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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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452<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado <strong>29</strong> 375<strong>29</strong><br />

ve durante o Governo Fernando Henrique, fizemos um<br />

apelo dramático, que ecoava no Brasil inteiro, quanto à<br />

situação precária das nossas estradas. Ando muito por<br />

terra, <strong>Senado</strong>r Alberto Silva, para atravessar, de norte<br />

a sul, o meu Estado, que tem uma extensão de quase<br />

mil quilômetros. E é com alegria, com alegria mesmo,<br />

que eu e o povo do Tocantins nos manifestamos ao<br />

ver, agora, o Ministério dos Transportes, no Governo<br />

do Presidente Lula, recuperando as estradas. A Belém-Brasília<br />

é, seguramente, o eixo mais importante de<br />

comunicação, de logística, do Tocantins. E não apenas<br />

do Tocantins, pois os Estados adjacentes têm na rodovia<br />

BR–153, a Belém–Brasília, o seu único eixo de<br />

comunicação quando se transportam bens e serviços.<br />

Então, é com alegria que temos que registrar esse aspecto<br />

positivo que V. Exª está ressaltando. Eu só espero<br />

que os recursos da Cide, que devolveram ao Ministério<br />

a condição de recuperar esse enorme patrimônio público<br />

que são as rodovias federais, sejam, pelo menos<br />

aquela parcela destinada à recuperação das estradas,<br />

aplicados na recuperação das estradas.<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB – PI) – Agradeço<br />

o aparte e as palavras de V. Exª.<br />

Quero apenas continuar dizendo que estou vendo<br />

que a Ministra levou em consideração os números<br />

que apresentei a ela sobre os prejuízos do País, principalmente<br />

em óleo. Mostrei a ela que nós tínhamos<br />

números indiscutíveis, como, por exemplo, de dois milhões<br />

de carretas circulando nas estradas destruídas.<br />

E provei que as paradas, as freadas e as acelerações<br />

das carretas de 50 toneladas causam um prejuízo de<br />

algo em torno de quatro bilhões de litros de diesel, que,<br />

traduzidos em recursos, representam R$6 bilhões, e,<br />

na verdade, para recuperar os vinte mil quilômetros,<br />

não precisamos gastar toda essa importância.<br />

A Ministro levou em consideração o que mostrei<br />

e creio que essa aceleração que V. Exª já constatou<br />

na Belém-Brasília é o resultado da ação daquilo que<br />

considero uma nova ordem de coisas no Palácio com<br />

a presença da Ministra Dilma. Quero mandar os meus<br />

cumprimentos à Ministra e dizer-lhe que avance, pois<br />

mais oito mil quilômetros já estão licitados e podem<br />

ser contratados, e, se o ritmo de recursos que estão<br />

sendo alocados para a recuperação das estradas<br />

continuar assim, ainda no Governo Lula e sob o comando<br />

do Ministro dos Transportes, evidentemente,<br />

mas sob a batuta da Ministra Dilma Rousseff, vamos<br />

assistir à recuperação total da malha brasileira, que<br />

está destruída há muitos anos e que não foi levada<br />

em consideração.<br />

Entrei neste assunto em virtude de um aparte e<br />

prometo que na terça-feira trarei a lista de todas as estradas<br />

que estão sendo recuperadas e das que serão,<br />

com o ritmo que está sendo aplicado, depois da minha<br />

conversa com a Ministra Dilma Rousseff.<br />

Agora, eu gostaria de falar rapidamente sobre um<br />

outro assunto. Enquanto cuidamos de apurar denúncias<br />

através das CPIs, esta Casa trabalha em outros<br />

assuntos. Eu, particularmente, entrei nessa questão<br />

do biodiesel e cheguei à conclusão de que o biodiesel<br />

começou a atrapalhar a mente dos lavradores, que me<br />

perguntam como é essa história, como é que se planta<br />

mamoma, o que faz com a mamona, para quem vender,<br />

que usinas existem. Como não está regulamentado,<br />

apenas a ANP autoriza, porque o biodiesel passou<br />

como que um complemento das atividades da ANP.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB – PI) – Peço<br />

permissão a V. Exª para encaminhar esse documento,<br />

que é importante, porque recebo e-mails de todo<br />

lado perguntando como funcionará essa história do<br />

biodiesel.<br />

Vamos ver se, resumindo, posso falar sobre o<br />

que está acontecendo.<br />

Fui convidado e acompanhei o Presidente Lula<br />

à inauguração de uma grande usina de biodiesel na<br />

cidade de Floriano. O Presidente disse: “Lavradores de<br />

todo o Nordeste, a redenção de vocês chegou! Vamos<br />

plantar mamona! Aqui está uma usina para transformar<br />

mamona em biodiesel”.<br />

Os lavradores se animaram, mas eles estão desorganizados,<br />

como sempre foram. Eles fazem e vivem<br />

de uma roça. Como é a roça? O patrão entrega um<br />

pedaço de terra... Não podemos comparar o Nordeste<br />

com o Sul. No Sul, região do nobre <strong>Senado</strong>r Pedro<br />

Simon, as pequenas propriedades trabalham no trigo,<br />

no tabaco, em várias espécies, mas os lavradores são<br />

organizados, são, digamos assim, colonos que têm<br />

tradição de mil anos da Europa, vieram para Brasil e<br />

trouxeram a sua tecnologia. No Nordeste, no semi-árido<br />

principalmente, eles vivem de uma roça, que é um<br />

pedaço de terra em que eles plantam mamona, milho e<br />

feijão. O milho é exigente em água; se não chover bem,<br />

não dá, fica aquele pé de milho que só chegou até a<br />

metade; o feijão sempre dá pouco, porque a semente<br />

não é selecionada, e nunca se ouviu falar da mamona<br />

com sendo a norma para o lavrador do Nordeste.<br />

Agora, com a idéia do biodiesel, os lavradores<br />

estão começando a ficar animados. Entramos no Banco<br />

do Nordeste e perguntamos como é esse Pronaf. O<br />

Pronaf é algo muito importante, que foi criado, creio,<br />

no governo anterior, e que foi muito reforçado agora<br />

no Governo do Presidente Lula. O Pronaf é um crédito,<br />

é um valor que o banco entrega ao lavrador e ele leva<br />

para casa para plantar aquela roça.

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