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01-Contra Capa Vol 29 nº 49 - Senado Federal

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OUTUBRO 2005<br />

ANAIS DO SENADO FEDERAL<br />

159<br />

Outubro de 2005 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 27 37175<br />

Utilizar as essências vegetais que houver lá. Fala-se<br />

todo dia nisso. Em quarto lugar, o segmento mineral.<br />

Os minerais que houver lá, esses que se exportam<br />

sem deixar um tostão para a Amazônia. O que o Pará<br />

exporta também não tendo direito a isso. O Amapá<br />

exportou US$1,2 bilhão e não recebeu um tostão, não<br />

ficou uma escola. E para onde foram essas reservas?<br />

Para que o Brasil construísse, para a felicidade de todos<br />

nós; o nosso parque industrial. Hoje, do ferro que<br />

sai do Pará, também para podermos manter a balança<br />

de exportação, não se cobra imposto nenhum. Não se<br />

exporta impostos. Então, se tivermos qualquer mineral<br />

no Amapá, em que poderemos ser incentivados? Se<br />

não exportarmos, formos transformar esse mineral em<br />

alguma coisa, pelotização ou numa pequena guseria,<br />

teremos incentivo para isso. Qual outra coisa destruirá<br />

o Brasil? Disseram aqui que são esses quatro. Não há<br />

mais. Só há esses.<br />

O que está acontecendo naquelas áreas hoje?<br />

Como são áreas de livre comércio, as matérias que<br />

chegam são isentas de impostos, são produzidas aqui<br />

no centro-sul.<br />

Vou dar um exemplo pequeno para que se veja do<br />

que estou falando: no Amapá, naquela área... As áreas<br />

de livre comércio não são um Estado inteiro, mas áreas<br />

pequenas. Exemplificando: uma área de livre comércio<br />

onde os produtos são isentos de impostos são os free<br />

shops. Aquela é uma pequena área de livre comércio.<br />

A nossa é um pouquinho maior e é mais pobre do que<br />

aquela que é incentivada.<br />

Pois bem, essa é a emenda que apresentei.<br />

Eu estava dando o exemplo da telha. Se importarmos<br />

telha produzida no centro-sul ou em qualquer<br />

lugar, essa telha não paga imposto algum porque é<br />

isenta, está na área de livre comércio, que é comércio.<br />

Mas, se formos produzir lá, ela paga imposto de<br />

industrialização porque não há nenhum incentivo para<br />

industrializar produtos locais. Graças a isso, chegamos<br />

à Amazônia e vemos a Amazônia inteira coberta de<br />

amianto porque não se pode fabricar. É muito mais<br />

barato se comprar telha desse jeito do que realmente<br />

produzi-las lá. Produzir louças-sanitárias. Podemos<br />

chegar a isso. No futuro, o que vai prejudicar, meu<br />

Deus? Perde-se tanto tempo aqui! Estamos discutindo<br />

R$10 bilhões, incentivos. Não vi essa discussão ser<br />

processada de nenhuma maneira. Discute-se, justamente,<br />

esse pequeno aspecto.<br />

Certa vez estive na Sudene. Nilo Coelho era Governador<br />

de Pernambuco. O Diretor do BNDES – não<br />

me recordo seu nome – tinha assento naquele conselho.<br />

Quando foi proposta uma fábrica para o Nordeste,<br />

o BNDES disse que não tinha condição para financiar.<br />

Nilo Coelho repetiu: “Estão tirando pão da boca de po-<br />

bres”. Lembrei-me dessa expressão de Nilo Coelho<br />

para dizê-la hoje aqui: meu Deus, estão tirando pão<br />

da boca de pobres.<br />

Nossa área é uma região paupérrima. Só quem<br />

vive na Amazônia sabe o quanto ela precisa ser ajudada.<br />

Estamos aqui para tratar de um benefício pequeno.<br />

Trabalhei a vida toda vendo montanhas e montanhas<br />

de incentivos para o Brasil inteiro. Vejo que se diluem<br />

os argumentos que são verdadeiros para, de certo<br />

modo, confundir as Srªs e os Srs. <strong>Senado</strong>res. É o que<br />

estou explicando, é do que se trata. Portanto, peço<br />

humildemente aos meus ilustres Colegas que apóiem<br />

essa emenda. Há seis anos, luto nas duas Casas. Se<br />

não fosse um <strong>Senado</strong>r ou um Deputado que ficasse<br />

lutando – ouço aqui os outros colegas, já com o peso<br />

da idade e da longa experiência – seria quase impossível<br />

que se chegasse a esta discussão.<br />

Pois é isto que espero do <strong>Senado</strong> <strong>Federal</strong>: que<br />

faça não justiça, mas que tenha a consciência brasileira<br />

da unidade nacional e de saber que as regiões pobres<br />

também merecem pelo menos umas migalhas no meio<br />

dessa imensa riqueza, no meio dessa imensa soma de<br />

incentivos que estamos dando a todos os setores.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra com base no art. 14. Fui<br />

citado pelo ex-Presidente José Sarney.<br />

O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB – AP) – <strong>Senado</strong>r<br />

Arthur Virgílio, não citei V. Exª. Disse apenas que V. Exª<br />

tinha feito um discurso...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – V. Exª<br />

não me citou de maneira injuriosa – nem era do seu<br />

feitio, pela amizade que nos une –, mas me citou no<br />

debate. É precisamente para mais aprofundarmos o<br />

debate e chegarmos a uma conclusão melhor que me<br />

valho do art. 14 para pedir a palavra.<br />

O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB – AP) – Muito bem.<br />

Essa decisão é da Mesa, <strong>Senado</strong>r Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Não<br />

há antagonismo. Vamos esclarecer melhor.<br />

O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB – AP) – Estou vendo<br />

as Bancadas do Centro-Sul caladas. Somos nós,<br />

da região da Amazônia, que estamos discutindo essa<br />

matéria. Eu achava que, neste momento...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Esclarecerei<br />

minha posição com toda a nitidez.<br />

O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB – AP) – Não estou<br />

divergindo de V. Exª, até porque o Pará foi o Estado<br />

que mais...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Esclarecerei<br />

com toda a nitidez.

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