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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

125<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 27 37141<br />

dente, cabe uma reflexão no mínimo curiosa. Já tive<br />

a oportunidade de proferir nesta mesma tribuna um<br />

discurso em que pedia a atenção do Governo <strong>Federal</strong><br />

para a questão do último emprego. Relatei que os idosos<br />

não se encaixam mais no perfil dos empregadores<br />

justamente pelo “excesso” de experiência. Ora, como<br />

podemos notar, o mercado se torna cada vez mais<br />

excludente. Aos mais jovens é implacável com a falta<br />

de experiência em carteira assinada; já para os mais<br />

velhos a experiência torna-se um fator prejudicial.<br />

Como se não bastasse tanta dificuldade, o Brasil<br />

possui a quinta maior população jovem do mundo,<br />

ou seja, 34 milhões de pessoas. E a metade delas<br />

não estuda. Esse é um dado alarmante, porque notamos<br />

que o mercado não pode simplesmente absorver<br />

uma quantidade tão significativa de pessoas que<br />

não têm qualificação profissional alguma. Muitos mal<br />

sabem ler.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, está claro<br />

que é preciso muito mais que um programa de governo<br />

para resolver o problema do desemprego no País.<br />

O Governo gasta cerca de R$3,5 bilhões por ano em<br />

formação profissional, mas de maneira fragmentada,<br />

e o resultado não tem sido o esperado. O Programa<br />

Nacional do Primeiro Emprego, que incentiva as empresas<br />

a contratarem jovens sem experiência, conseguiu<br />

contemplar até hoje apenas 4.365 pessoas.<br />

Nesse ritmo, não é difícil imaginar que os números do<br />

desemprego só tendem a crescer.<br />

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res,<br />

como membro da base de apoio do Governo, defendo<br />

a implementação de medidas mais enérgicas, a fim de<br />

combater o problema. Deve-se incrementar uma política<br />

de estágios, com a garantia de uma remuneração<br />

mínima adequada ao jovem trabalhador, para que ele<br />

possa, além de obter o aprendizado profissional, ajudar<br />

desde já a sua família. É importante ainda otimizar<br />

cada vez mais o aproveitamento de programas bemsucedidos,<br />

como é o caso do Intermediação de Mãode-Obra,<br />

do Sistema Nacional de Empregos (Sine),<br />

que conseguiu trabalho para mais de 500 mil pessoas<br />

entre 16 e 24 anos.<br />

Saliento a importância dos programas de Governo<br />

para a geração de empregos, sejam eles voltados aos<br />

jovens ou aos nossos idosos, pois sei da realidade enfrentada<br />

por milhões de brasileiros que se encontram<br />

na amarga fila do desemprego. No entanto, é preciso<br />

que haja um esforço constante e conjunto por parte<br />

de governantes, legisladores e empresários, para que<br />

o país possa gerar postos de trabalho no ritmo e na<br />

quantidade demandada por nossa sociedade.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI)<br />

– Agradecemos ao orador pela obediência ao tempo<br />

concedido e concedemos a palavra, na prorrogação<br />

da Hora do Expediente, ao orador inscrito, Geraldo<br />

Mesquita Júnior, do P-SOL do Estado do Acre.<br />

V. Exª regimentalmente fará uso da palavra por<br />

cinco minutos, que serão prorrogados, segundo fizemos<br />

com os oradores que o antecederam, por mais<br />

três. Então, V. Exª terá, portanto, oito minutos.<br />

O SR. GERALDO MESQUITA JUNIOR (P-SOL<br />

– AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do<br />

orador.) – Sr. Presidente, Mão Santa, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res,<br />

o clima nesta Casa anda nervoso, emocional.<br />

Ainda ontem perdemos um companheiro valoroso,<br />

<strong>Senado</strong>r João Capiberibe, que com grandeza defendeu<br />

o seu mandato até o último minuto. Ouvimos, da<br />

mesma forma, o pronunciamento do <strong>Senado</strong>r Eduardo<br />

Azeredo, feito igualmente com grandeza. Na Casa<br />

funcionam várias Comissões Parlamentares de Inquérito.<br />

A <strong>Senado</strong>ra Roseana Sarney, que há poucos instantes<br />

conversava comigo e a quem saúdo por estar<br />

com a saúde restabelecida, observou que o clima é<br />

realmente esse.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, hoje venho<br />

à tribuna para praticar um ato político dos mais graves<br />

da minha vida.<br />

Como todos sabem, eu me filiei ao P-Sol por<br />

questões, ideológicas, políticas, programáticas. O P-<br />

Sol se constituiu, se constitui e se constituirá sempre<br />

para mim a perspectiva da construção coletiva de um<br />

Brasil completamente diferente desse em que nós vivemos.<br />

Lamentável e involuntariamente eu, membro<br />

do P-SOL, me vi envolvido em um fato de ampla repercussão,<br />

que é do conhecimento de todos. Desde<br />

aquele momento, estou pensando, estou refletindo<br />

solitariamente, <strong>Senado</strong>r Mão Santa, se eu tenho o<br />

efetivo direito de permitir que um milímetro de constrangimento<br />

atinja o meu Partido. Eu fiquei pensando<br />

neste tempo curto mas, ao mesmo tempo, enorme, se<br />

eu tenho o direito de permanecer no Partido. Mesmo<br />

provocando o Conselho de Ética para que investigue<br />

os fatos a mim imputados, eu fiquei me perguntando<br />

neste tempo se eu tinha o direito de, permanecendo<br />

no Partido, permitir que as pessoas, mesmo de longe,<br />

imaginassem a possibilidade de eu estar querendo me<br />

valer do P-Sol como um colchão de proteção e cheguei<br />

à conclusão de que eu não tenho nem um e nem<br />

outro direito. Eu tenho grande respeito pelos militantes<br />

e simpatizantes do P-Sol, particularmente pelas companheiras<br />

e companheiros do Acre e por todos que<br />

nos acompanham em todo o Brasil.<br />

Está aqui o Deputado João Alfredo, um companheiro<br />

valoroso e também a <strong>Senado</strong>ra Heloísa Helena,

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