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A doenca como linguagem da alma.pdf

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homens costumam voar para o peito. Sua suave forma semi-esférica é talvez<br />

fortemente responsável pela preferência que, também mais tarde na vi<strong>da</strong>,<br />

temos por to<strong>da</strong>s as coisas arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Nele na<strong>da</strong> repele, sendo tudo<br />

atraente e encantador. Sendo assim, tanto em formas de expressão<br />

exigentes <strong>como</strong> nas mais modestas, ele é circun<strong>da</strong>do por imagens que<br />

correspondem à sua perfeita forma redon<strong>da</strong>. Entre as frutas, a maçã é<br />

especialmente solicita<strong>da</strong> em relação a isso, às vezes também as pêras. Para<br />

os mamilos, servem de modelo as framboesas e os morangos, ou então os<br />

botões <strong>da</strong>s flores. Enquanto os húngaros falam de botões também na<br />

<strong>linguagem</strong> coloquial, os alemães não se acanham em falar de verrugas<br />

[Warzen].<br />

Com isso, faz-se referência a algo repelente, repugnante mesmo, que nós<br />

na ver<strong>da</strong>de costumamos relacionar com as bruxas velhas e más. Quem<br />

gostaria de colocar uma verruga na boca? Essa designação pode ser uma<br />

relíquia dos tempos <strong>da</strong> Inquisição, aquela projeção de loucura coletiva que<br />

via bruxas más e sedutoras especialmente nas mulheres atraentes. O<br />

movimento feminista descobriu essa temática e, desse lado, fala-se por<br />

princípio nas pérolas do peito. A palavra verruga, nesse contexto, permite<br />

presumir que em alemão as atitudes inconscientes negativas em relação à<br />

feminili<strong>da</strong>de madura predominam. Estas também têm sua tradição na<br />

história. Na I<strong>da</strong>de Média, os fanáticos religiosos xingavam o decote de<br />

"janela do inferno", e os seios de "foles do diabo" ou "bolas do diabo". Até<br />

mesmo a política se ocupava dos seios excitantes, e chegaram até nós<br />

decretos dirigidos contra sua "vergonhosa exibição". Naquela época tentouse,<br />

especialmente nos países católicos, prevenir o perigoso desenvolvimento<br />

dos seios em geral, por exemplo colocando sobre eles pesados pratos de<br />

chumbo à noite.<br />

O peito feminino é de longe o órgão sexual secundário e o chamariz<br />

óptico mais importante. Ele é amplamente utilizado nessa função, e às vezes<br />

explorado. São sobretudo as industrias de cinema americana e italiana que<br />

destacam as "estrelas cheias de curvas" que fazem os corações dos homens<br />

baterem mais rápido. As mulheres são reduzi<strong>da</strong>s a três cifras, sendo que o<br />

busto ocupa o lugar mais importante. Assim, o peito evidentemente torna-se<br />

o órgão pelo qual a mulher necessariamente se deixa definir e pelo qual<br />

muitas vezes também se autodefine. Em uma época digital, uma cifra é<br />

suficiente. Ânimos mais fora de mo<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> definem seu ideal de maneira<br />

mais descritiva. Os seios então devem ser bem formados, firmes e de<br />

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