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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

367<br />

37396 Sexta-feira 28 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

Enfim, Sr. Presidente, são vários os motivos que<br />

levaram à protelação dessa solução. Não fosse, repito, a<br />

dedicação do <strong>Senado</strong>r Heráclito Fortes, o seu interesse<br />

em solucionar da melhor forma possível, da maneira<br />

mais inteligente possível, certamente nós estaríamos<br />

hoje aqui divergindo em relação a esse tema. E, hoje,<br />

estamos possibilitando uma votação consensual, exatamente<br />

em razão desse entendimento.<br />

Enfim, Sr. Presidente, nós esperamos que o documento<br />

aqui apresentado, com a assinatura de Ministros,<br />

seja de forma absoluta respeitado. Mas é bom<br />

destacar, para tranqüilizar todos os trabalhadores desse<br />

setor, que o texto desse decreto, desse acordo que<br />

aprova o texto da Convenção-Quadro, dá a garantia da<br />

manutenção dos empregos, o que é fundamental.<br />

Não fosse essa medida, essa providência, certamente<br />

não poderíamos votar hoje essa matéria.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao nobre <strong>Senado</strong>r Aloizio Mercadante,<br />

Líder do Governo, por até cinco minutos.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, quero apenas reforçar a importância<br />

da Convenção-Quadro no controle do uso do tabaco,<br />

pois se trata do primeiro esforço da comunidade<br />

internacional – 192 países caminham nessa direção<br />

– para que se avance no combate ao fumo, que deixa<br />

seqüelas para a saúde humana. No passado, elas não<br />

eram identificáveis, mas, hoje, são do conhecimento de<br />

todos e comprovadas cientificamente. São mais de 400<br />

produtos tóxicos para o ser humano que se desdobram<br />

em doenças como câncer, enfisema e tantas outras,<br />

que, além de comprometerem a qualidade de vida e a<br />

longevidade das pessoas, aumentam os gastos com<br />

saúde e o esforço da Previdência Social.<br />

Essa iniciativa da Organização Mundial de Saúde<br />

é a primeira na direção da saúde pública internacional<br />

e o Brasil, que presidiu a Convenção, foi o segundo<br />

País a assiná-la. Quero dizer que não é verdade que<br />

os grandes produtores não aderiram a ela, pois dos<br />

15 maiores produtores de fumo sete já o fizeram. Inclusive,<br />

o terceiro maior produtor, que é a Índia, é signatário<br />

da convenção.<br />

A Câmara dos Deputados discutiu a matéria<br />

durante nove meses e fez um seminário internacional<br />

para aprová-la, portanto a votação não foi feita de<br />

forma açodada.<br />

Existe um movimento crescente da opinião pública,<br />

gerado pelas informações que o combate ao fumo<br />

traz, que está levando a sociedade a se convencer de<br />

que não podemos mais conviver com essa prática. No<br />

Brasil, nos últimos seis anos, o consumo de cigarro foi<br />

reduzido em 50%, ou seja, caiu pela metade, o que<br />

mostra que os adolescentes, as pessoas que pararam<br />

de fumar, os ex-tabagistas, vão deixar de gastar com<br />

saúde, antibióticos, cirurgias, médicos e todas as seqüelas<br />

que isso traz para a vida humana. Devemos<br />

educar a juventude e ensinar-lhe que não precisa de<br />

cigarro para viver.<br />

Se analisarmos as principais medidas que precisam<br />

ser adotadas, o Brasil já está implementando<br />

as mais importantes: política fiscal para encarecer o<br />

custo – já está aí –; medidas que se destinam a evitar<br />

o tabagismo passivo e que se fume em ambiente<br />

fechado – já estão sendo implementadas –; o controle<br />

do conteúdo dos produtos do tabaco – está sendo<br />

implementado –; adoção das embalagens que fazem<br />

advertência ao consumidor a respeito dos riscos – está<br />

sendo implementada –; educação do consumidor para<br />

combater o tabagismo – está sendo feito –; proibição<br />

constitucional da propaganda dos produtos do tabaco<br />

– o Brasil já adotou. O que falta ao Brasil? Faltam três<br />

itens: primeiro, combater o contrabando de cigarros<br />

– temos que avançar nesse esforço –; segundo, proibir<br />

os menores de idade de comprar cigarros – temos<br />

que avançar especialmente nesse segmento –; terceiro,<br />

incentivar o cultivo de culturas alternativas para as<br />

famílias que produzem o fumo.<br />

Ocorre que 85% do que o País produz, <strong>Senado</strong>r<br />

Pedro Simon, são destinados à exportação. A China<br />

vem aumentando o consumo violentamente. Portanto,<br />

está assegurado o mercado dessas famílias produtoras<br />

pelo menos por mais cinco ou seis anos, sem qualquer<br />

reversão, mesmo com a queda expressiva do consumo<br />

interno, que caiu 50% nos últimos seis anos. Por isso,<br />

o Brasil tem tempo para estimular culturas alternativas<br />

e foi feito um acordo, um decreto, com todas as políticas<br />

de assessoria técnica e de financiamento para se<br />

buscarem novas atividades.<br />

É verdade que produzir cigarro gera emprego,<br />

renda e impostos. É verdade, mas funerária também<br />

gera; hospital e UTI também geram; os remédios que<br />

são consumidos também geram. No entanto, precisamos<br />

discutir não somente a geração de emprego e<br />

renda, mas a qualidade de vida e de desenvolvimento,<br />

colocando a vida como o valor mais importante numa<br />

sociedade civilizada e contemporânea.<br />

Portanto, quero parabenizar o <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong>,<br />

agradecer a todos os <strong>Senado</strong>res, o esforço do Governo<br />

e a participação da Oposição na construção coletiva

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