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A doenca como linguagem da alma.pdf

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Conclusão<br />

Para concluir, resta a questão de <strong>como</strong> é que se pode ficar saudável<br />

diante de tamanha quanti<strong>da</strong>de de imagens. É possível sarar com imagens? O<br />

processo de cura por meio de imagens em si é tão simples que chega a<br />

parecer complicado para as pessoas intelectualiza<strong>da</strong>s. Nosso problema com<br />

padrões e imagens está sobretudo no pensamento de orientação masculinoanalítica,<br />

que tem em pouca conta o significado do pólo oposto, femininosimbólico.<br />

Nesse sentido o procedimento contrário, a enfatização <strong>da</strong> esfera<br />

imaginativa, seria mais adequado à nossa reali<strong>da</strong>de interna.<br />

Podemos passar semanas e até mesmo meses sem o pólo masculino <strong>da</strong><br />

análise. Muitos povos renunciam totalmente a ele e, com isso, ao progresso<br />

tal <strong>como</strong> nós o entendemos, sem qualquer prejuízo para sua saúde corporal<br />

ou anímica. Mas caso a vivência <strong>da</strong>s imagens internas esteja ausente<br />

apenas por alguns dias, ou por algumas noites, desenvolvemos perturbações<br />

mentais sérias. Nos modernos laboratórios do sono, pode-se impedir que<br />

voluntários sonhem. Eles são despertados sempre que o movimento de seus<br />

olhos indicam o início <strong>da</strong> fase de sonhos, ou seja, de REM 90 . Ao final <strong>da</strong> noite<br />

eles dormiram de sete a oito horas sem sonhar. Após no máximo nove dias,<br />

até o último deles passa a ter alucinações, isto é, eles vêem e ouvem coisas<br />

que ninguém além deles percebe. Essas imagens ilusórias que se vê com os<br />

olhos abertos são chama<strong>da</strong>s de alucinações ópticas pela psiquiatria, sendo<br />

que as vozes ilusórias que se ouve são chama<strong>da</strong>s de alucinações acústicas.<br />

Aquelas imagens internas que agora não podem mais ser elabora<strong>da</strong>s nos<br />

sonhos tornam-se tão prepotentes a ponto de impor-se à consciência diurna<br />

e tornar-se visíveis até mesmo com os olhos abertos. Isso deixa claro o<br />

quanto as imagens internas são essenciais para a vi<strong>da</strong> (e até mesmo para a<br />

sobrevivência), sendo que aqui se trata apenas de contemplação e de forma<br />

alguma, ain<strong>da</strong>, de interpretação. Essa espécie de show de imagens é<br />

vivencia<strong>da</strong> to<strong>da</strong>s as noites por to<strong>da</strong> pessoa mentalmente saudável, até<br />

mesmo por aquelas que não se lembram de seus sonhos. Que isso afete um<br />

número ca<strong>da</strong> vez maior de pessoas é um sinal de quão pouco o lado<br />

feminino imaginativo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de se expressa livremente no ser humano<br />

moderno. As imagens internas mergulham mais profun<strong>da</strong>mente nas sombras

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