14.04.2013 Views

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

164<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

37180 Quinta-feira 27 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

limitada a ponto de não oferecer o suficiente para a<br />

subsistência local. Não há possibilidade de instalação<br />

de fábricas. Há, ali, a preservação ambiental indispensável<br />

e um contraste gritante entre as belezas naturais<br />

fantásticas e a miséria, o desemprego e a violência, o<br />

que faz com que a região, lamentavelmente, detenha<br />

hoje, talvez, os índices de criminalidade mais impressionantes<br />

do País, em função do descaso do Governo,<br />

tanto <strong>Federal</strong> como Estadual, em relação à região. No<br />

entanto, não é o caso de se embutir em uma medida<br />

provisória como esta uma proposta que crie área de<br />

livre comércio em Foz do Iguaçu, como não é o caso,<br />

em que pese o respeito que tenho pelo Presidente José<br />

Sarney, de se embutir, em uma medida provisória como<br />

esta, privilégios, por mais merecidos que possam ser,<br />

ao Estado do Amapá, porque são privilégios que virão<br />

em prejuízo de outros Estados da Federação, inclusive<br />

o meu Estado, o Paraná. É por essa razão que não posso,<br />

lamentavelmente, apoiar esta medida. É por essa<br />

razão que estamos defendendo a exclusão do texto<br />

desta proposta, que não compatibiliza interesses, que<br />

não estabelece o equilíbrio da Federação, que afronta<br />

o princípio da isonomia. Não é dessa forma que vamos<br />

resolver o problema da pobreza existente em regiões<br />

localizadas do Brasil. Não há dúvida de que o que vier<br />

em benefício do Amapá, sem significar prejuízos para<br />

outros Estados, não há por que rejeitar.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR) – Concluo,<br />

Sr. Presidente.<br />

Neste caso, não há como contemplar um Estado<br />

em prejuízo dos demais.<br />

Por essa razão, justificamos o nosso voto contrário.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao último orador inscrito, <strong>Senado</strong>r<br />

Mão Santa, que dispõe de até cinco minutos.<br />

O <strong>Senado</strong>r Sérgio Guerra também está inscrito. Sugiro<br />

a V. Exª que encaminhe a votação, pois terá mais eficácia,<br />

mais visibilidade e mais pertinência.(Pausa.)<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, <strong>Senado</strong>r Renan<br />

Calheiros, posso começar?<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Pensei que V. Exª já havia começado.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Estou aguardando as ordens<br />

de V. Exª, o Presidente da Casa.<br />

Sr. Presidente, ontem, vimos sua firme decisão e<br />

seu propósito. No entanto, peço permissão para lembrar-lhe<br />

que, ao assumir a Presidência desta Casa, V.<br />

Exª disse ao País que iria dar um basta nessas medidas<br />

provisórias.<br />

<strong>Senado</strong>ras e <strong>Senado</strong>res, atentai bem! Eis a Constituição<br />

Brasileira, beijada por Ulysses Guimarães, em<br />

05 de outubro de 1988.<br />

<strong>Senado</strong>r Paulo Paim, e agora? Refiro-me à medida<br />

provisória. Tantas vezes, Presidente Renan, eu vi, o<br />

Brasil ouviu: “temos que votar imediatamente, porque<br />

é o último prazo”. Errare humanum est. Aceitamos.<br />

Mas permanecer no erro é burrice desta Casa.<br />

Aqui está, <strong>Senado</strong>r Flexa Ribeiro, quem criou,<br />

quem imaginou a instituição da democracia: Montesquieu.<br />

<strong>Senado</strong>r Alberto Silva, Montesquieu, em seu<br />

livro Causas da grandeza dos romanos e da sua<br />

decadência. Sr. Presidente, <strong>Senado</strong>r Renan Calheiros,<br />

Montesquieu historia e analisa como, em Roma,<br />

o poder foi se concentrando até gerar o despotismo e<br />

a conseqüente ruína de Roma. Foi justamente a concentração<br />

de poder. É isso que está havendo no Brasil.<br />

O Governo Central, <strong>Senado</strong>r Arthur Virgílio, se hipertrofiou<br />

e se hiperplagiou, concentrou de tal maneira<br />

que desobedeceu a Constituinte, que dizia que 54%<br />

das riquezas eram do Governo <strong>Federal</strong>; que 22,5%,<br />

era dos Estados; que 21,5%, <strong>Senado</strong>r Magno Malta,<br />

era dos Municípios; e que 3%, era dos fundos constitucionais.<br />

Atentai bem! O Governo, incompetente, guloso<br />

e faminto, consome mais de 60% das riquezas.<br />

E aos prefeitinhos, a descentralização? Atentai bem,<br />

Presidente Renan, Montesquieu disse que a causa da<br />

destruição de Roma foi a concentração do poder, este<br />

poder que nos enfia goela abaixo medidas provisórias.<br />

Atentai bem: 84 laudas – <strong>Senado</strong>r Alberta Silva –, 138<br />

artigos, 150 parágrafos e 112 incisos. A única novidade<br />

dessa vergonha que aqui está desmoralizando<br />

este Poder, concentrando o Poder <strong>Federal</strong> é a desmoralização.<br />

<strong>Senado</strong>res José Agripino e Arthur Virgílio,<br />

a única novidade agora é como o eletroméstico: era<br />

dois em um, três em um; aqui, agora, são cinco em<br />

um, <strong>Senado</strong>r Alberto Silva! De 252 a 255! <strong>Senado</strong>ra<br />

Heloísa Helena, <strong>Senado</strong>r Renan Calheiros, e o que foi<br />

feito da 253 e da 254? O que estará lá contido nessas<br />

caixas-pretas das imorais leis feitas de cima para baixo?<br />

Esta é a vergonha. Então, atesto isso. Presidente<br />

Renan Calheiros, lá das Alagoas, fui prefeitinho e vejo<br />

as dificuldades. Como V. Exª explica a esta Casa, ao<br />

Estado de Alagoas e aos Prefeitos que, no que se refere<br />

à reforma tributária de emenda à Constituição, a<br />

Câmara não aprovou, foi devolvido 1% dos 7,5% que<br />

o Governo <strong>Federal</strong> garfou, roubou dos Prefeitos do<br />

meu Brasil? Essa é a verdade. Aprovamos, na reforma<br />

tributária da emenda à Constituição, 1%, devolvendo<br />

o que foi garfado, o que foi roubado pelo Governo<br />

central aos Prefeitos. Esta é a causa, <strong>Senado</strong>r Renan

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!