06.05.2013 Views

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

A doenca como linguagem da alma.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

acesso ao mundo dos sentimentos e <strong>da</strong>s sensações. Quando, ao final de A<br />

Doença <strong>como</strong> Caminho, dizemos que contemplar e conhecer é suficiente,<br />

estamos nos referindo com isso a um conhecimento no sentido bíblico, uma<br />

admissão de si mesmo no sentido mais profundo. Abraão conheceu Sara, e o<br />

resultado ain<strong>da</strong> assim foi Isaac.<br />

Portanto, a compreensão intelectual <strong>como</strong> primeiro passo não deixa de<br />

ser importante, ela só não é suficiente. A admissão do próprio mundo de<br />

imagens91 poderia ser um segundo passo nessa direção. Viagens<br />

imaginárias feitas com a aju<strong>da</strong> de música para a meditação e imagens<br />

verbais vão mais fundo que excursões intelectuais. Quando a leitura de um<br />

livro já é perigosa para velhas posturas e preconceitos, excursões nas asas<br />

<strong>da</strong>s imagens interiores, conseqüentemente, contêm experiências e perigos<br />

mais profundos para velhos modos de comportamento e de doença. As<br />

viagens no sentido do substituto92 aqui representado levam muitas vezes a<br />

âmbitos que freqüentemente permaneciam estranhos e fechados.<br />

Não se pode certamente dizer que viajar é algo inofensivo. Mas não viajar<br />

é muito mais perigoso que viajar. Quem aprendeu a conhecer o mundo<br />

externo viajando também precisou enfrentar perigos. Caso ele, ao contrário,<br />

tivesse permanecido por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> em sua ci<strong>da</strong>de natal, teria evitado esses<br />

perigos, mas em compensação estaria muito mais vulnerável em relação ao<br />

desconhecido. Reconheci<strong>da</strong>mente, as viagens formam e, com isso,<br />

alimentam a <strong>alma</strong> com imagens.<br />

Algo análogo ocorre com nossas viagens interiores. O mundo interno<br />

modifica-se tão pouco por ser conhecido <strong>como</strong> o externo. Mas ambos deixam<br />

de ser ameaçadores, porque todo perigo conhecido amedronta menos. Em<br />

última instância, com os sintomas não se trata de uma modificação <strong>da</strong>s<br />

coisas em si, dos temas e dos conteúdos <strong>da</strong>s doenças, mas de mu<strong>da</strong>r a<br />

maneira de ver. A tarefa de aprendizado e também o padrão permanecem os<br />

mesmos, mas faz uma grande diferença se esse padrão é extraditado para o<br />

plano físico em um círculo vicioso ou vive livremente em um plano liberado.<br />

Quem escuta sua voz interior pode também com isso ouvir coisas pouco<br />

elogiosas a seu respeito. Visto dessa maneira, a curto prazo é mais<br />

agradável não escutá-la. Mas ignorá-la é perigoso a longo prazo, pois<br />

quando a voz interior se torna repentinamente alta após ter sido<br />

negligencia<strong>da</strong> por muito tempo, já é tarde. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, o psiquiatra<br />

consultado não a escutará e dificilmente lhe atribuirá algum significado, mas<br />

tentará bloqueá-la com armas químicas. A experiência diz que faz mais<br />

391

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!