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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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450<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado <strong>29</strong> 37527<br />

na dúvida: “O que está acontecendo? Essa CPI dá ou<br />

não em alguma coisa?” Vem o <strong>Senado</strong>r Alvaro Dias e<br />

completa, com a competência também dele. E como<br />

disse V. Exª, imparcialmente, se houver um relatório<br />

final conciso e objetivo, apontando o que aconteceu,<br />

cessa o nosso trabalho, do Congresso.<br />

Entretanto, temos de fazer mais. Recebemos uma<br />

incumbência, criamos uma CPI, e o povo está satisfeito<br />

porque o Congresso agiu, mas não podemos ir<br />

além daquilo que a Constituição nos atribuiu. Enfim,<br />

aqui no <strong>Senado</strong> e na Câmara, temos de trabalhar para<br />

concluir o que está acontecendo e continuar, se for o<br />

caso, como se diz, na história do caixa dois. Mas o mais<br />

importante é que tenhamos uma lei. Uma nova lei que<br />

permita que as eleições brasileiras sejam feitas de tal<br />

ordem que sejamos candidatos sem necessariamente<br />

sermos candidatos a réu. Precisamos rever um ponto<br />

importante, porque cada candidato já é um pró-réu.<br />

Ele entra como candidato já sabendo que ali, por uma<br />

denúncia, o juiz ou alguém determina a cassação ou<br />

o registro. Não estou dizendo que a Justiça não deva<br />

fazê-lo, mas hoje é quase um risco alguém ser candidato<br />

a alguma coisa, pois, se um inimigo dele juntar<br />

duas pessoas e fizer uma denúncia, de pronto... E há<br />

um desejo sádico – estou sentindo assim: a prisão tem<br />

que ser efetuada com algema.<br />

De acordo com o que li a respeito, o nosso Código<br />

diz que a pessoa só pode ser presa em duas situações:<br />

se for apanhada em flagrante de um crime<br />

e se for um perigo para a sociedade; ou se pretender<br />

fugir do País. Se não for nesses casos, o réu vai ser<br />

julgado, naturalmente a Justiça tem todo o poder de<br />

julgar, e ele tem o direito de se defender. Isso é assim<br />

em qualquer país.<br />

Antes de entrar no assunto sobre o qual pretendia<br />

discorrer, gostaria de congratular-me com o <strong>Senado</strong>r<br />

Pedro Simon por suas palavras a respeito de<br />

nosso companheiro do Piauí. E ratifico: ele entrou por<br />

um caminho de apontar os erros do Governo, e nosso<br />

Partido, democrático que é, não o expulsou. Quando a<br />

<strong>Senado</strong>ra Heloísa Helena ficou contrária à ação do PT,<br />

foi expulsa. O PMDB não expulsa ninguém; dá liberdade.<br />

E concordo com ele, que traz números. Quando<br />

diz que temos 76 impostos, prova e mostra. Por isso,<br />

as palavras de V. Exª, <strong>Senado</strong>r Simon, a respeito de<br />

nosso companheiro do Piauí, são precisas, atuais. Eu<br />

ratifico que realmente ele tem a competência de analisar.<br />

Às vezes, ele passa um pouco, mas é do feitio dele<br />

mesmo. Ele sempre foi assim, quando era prefeito e<br />

eu governador; depois, ele governador e eu senador.<br />

Esse é o feitio dele.<br />

Mas eu quero encerrar dizendo que, nesta manhã,<br />

que vai já no rumo da tarde...<br />

O Sr. Mão Santa (PMBD – PI) – V. Exª me permite<br />

um aparte?<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PDMB – PI) – Pois<br />

não.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – <strong>Senado</strong>r Alberto<br />

Silva, eu penso que esta se torna uma das importantes<br />

sessões do <strong>Senado</strong> da República.<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB – PI) – Apesar de<br />

haver pouca gente. Mas o Brasil está nos ouvindo.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – Há pouca gente,<br />

mas a sessão tem qualidade. Ó Lula, escute o que<br />

Shakespeare dizia: “O êxito, a busca da sabedoria é a<br />

soma da experiência dos mais velhos com a ousadia<br />

dos mais novos.” E aqui nós temos a melhor das experiências,<br />

<strong>Senado</strong>r Alvaro Dias. Ninguém mesmo pode<br />

falar em eleições da República do Brasil. Os Ministros<br />

da Justiça, do Supremo, do TSE, precisam ter humildade<br />

e convocar. Alberto Silva, em 1948, surgiu muito<br />

jovem disputando eleições democráticas. Eu era bem<br />

pequeno em 1948. O engenheiro queria voltar, mas o<br />

povo da nossa cidade o agarrou e o fez prefeito. Pedro<br />

Simon, V. Exª foi prefeito? Não? Ainda bem, porque ninguém<br />

foi melhor prefeito do que Alberto Silva, de 1948<br />

a 1950, na História do Brasil. Eu era menino.<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB – PI) – Muito<br />

obrigado.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – Eu fui prefeito<br />

também da Parnaíba. Mas S. Exª foi o melhor prefeito<br />

que eu vi. Então, de lá para cá, tenho essa experiência<br />

democrática. Por que a minha decepção? <strong>Senado</strong>r<br />

Alberto Silva, V. Exª tem uma fidelidade: não votou no<br />

PT. Eu votei. Sou réu confesso mesmo, todos sabem.<br />

Mas o meu jogo é claro. V. Exª teve esse espírito, essa<br />

grandeza de nunca me haver posto para fora do partido<br />

do qual V. Exª é o Presidente.<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB – PI) – Mas é<br />

evidente que não.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB-PI) – V. Exª teve tolerância.<br />

Mas o meu desapontamento – quero contar<br />

a verdade, <strong>Senado</strong>r Pedro Simon –, primeiro, foi que<br />

votei, mas, com aquela franqueza, quando queriam<br />

se aproveitar do Governo, eu me aproximei e disse: o<br />

PMDB tinha candidato, tinha acordo com outros partidos,<br />

apresentou o Vice e era para ficar na Oposição;<br />

vamos dar apoio. Não havia ninguém mais interessado<br />

do que eu. Mas basta um do PMDB estar em um ministério<br />

para simbolizar a história, a verdade e a grandeza:<br />

Pedro Simon. E, a bem da verdade, o <strong>Senado</strong>r<br />

Aloizio Mercadante acatou. Daí por que este Plenário<br />

nunca viu uma desatenção, uma desconsideração entre<br />

mim e o <strong>Senado</strong>r Aloizio Mercadante. Ele se curvou<br />

e aceitou, mas quando levou lá o nome o Rio Grande<br />

do Sul explodiu, porque o Pedro Simon tinha lá cinco

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