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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

275<br />

37304 Sexta-feira 28 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Outubro de 2005<br />

de baixa renda, que é a cesta básica dos materiais de<br />

construção. Ou seja, desonerar, reduzir, eliminar a carga<br />

tributária daquele material de que a população de<br />

baixa renda se utiliza para fazer a pequena reforma, o<br />

famoso “puxadinho”, a pintura da casa, a construção.<br />

É uma proposta que tem um impacto imenso,<br />

significativo, <strong>Senado</strong>r Paim, porque aproximadamente<br />

70% do que se edifica no País, daquilo que se constrói<br />

em termos de moradia é de moradia autogerida.<br />

É aquela moradia que não é do sistema de financiamento<br />

da habitação; não são os condomínios nem<br />

os grandes conjuntos habitacionais. Não! É aquela<br />

moradia autofinanciada, feita no mutirão, no fim de<br />

semana, pela própria pessoa. Isso é quase 70% do<br />

que se constrói.<br />

Nós temos aqui um impacto muito grande com<br />

essa desoneração. Os dados são assustadores.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

A SRA. IDELI SALVATI (Bloco/PT – SC) – Eu<br />

pediria apenas mais um ou dois minutinhos, Sr. Presidente.<br />

O déficit habitacional para a população de até três<br />

salários mínimos, <strong>Senado</strong>ra Ana Júlia, é da ordem de<br />

quase seis milhões de unidades. Ou seja, para suprir<br />

esse segmento, seria necessária a construção de quase<br />

6 milhões de residências, enquanto que a população<br />

com mais de 10 salários mínimos tem apenas um déficit<br />

de 2%. O déficit habitacional da população de até<br />

3 salários mínimos é de 85%. Então, toda essa política<br />

terá como público-alvo famílias com renda de até três<br />

salários mínimos e é exatamente voltada para esse<br />

setor e para a modalidade de construção autogerida.<br />

A carga tributária é elevadíssima: uma habitação<br />

popular de 42 m² tem uma carga tributária, em média, de<br />

37%, entre impostos federais e impostos estaduais.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT – RS)<br />

– Um minuto para concluir, <strong>Senado</strong>ra.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Portanto,<br />

toda e qualquer medida de desoneração tributária<br />

para essa habitação popular vai ter uma grande repercussão<br />

social. Por isso é que estamos muito animados<br />

com a audiência ontem com o Ministro Luiz Fernando<br />

Furlan. Tanto a indústria quanto o comércio de material<br />

de construção saíram com uma perspectiva muito<br />

positiva. E os dados são que, se conseguirmos concretizar<br />

essa desoneração, com o que o Governo Lula<br />

está hoje investindo em habitação popular – no ano<br />

de 2004, foram quase 230 mil atendimentos; este ano<br />

a meta é chegar a 352 mil –, teremos, com o mesmo<br />

recurso, potencial de ultrapassar a casa de meio milhão<br />

de habitações populares no próximo ano.<br />

Por isso, Sr. Presidente, eu queria aqui deixar registrado,<br />

mais uma vez, este assunto, que considero<br />

do maior interesse da grande maioria da população.<br />

Acredito que, a partir da votação de ontem – e espero<br />

que a Câmara dos Deputados termine a Medida Provisória<br />

<strong>nº</strong> 255 –, possamos, efetivamente, caminhar<br />

para a MP do Bem II, beneficiando o setor da habitação<br />

popular em nosso País.<br />

Muito obrigada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT –<br />

RS) – Passamos a palavra ao nobre <strong>Senado</strong>r Mozarildo<br />

Cavalcanti por dez minutos, com dois minutos<br />

de tolerância.<br />

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB – RR.<br />

Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Sra.s e Srs. <strong>Senado</strong>res, ontem<br />

nós aprovamos aqui mais uma medida provisória, a<br />

Medida Provisória <strong>nº</strong> 255, onde foram embutidos, digo<br />

assim, aqueles itens da chamada “MP do Bem”, que<br />

foi rejeitada na Câmara. É uma medida provisória que<br />

tem 138 artigos. Tratam de tudo, inclusive de terras na<br />

Amazônia: terras na Amazônia, desoneração de tributos,<br />

adoção de incentivos da Zona Franca de Manaus<br />

nas áreas de livre comércio.<br />

Enfim, eu acho que a metodologia que nós estamos<br />

aceitando é terrível para a democracia e é terrível<br />

para a instituição parlamentar – tanto Câmara quanto<br />

<strong>Senado</strong>. Eu acho que nós, na verdade, somos um<br />

sistema imperial que envia MPs onde se enxerta tudo,<br />

e acabamos tendo que votá-las, porque elas contêm<br />

itens bons, que queremos aprovar, mas não conseguimos<br />

derrubar os ruins.<br />

Então, com exceção de duas ou três medidas<br />

provisórias que caíram ou caducaram, o resto foi aprovado.<br />

E eu lamento, como amazônida, que tenhamos<br />

aprovado assim, quase que na escuridão, alguns artigos<br />

de muita influência para o futuro da nossa Região.<br />

Remendamos um pouquinho aqui, é verdade, mas eu<br />

esperava que um assunto dessa ordem, para uma<br />

região que corresponde a 60% do território nacional,<br />

pudesse ter sido debatido com mais cautela, como é<br />

o projeto chamado Gestão das Florestas Públicas ou,<br />

como eu prefiro chamar, Aluguel das Florestas Nacionais,<br />

que é o que vai ser na prática.<br />

Mas eu queria também dizer, Sr. Presidente, que<br />

enquanto isso outras medidas de iniciativa parlamentar<br />

não andam nesta Casa. E não andam não é porque o<br />

<strong>Senado</strong>r, o Deputado não queira que não ande, não.<br />

Medidas, por exemplo, em relação à Amazônia há várias<br />

aprovadas aqui pelo <strong>Senado</strong>. Começa com uma,<br />

de minha iniciativa, que é uma Emenda Constitucional<br />

aprovada aqui que destina 0,5% da arrecadação com<br />

Imposto de Renda e com o Imposto Sobre Produtos

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