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A doenca como linguagem da alma.pdf

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chegar até a formação de um busto. A expressão pouco respeitosa de<br />

"efeminado" para essa tendência indica que o desenvolvimento aqui desviouse<br />

para planos equivocados.<br />

Nesse caminho de transformar-se fisicamente, mulheres e homens velhos<br />

podem ficar parecidos. As vezes isso pode ser a expressão de um<br />

desenvolvimento interno paralelo, segundo o princípio de "assim dentro <strong>como</strong><br />

fora". Entretanto, é natural a suspeita de que mais freqüentemente tal<br />

aconteça <strong>como</strong> compensação: "em vez de dentro, fora". A primeira variante<br />

pode ser reconheci<strong>da</strong> pelo fato de que tais rostos velhos exercem um efeito<br />

muito belo e harmônico. É possível vivenciar a irradiação andrógina<br />

correspondente em velhos indianos e indianas, mas também em to<strong>da</strong>s<br />

aquelas pessoas que viveram suas vi<strong>da</strong>s e ousaram a integração de suas<br />

caras-metades. A sabedoria e a compaixão não são questões sexuais e se<br />

expressam de maneira semelhante em ambos os sexos. Conseqüentemente,<br />

elas impregnam os rostos e os corpos de maneira semelhante.<br />

A tendência dos sexos de se aproximarem um do outro na velhice está<br />

relaciona<strong>da</strong> também com o tema do retorno e <strong>da</strong> religio. Caso essa tendência<br />

de retorno seja negligencia<strong>da</strong> em sentido figurado, ela mergulha na sombra e<br />

se manifesta no corpo <strong>como</strong> a assim chama<strong>da</strong> involução. A involução do timo<br />

na puber<strong>da</strong>de e do útero na menopausa é normal. Mas ela também pode<br />

afetar outros órgãos e se faz notar de forma especialmente desagradável no<br />

cérebro. Assim, não é raro que pessoas velhas se tornem novamente infantis<br />

na expressão e no comportamento, e a ingenui<strong>da</strong>de infantil festeja os bons e<br />

velhos tempos. A teimosia <strong>da</strong> velhice lembra as fases de obstinação <strong>da</strong><br />

infância; pode-se voltar a babar quando se come, a <strong>linguagem</strong> torna-se<br />

ininteligível, o passo inseguro. A energia sexual adormece e aproxima-se do<br />

estado característico do início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. O tema <strong>da</strong> agressão retrocede<br />

igualmente, e os dentes abandonam a pessoa um após o outro, assim <strong>como</strong><br />

vieram. O "retornar-e-voltar-a-ser-<strong>como</strong>-as-crianças" mergulhou no corpo.<br />

Quando esse processo de consciência retroativa e volta ao lar ocorre na<br />

consciência, leva ao bom entendimento entre avós e netos, que ocorre com<br />

tanta freqüência.<br />

Na viagem de volta, trata-se de afrouxar o ego construído com tanto<br />

esforço ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Dos sinais físicos <strong>da</strong> velhice até os sintomas típicos<br />

tais <strong>como</strong> a demência e o mal de Alzheimer, passando pelo corpo, forçam o<br />

declínio do ego retirando-lhe sua base, o cérebro. Esse processo também<br />

pode ser resgatado na consciência, quando o muito que se sabe é liberado e<br />

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