14.04.2013 Views

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

392<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 28 37421<br />

O bloqueio decretado pela equipe econômica<br />

impôs cortes drásticos no já atrofiado investimento na<br />

área de segurança pública.<br />

O orçamento do Fundo Nacional de Segurança<br />

Pública, por exemplo, teve 59% de suas verbas bloqueadas.<br />

Seu orçamento “encolheu” de 413 milhões<br />

para 170 milhões, segundo o Siafi.<br />

Na esfera do Fundo Nacional Penitenciário, o<br />

orçamento foi cortado de 272 milhões para 140 milhões,<br />

e o repasse efetivo de recursos para os Estados<br />

não passa de 28 milhões e 800 mil, segundo<br />

o Siafi.<br />

Se analisarmos o Plano Nacional de Segurança<br />

Pública, que inclui todos os investimentos na área,<br />

veremos que de 1,5 bilhão previsto, apenas 28,7% foi<br />

“realizado”, ou seja, foi liquidado até o último dia 15<br />

de outubro, ainda segundo o Siafi.<br />

No relatório da Anistia Internacional que foi entregue<br />

ontem à ONU, a conclusão é que:<br />

Os altos índices de violência e corrupção policial,<br />

insegurança, torturas e maus-tratos em presídios e<br />

impunidade no Brasil contribuíram para que o nível de<br />

violações aos direitos humanos permanecesse “extremamente”<br />

elevado no país em 2004.<br />

Numa outra vertente, Sr. Presidente, demonstrando<br />

um contraste bastante revelador, o Procurador-Geral<br />

do Tribunal de Contas da União, Lucas Furtado, veio a<br />

público e classificou como “estratosféricos” os gastos<br />

do Governo <strong>Federal</strong> com diárias de viagens: R$1,045<br />

bilhão, desde o início do governo Lula.<br />

A hipótese levantada sobre o aumento nos gastos<br />

com viagens na gestão do Presidente Lula pode ter<br />

acontecido por desorganização ou por fraudes, essa<br />

é a tese aventada pelo Procurador do TCU: “é bem<br />

provável que seja uma mistura dos dois”.<br />

Sr. Presidente, antes de finalizar o meu pronunciamento,<br />

gostaria de registrar que o Presidente Lula<br />

precisa evitar atribuir ao seu governo o sucesso de<br />

uma política econômica cujos fundamentos são do<br />

governo anterior. O Presidente Lula agora costuma<br />

dizer que quer ser lembrado pelo sucesso de sua política<br />

econômica.<br />

Como afirmou com inteligência e uma boa dose<br />

de picardia o comentarista econômico Joelmir Beting,<br />

o retorno do crescimento da economia, em tempo<br />

de redução da carestia, virada iniciada no ano passado,<br />

ocorre não por causa da política econômica,<br />

mas apesar da política econômica. A conjuntura<br />

internacional altamente favorável foi um estímulo<br />

preponderante.<br />

A política econômica do governo Lula, como salienta<br />

o referido comentarista, não saiu do eixo da política<br />

econômica do governo Fernando Henrique Cardoso,<br />

“com direito a um ajuste fiscal em overdose, a um<br />

garrote tributário também em overdose, a um arrocho<br />

monetário ou bancário igualmente em overdose e, fechando<br />

a roda quadrada, um apagão regulatório como<br />

nunca em overdose. Portanto, uma política econômica<br />

restritiva, purgativa, retranqueira, punitiva”.<br />

Como tão bem escreveu Joelmir, a economia<br />

voltou a crescer porque o garrote tributário expandiu<br />

a informalidade dos negócios e porque o arrocho monetário<br />

desencadeou a “desbancarização” geral do<br />

financiamento da produção e do consumo.<br />

Na produção, as empresas estão se autofinanciando<br />

dentro das respectivas cadeias produtivas,<br />

vulgo crédito mercantil. No consumo, os bancos foram<br />

substituídos pelas lojas, que passaram a financiar a<br />

clientela a 1% ao mês ou, nas grandes redes, na base<br />

de 12 vezes no cartão, sem juros.<br />

Era o que eu tinha a dizer.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PSDB – MS.<br />

Sem apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, ocupo a tribuna no dia de hoje<br />

para registrar a matéria intitulada “Competitividade na<br />

lata do lixo”, de autoria dos jornalistas Felipe Seibel e<br />

Gustavo Paul, publicada na revista Exame do último<br />

dia 26 de outubro do corrente.<br />

A matéria mostra que “o triste episódio da descoberta<br />

de focos de febre aftosa no rebanho de Mato<br />

Grosso do Sul, há alguns dias, evidenciou mais uma<br />

contradição do governo Lula”. O agronegócio, pilar da<br />

economia brasileira, vem sendo tratado com descaso<br />

pelo atual governo. A prova disso foi a atitude do presidente<br />

Lula de empurrar a culpa pelo surto de febre<br />

aftosa para os produtores.<br />

Sr. Presidente, solicito que a matéria acima citada<br />

seja considerada parte deste pronunciamento,<br />

para que passem a constar dos Anais do <strong>Senado</strong><br />

<strong>Federal</strong>.<br />

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENADOR JUVÊNCIO DA FONSECA<br />

EM SEU PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!