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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

127<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 27 37143<br />

apenas ao seu saber jurídico, mas também às suas<br />

virtudes. V. Exª simboliza neste Parlamento, na vida<br />

democrática do Brasil, o que Abraham Lincoln deixou<br />

escrito: “Caridade para todos; malícia para nenhum e<br />

firmeza no Direito”.<br />

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL<br />

– AC) – Querido amigo.<br />

O Sr. Luiz Otávio (PMDB – PA) – <strong>Senado</strong>r...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Lamento dizer que o tempo de V. Exª está esgotado,<br />

<strong>Senado</strong>r Geraldo Mesquita Júnior.<br />

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL<br />

– AC) – Vou encerrar, Sr. Presidente.<br />

O Sr. Luiz Otávio (PMDB – PA) – <strong>Senado</strong>r Geraldo<br />

Mesquita Júnior, V. Exª demonstra cabalmente o<br />

quanto é querido no plenário desta Casa. Mesmo em<br />

pontos distintos, em situações antagônicas e, principalmente,<br />

nas questões político-partidárias, V. Exª se<br />

apresenta sempre como um cavalheiro, como uma<br />

pessoa educada. Como Procurador da Fazenda Nacional,<br />

tem dado a sua parte, a sua competência, a sua<br />

capacidade, principalmente nas questões tributárias,<br />

que são muito discutidas nesta Casa. Portanto, além<br />

de reconhecer a sua capacidade, solidarizo-me com V.<br />

Exª, sabendo que este momento será superado e que<br />

brevemente V. Exª estará nas fileiras de outro Partido,<br />

ou até mesmo de volta ao P-SOL, e com certeza voltará<br />

a ter sua vida político-partidária.<br />

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (P-SOL<br />

– AC) – Muito obrigado. Agradeço sensibilizado os<br />

apartes. Apenas reafirmo, até aproveitando o fecho<br />

do seu aparte, que neste momento desfilio-me do P-<br />

SOL, mas não me desligo do P-SOL. Continuarei com<br />

o P-SOL, solidariamente, construindo esse Partido no<br />

qual o povo acreano e o povo brasileiro têm a maior<br />

expectativa de mudança e de construção de um Brasil<br />

bonito com que tanto sonhamos.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. Geraldo Mesquita<br />

Júnior, o Sr. Mão Santa, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr. Renan<br />

Calheiros, Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra por cinco minutos à <strong>Senado</strong>ra<br />

Heloísa Helena e, em seguida, ao <strong>Senado</strong>r Jorge<br />

Bornhausen.<br />

Tem a palavra V. Exª como Líder.<br />

A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL – AL) – Sr.<br />

Presidente, V. Exª está dizendo que o <strong>Senado</strong>r Jorge<br />

Borhausen estava inscrito na minha frente?<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sim.<br />

A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL – AL) – Então,<br />

pode passar para S. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao <strong>Senado</strong>r Jorge Borhausen.<br />

O SR. JORGE BORNHAUSEN (PFL – SC. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, na biografia<br />

monitorada, que redundou em um livro do jornalista<br />

e escritor Luiz Gutemberg, há um capítulo, o de <strong>nº</strong> 6,<br />

intitulado “Lição na Varanda”.<br />

Para não falhar com a minha memória, vou ler<br />

aqui trechos do episódio que vivi no longínquo ano<br />

de 1960. Eu era estudante de Direito no Rio de Janeiro,<br />

trabalhava no Departamento Jurídico do Banco<br />

Indústria e Comércio de Santa Catarina e, um dia, o<br />

diretor regional do Banco, Dr. Mário Lins, chamou-me<br />

para atribuir uma incumbência que, embora da área<br />

jurídica, nada tinha a ver com o Banco.<br />

Eu devia percorrer as varas criminais do Rio e obter<br />

certidões de processos em que o Deputado Doutel<br />

de Andrade fosse réu.<br />

O Dr. Mário me explicou o objetivo da providência.<br />

Ele tinha indicações de que esses processos incriminavam,<br />

seriamente, Doutel de Andrade, candidato a<br />

vice-governador do Estado, e com isso estaria comprometida<br />

a candidatura de Celso Ramos, concorrente<br />

de meu pai nas eleições daquele ano.<br />

O Dr. Mário contou-me que as informações sobre<br />

os processos contra Doutel lhe haviam sido passadas<br />

pelo ex-<strong>Senado</strong>r Saulo Ramos, antigo chefe do PTB<br />

catarinense, e muito amargurado com Doutel de Andrade<br />

por haver derrubado Saulo, que queria se vingar.<br />

Queria atingi-lo e, no caso, ajudaria a UDN de Santa<br />

Catarina e, mais precisamente, meu pai, candidato a<br />

governador.<br />

Fiz as buscas, encontrei certidões, levei-as e entreguei-as<br />

na varanda da casa de meu pai. E ele terminou<br />

a leitura das certidões. Parecia-me enigmática<br />

a ausência de comentários ante tão pesada documentação.<br />

Finalmente, tratava-se de uma demonstração<br />

passada em cartório das ocorrências vexatórias a que<br />

excessos da vida boêmia haviam levado seu novo adversário<br />

eleitoral.<br />

Observei-o dobrar vagarosa e cuidadosamente os<br />

papéis e, silenciosamente, sem demonstrar nenhuma<br />

pressa em devolvê-los, o fez. Tomei-os meio inerte e,<br />

nesse momento, nossos olhares se encontraram. Sem<br />

emoção, sem dramaticidade, ele me disse: “Se eu tiver<br />

que usar isso para me eleger, prefiro perder a eleição”.<br />

A lição estava dada. Lembro com emoção.

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