importante para a opinião pública brasileira.<br />

Sr. Presidente, depois de todo o esforço que fizemos<br />

na busca dessas informações, que hoje já obtivemos<br />

– e isso atrasou efetivamente o trabalho da<br />

CPI –, nós não teríamos condições de trabalhar sem

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