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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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270<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 28 37<strong>29</strong>9<br />

entre o casal para que possa prosperar também o papel<br />

da mulher em outros espaços sociais. Neste caso,<br />

parabenizo V. Exª pelo pronunciamento.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – Com certeza, nobre <strong>Senado</strong>r. V. Exª ouviu os<br />

dados estarrecedores com relação à violência contra<br />

a mulher. Já que V. Exª lembrou muito bem lembrado<br />

a situação da sua família, eu lembraria aqui também<br />

da minha. A minha mãe e o meu pai são uns meninos<br />

– como eu falo – que têm 88 anos e estão dispostos,<br />

eles vão e vêm do sítio, fazem todo o trabalho, estão<br />

às vésperas de 90 anos, mas parecem ter 30. O meu<br />

pai é uma pessoa extremamente ágil; ainda hoje ele<br />

faz todos os trabalhos e a minha mãe também. Mas eu<br />

lembro também muito bem que, quando nós morávamos<br />

na roça, com todas as dificuldades, quem brigava,<br />

quem ia levar os filhos na escola para estudar, a<br />

cavalo ou em carroça, era a minha mãe. Ela não abria<br />

mão disso. O meu pai, às vezes, ficava cansado: “Ah,<br />

não vale a pena. Não vai levar a lugar nenhum...” Pois<br />

ela insistia e ia e, hoje, eu e os meus irmãos somos<br />

todos formados e pós-graduados, eu estou aqui, todos<br />

os meus irmãos são professores de universidades, são<br />

grandes pesquisadores no Brasil.<br />

Então, esta questão, <strong>Senado</strong>r, é extremamente<br />

relevante. A força dentro de casa tem que ser igual para<br />

igual. É aquilo que sempre digo: não tem que ser mais<br />

nem menos. Nós, mulheres, não queremos ser mais do<br />

que os homens, de jeito nenhum, mas não queremos<br />

ser menos. Nós queremos ser apenas iguais.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – Sr. Presidente, eu tenho mais um tempinho<br />

sem concessão, ainda de direito. (Risos.) É que essa<br />

buzina aí já começou a tocar, não é?<br />

Como eu já citei, eu quero aqui dizer que nós realmente<br />

precisamos conquistar o poder de igual para<br />

igual porque somos uma fatia da sociedade que é a<br />

maior. Nós somos 52% da sociedade e somos tidas<br />

como minoria, pessoas que não têm, talvez, a capacidade<br />

necessária. Nós temos absolutamente a mesma<br />

capacidade, a mesma competência e o mesmo compromisso<br />

dos homens, que são 48% da sociedade. Aliás,<br />

são todos, indistintamente todos, nossos filhos. Ou será<br />

que tem alguém que não é filho de uma mulher? Todos,<br />

absolutamente todos, os 48%. Nós somos mulheres,<br />

52%, e 48% são homens, nossos filhos.<br />

Portanto, nós não estamos exigindo nenhum absurdo.<br />

Nós estamos exigindo direitos absolutamente<br />

iguais. Chega de discriminação! Chega de violência<br />

contra a mulher! É inadmissível que os nossos filhos<br />

sejam violentos contra nós. E jamais construiremos<br />

uma democracia séria, decente, realmente com igualdade<br />

de direitos na sociedade enquanto não respeitarmos<br />

todas as nossas mulheres, nossas filhas, nossas<br />

irmãs, nossas mães, nossas companheiras. Enfim,<br />

exigimos e queremos respeito e exigimos direitos absolutamente<br />

iguais. É a mulher brasileira, é a mulher<br />

latino-americana, é a mulher do mundo inteiro e, para<br />

isso, queremos poder político, sim!<br />

Eu hoje presido o Ano Internacional da Mulher<br />

Latino-Americana e Caribenha, pelo <strong>Senado</strong> da República.<br />

Temos esse movimento na América-Latina e<br />

no Caribe, são 26 países, mas isso tudo é muito pouco.<br />

Nós precisamos da contribuição, da parceria dos<br />

companheiros homens para podermos superar realmente<br />

essa questão.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – <strong>Senado</strong>ra Serys<br />

Slhessarenko.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – Pois não, <strong>Senado</strong>r.<br />

O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – <strong>Senado</strong>ra Slhessarenko,<br />

quis Deus estar presidindo nossa sessão o<br />

<strong>Senado</strong>r Paim. Deus escreve certo por linhas tortas.<br />

Eis o quadro! Olha, este Brasil, em 505 anos, <strong>Senado</strong>r<br />

Sibá Machado, teve muitos Presidentes homens. Por<br />

instantes, uma mulher dirigiu este País e escreveu a<br />

lei mais bela: a da libertação dos escravos. Então esta<br />

é uma homenagem que V. Exª sintetiza: a esperança.<br />

Porque, em poucos dias, a Princesa Isabel fez uma<br />

das leis de maior dignidade, de igualdade, e assim<br />

nasceu a democracia. Que seja uma inspiração e que<br />

V. Exª encontre, no exemplo da Princesa Isabel, essa<br />

grandeza para nossas <strong>Senado</strong>ras.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – A libertação dos escravos. Mas agora eu conclamo<br />

os companheiros homens. Os homens, como<br />

toda a sociedade brasileira...<br />

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT – RS.<br />

Fazendo soar a campainha.) – Mais um minuto para<br />

V. Exª concluir.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – Os homens generosos, fraternos, solidários<br />

que nos ajudem na conquista da igualdade de direitos<br />

entre homens e mulheres.<br />

Eu teria de falar aqui ainda – mas o tempo não<br />

permite, então devo voltar à tribuna amanhã – sobre<br />

um projeto de nossa autoria já aprovado na Comissão<br />

de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados,<br />

que estabelece o ano 2006 como o Ano Nacional de<br />

Santos Dumont. É o ano do centenário. Eu diria que<br />

o mundo inteiro está aguardando a posição do Brasil.<br />

Existe toda essa discussão acerca dos irmãos Wrigth,<br />

que teriam sido os inventores do avião. Nós não queremos<br />

discutir quem foi, pois temos certeza de que foi<br />

Santos Dumont. Por isso, nós precisamos, no ano que<br />

vem, no seu centenário, dedicar, no Brasil, um ano para<br />

lembrar, rememorar como exemplo para nossos...<br />

(Interrupção do som.)

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