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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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<strong>29</strong>2<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 28 37321<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI)<br />

– Concedo a palavra à oradora inscrita do PMDB do<br />

Estado de Goiás, <strong>Senado</strong>ra Iris de Araújo.<br />

V. Exª, de acordo com o Regimento, dispõe de<br />

dez minutos para usar da tribuna, prorrogáveis por<br />

mais dois; mas é que claro que jamais ousarei cortar<br />

a palavra da bela <strong>Senado</strong>ra.<br />

A SRA. IRIS DE ARAÚJO (PMDB – GO. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.)<br />

– Sr. Presidente, <strong>Senado</strong>r Mão Santa; Srªs e Srs.<br />

<strong>Senado</strong>res, sob o impacto do referendo que manteve<br />

o comércio de armas no Brasil e em meio às repercussões<br />

ainda intensas das denúncias do mensalão,<br />

a Organização das Nações Unidas (ONU) começou<br />

ontem em Genebra, na Suíça, a sabatinar a política<br />

brasileira de direitos humanos, para fazer cumprir o<br />

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, ratificado<br />

pelo País em 1992.<br />

O Comitê dos Direitos Humanos da ONU recebeu,<br />

com cinco anos de atraso, o relatório que o Brasil deveria<br />

ter feito sobre a situação dos direitos civis e políticos<br />

e promete responder com uma lista de recomendações<br />

e críticas ao Governo. Pelas regras, o Brasil deveria ter<br />

entregue o último informe à ONU em 2000.<br />

Mas, Sr. Presidente, especialmente ontem, a<br />

ONU surpreendeu e foi bastante incisiva ao cobrar<br />

do Governo brasileiro uma informação que todos nós<br />

gostaríamos de ter: quantos no Brasil já foram, de fato,<br />

condenados até hoje pelo crime de corrupção?<br />

A pergunta constrangeu e deixou atônitos os representantes<br />

do País na sabatina. A resposta do Governo,<br />

como se poderia esperar, foi simplesmente a de<br />

que não há como saber, <strong>Senado</strong>r Presidente, quantos<br />

já foram julgados e condenados por corrupção, nem<br />

pelas demais violações aos direitos humanos.<br />

Esses fatos e informações, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res,<br />

que inundam a imprensa hoje, nos deixam perplexos<br />

devido a duas constatações fundamentais. A primeira:<br />

o Governo não está nem aí para a corrupção, porque,<br />

se tivesse a mínima preocupação, pelo menos, desde o<br />

seu início, teria começado um levantamento minucioso<br />

sobre o destino judicial dos acusados de praticar atos<br />

ilícitos. Eu me refiro a todos os Governos, logicamente.<br />

A segunda constatação: a ausência surpreendente de<br />

números sobre condenados por irregularidades é sinal<br />

claro de que são raros – muito raros! – os que estão<br />

pagando pelos seus crimes atrás das grades, o que<br />

coloca o Brasil numa situação lamentável em nível internacional<br />

no que diz respeito às medidas concretas<br />

para combater a praga chamada Corrupção.<br />

Um dos argumentos apresentados pelos representantes<br />

do Brasil na ONU, o de que não existiriam

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