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A doenca como linguagem da alma.pdf

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Primeira Parte<br />

1<br />

Introdução à Filosofia <strong>da</strong> Significação dos Sintomas<br />

1. Interpretação e valoração<br />

O titulo A Doença <strong>como</strong> Caminho levou a alguns mal-entendidos. Ele<br />

deve ser encarado de maneira absolutamente literal e sem qualquer atributo<br />

de valor. A doença é um caminho que pode ser percorrido, nem bom nem<br />

mau em si mesmo. O que fazer a respeito depende única e exclusivamente<br />

do afetado. Eu vivenciei com uma série de pacientes <strong>como</strong> eles percorreram<br />

conscientemente esse caminho e puderam constatar retrospectivamente que<br />

"seu excesso de peso", "seu infarto do miocárdio" ou até mesmo "seu câncer"<br />

transformaram-se em uma grande oportuni<strong>da</strong>de. Hoje é preciso assumir que<br />

foi seu infarto do miocárdio que levou santa Teresa de Ávila a percorrer o<br />

caminho que percorreu. Sabemos quão intimamente as visões de Hildegard<br />

von Bingen estavam liga<strong>da</strong>s à sua enxaqueca. Estas duas mulheres<br />

extraordinárias evidentemente receberam as mensagens transmiti<strong>da</strong>s por<br />

seus sintomas e transformaram suas vi<strong>da</strong>s de maneira exemplar. É isso<br />

exatamente o que exige A Doença <strong>como</strong> Caminho: aprender e crescer a<br />

partir dos próprios sintomas.<br />

Utilizar mal esse conceito e a filosofia que subjaz a ele é um grande malentendido.<br />

O esoterismo não tem na<strong>da</strong> a ver com a atribuição de culpa,<br />

tratando-se, tal <strong>como</strong> esta explicitado extensamente no primeiro volume, de<br />

que ca<strong>da</strong> pessoa é fun<strong>da</strong>mentalmente culpa<strong>da</strong> por ter se separado <strong>da</strong><br />

uni<strong>da</strong>de. Ser culpado não é uma questão de pequenas ou grandes faltas<br />

cometi<strong>da</strong>s na vi<strong>da</strong> cotidiana, mas de algo fun<strong>da</strong>mental. A culpa humana<br />

primordial reside no abandono <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de paradisíaca. A vi<strong>da</strong> neste mundo<br />

de opostos é necessariamente cheia de faltas e serve para que se reencontre<br />

o caminho de volta à uni<strong>da</strong>de. Ca<strong>da</strong> falta e ca<strong>da</strong> sintoma significam<br />

elementos que faltam para a perfeição, transformando-se em oportuni<strong>da</strong>des<br />

de desenvolvimento.<br />

11

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