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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

617<br />

37710 Terça-feira 1º DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Novembro de 2005<br />

– conforme é o eixo de seu pronunciamento – que o<br />

ônus da prova não é mais de quem acusa, mas de<br />

quem é acusado.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – De<br />

quem é acusado...<br />

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Então, em<br />

um dia desses, qualquer um de nós será denunciado<br />

por esse ou aquele motivo, e o ônus da prova, o<br />

de mostrar que eu não tenho nada a ver com aquilo,<br />

não é mais do Deputado, do <strong>Senado</strong>r ou desse ou<br />

daquele Partido. É brincadeira! As pessoas acusam,<br />

e o ônus da prova é daquele que é acusado. Então,<br />

quem é acusado, seja entidade, seja pessoa pública<br />

ou não, vai ter que demonstrar que não tem nada a<br />

ver com aquilo que se ouve por parte daquele que é<br />

o acusador. Por isso mesmo, cumprimento V. Exª. É<br />

mais uma denúncia, como tantas outras. São tantas<br />

que chego a dizer que tem de haver mais responsabilidade<br />

por parte de quem acusa. Caso contrário,<br />

amanhã ou depois, serão eles tachados de irresponsáveis<br />

pela forma como encaminham essas denúncias.<br />

Parabéns a V. Exª.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Agradeço<br />

ao <strong>Senado</strong>r Paulo Paim.<br />

Quero solicitar, Sr. Presidente, que sejam consideramos<br />

como lidos na íntegra dois artigos. Um foi publicado<br />

no jornal Valor, hoje, de Fernando Luiz Abrucio,<br />

intitulado “O Poder desmedido das paixões políticas”, e<br />

trata um pouco desse clima exacerbado de denúncias.<br />

Faço questão, <strong>Senado</strong>r Paulo Paim, para corroborar<br />

com o seu aparte, de ler um trecho:<br />

O problema é que as acusações aumentam<br />

e se expandem para todos os lados, mas<br />

as investigações perdem cada vez mais qualidade.<br />

Obviamente que esta enxurrada de denúncias<br />

deve ser investigada. Mas fica cada vez mais evidente<br />

a dificuldades para o Congresso realizar um<br />

processo investigatório minimamente isento de brigas<br />

políticas.<br />

O outro artigo que peço que seja transcrito na<br />

íntegra é de Mauro Santayana. Foi publicado no Jornal<br />

do Brasil de hoje e é intitulado “Harry Potter em<br />

Havana”. Menciona fatos muito contundentes. Vou ler<br />

alguns trechos que considerei mais relevantes.<br />

Apurar todos os fatos, investigar tanto o<br />

PT quanto o PFL (outra revista levanta suspeitas<br />

de corrupção grossa na Bahia), tanto<br />

o PL quanto o PSDB, e levar os culpados aos<br />

tribunais é dever do Ministério Público e do<br />

Congresso, como é urgente acabar com o financiamento<br />

privado das eleições. Mas agravar<br />

ainda mais a crise política é um alto risco<br />

para todos, e não só para os que se encontram<br />

sitiados no governo. Os radicais do PFL<br />

e do PSDB (e alguns radicais do PT também,<br />

que estão perdendo o prumo da serenidade)<br />

não têm noção do que pode vir a ocorrer no<br />

país. Essa orquestração – que já vimos em<br />

1950,1954, 1955, 1961 e 1964 – só nós trouxe<br />

descalabros, além de 21 anos de regime<br />

militar e de atraso político. Não conseguimos,<br />

ainda, recuperar o senso do governo civil, que<br />

nos manda corrigir, com os votos de hoje, os<br />

votos equivocados de ontem. Esse senso de<br />

governo civil é aquele que identifica o que é<br />

necessário e o que é possível, e que – sem<br />

prejuízo das divergências criadoras, nem do<br />

confronto ácido das idéias – procura manter<br />

a disputa pelo poder dentro das normas do<br />

respeito ético. A experiência demonstra que<br />

todos os que atearam incêndios em nosso<br />

passado político não tiveram lucro com as<br />

cinzas.<br />

Para terminar, Sr. Presidente, eu só queria dizer o<br />

seguinte: é óbvio que o clima da eleição já está posto.<br />

Isso aqui é clima eleitoral antecipado de 2006. Agora,<br />

se é clima eleitoral antecipado, vamos todos cumprir<br />

com o nosso dever e investigar tudo o que for necessário<br />

com a devida seriedade.<br />

Entretanto, há algo que nenhum de nós tem o direito<br />

de fazer: tirar do povo o direito de escolher quem<br />

vai governá-lo a partir de janeiro de 2007. E o povo<br />

vai decidir isso na urna, em outubro de 2006. Portanto,<br />

não queiram tirar do povo um direito inalienável,<br />

inclusive se decidir reeleger o Presidente Lula, caso<br />

Sua Excelência se candidate à reeleição. É ao povo<br />

que cabe essa decisão.<br />

Portanto, Sr. Presidente, gostaria de, mais uma<br />

vez, solicitar que sejam dados como lidos na íntegra<br />

os dois artigos, que considerei extremamente pertinentes<br />

para o momento aguçado da crise política que<br />

voltamos a viver no <strong>Senado</strong>.<br />

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE A<br />

SRA. SENADORA IDELI SALVATTI EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inseridos nos termos do art. 210 do Regimento<br />

Interno.)

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