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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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634<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

OUTUBRO 2005<br />

Novembro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Terça-feira 1º 37727<br />

minha fala, e lembro o que V. Exª coloca. Se hoje tivermos<br />

sob suspeição as relações diplomáticas entre<br />

Brasil e Cuba, as relações comerciais entre esses dois<br />

países, nós podemos estar aumentando as injustiças<br />

da relação histórica dos países latino-americanos<br />

com aquela ilha, cujo povo tem autodeterminação,<br />

tem suas contradições e sua vontade de se afirmar<br />

sempre como nação.<br />

O Brasil hoje compra de Cuba algo em torno de<br />

US$6 milhões por ano e vende mais de US$60 milhões<br />

por ano. Quer dizer, é como se fôssemos os predadores<br />

de um povo que vive com tanta dificuldade. O Presidente<br />

Lula, entendendo essa lógica, quer firmar parcerias<br />

de solidariedade, de cooperação mútua, com as quais<br />

o Brasil estende a mão, ajuda o desenvolvimento de<br />

Cuba. Temos um belíssimo exemplo em Cuba, país no<br />

qual para cada mil crianças nascidas vivas quatro ou<br />

cinco morrem antes de completar um ano; no Brasil,<br />

essa relação é de <strong>29</strong> por mil crianças. Um país pobre<br />

como aquele gasta US$40 dólares per capita com<br />

saúde. Em média, o Brasil gasta mais de 200. Temos<br />

essas contradições. Temos também tanta experiência<br />

rica e solidária a se trocar, e vem uma notícia dessa<br />

como que para inviabilizar as relações fraternas entre<br />

os irmãos latino-americanos.<br />

Mas é possível se rever em profundidade o que<br />

é a denúncia justa, o que é a apuração rigorosa dos<br />

culpados, o que é a condenação de fato daqueles que<br />

merecem. Ninguém aqui está dizendo que o PT não<br />

tem erros e que não deva ser condenado, mas essa<br />

relação da imprensa, no último final de semana, da revista<br />

Veja parece um exagero, uma precipitação desnecessária<br />

de quem contribui tanto com o jornalismo<br />

brasileiro e com a democracia brasileira.<br />

Agradeço a V. Ex.ª e concluo lembrando dessa<br />

viagem que fez o Governador Jorge Viana com mais<br />

de setenta empresários, visitando os irmãos peruanos<br />

e afirmando a integração sociocultural, política e econômica.<br />

Os membros do Estado foram no intuito de<br />

fazer parcerias comerciais, comprar produtos peruanos<br />

de toda natureza porque não temos matéria-prima<br />

para gerar, para beneficiar, para levar valor agregado<br />

pensando no que podemos trazer para a Amazônia<br />

brasileira e aquilo que podemos levar para venda deles.<br />

O Peru e a Bolívia formam um contingente de 33<br />

milhões de habitantes em média que estão comprando<br />

ainda muito da Ásia os seus produtos de necessidades<br />

elementares. Então, podemos ter a Amazônia<br />

muito bem servida com essa parceria que o Governo<br />

do Presidente Lula tem consolidado.<br />

Encerro, Sr. Presidente, elogiando e demonstrando<br />

a minha enorme esperança na consolidação<br />

dessa tese do Presidente Lula de uma comunidade<br />

sul-americana de nações e a certeza de que podemos<br />

transformar essa crise em um amanhã de estabilidade<br />

política, um amanhã de responsabilidade política muito<br />

mais sereno e muito mais à altura das dimensões que<br />

devem ter a Câmara dos Deputados, o <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong><br />

e os partidos políticos, que têm tanta responsabilidade<br />

delegada pelo povo brasileiro.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Durante o discurso do Sr. Tião Viana, o Sr.<br />

Papaléo Paes, Suplente de Secretário, deixa a<br />

cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Eduardo Siqueira Campos, 4º Secretário.<br />

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos.<br />

PSDB – TO) – O próximo orador inscrito é o nobre <strong>Senado</strong>r<br />

Rodolpho Tourinho, do PFL da Bahia, a quem<br />

concedo a palavra.<br />

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. <strong>Senado</strong>res, volto a esta<br />

tribuna para tratar de temas ligados à energia e para<br />

reafirmar a minha grande preocupação com a situação<br />

do Nordeste.<br />

Acredito que o sistema elétrico brasileiro não vai<br />

passar por problemas em 2007, 2008 e 2009, com exceção<br />

do Nordeste, mas aponto a necessidade de uma<br />

reflexão muito profunda e, além disso, de uma ação<br />

efetiva do Governo para o ano de 2<strong>01</strong>0.<br />

As razões dessa preocupação são simples. Em<br />

primeiro lugar, o leilão que deve ser levado adiante pelo<br />

Governo, em dezembro próximo, vai buscar energia<br />

nova para 2<strong>01</strong>0. Temos apenas o prazo de quatro anos<br />

para que essa energia seja ofertada, e essa oferta só<br />

poderá ser feita por meio de usinas termoelétricas; ela<br />

não pode ser feita por usinas hidrelétricas, tanto que<br />

a questão daquelas famosas 17 usinas hidrelétricas,<br />

hoje emperradas no País, sem autorização do Ibama,<br />

é de menor interesse para 2<strong>01</strong>0, porque é impossível<br />

que venham a ser construídas até esta data, mesmo<br />

com a concessão das licenças ambientais. Há uma razão<br />

muito simples para isso: a construção das usinas<br />

hidrelétricas leva, em média, seis anos, e teremos necessidade<br />

de construção de novas unidades em quatro<br />

anos – a rigor, não são quatro anos, mas três anos e<br />

meio. Após a realização do leilão em dezembro até o<br />

início da construção, são necessários pelo menos seis<br />

meses para a formatação financeira desses projetos.<br />

Então, o problema é sério, na medida em que se<br />

necessita de usinas térmicas nesse prazo. E essa oferta<br />

só pode ser atendida em grande escala com o gás<br />

natural, que não se encontra disponível no País.<br />

Preocupa-me muito – voltarei a esta tribuna para<br />

tratar deste tema com mais detalhe, com mais vagar

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