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A doenca como linguagem da alma.pdf

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incando de jovem e exigir dos ossos. A populari<strong>da</strong>de de tais truques não é<br />

de admirar quando se pensa no culto à juventude dominante e na negação<br />

<strong>da</strong> velhice que o acompanha. Entretanto, permanece a pergunta se o que se<br />

quer é realmente sacrificar a chance de superar conscientemente essa<br />

grande crise de passagem <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em prol de uma mentira vital. E preciso<br />

aliviar-se tanto física quanto anímicamente e preparar-se para o retorno, o<br />

caminho de casa <strong>da</strong> <strong>alma</strong>. Para isso é necessário livrar-se do lastro. quanto<br />

mais isso acontece em sentido figurado, mais estável permanecerá a<br />

estrutura do corpo.<br />

Apesar <strong>da</strong>s reivindicações em contrário, o homem moderno é hostil às<br />

mu<strong>da</strong>nças na vi<strong>da</strong>. A mu<strong>da</strong>nça do verão para o inverno e vice-versa já é<br />

suficiente para que milhões de pessoas, simultânea e coletivamente, tenham<br />

o nariz entupido e recorram à gripe para representar o tema. Os agentes<br />

necessários podem ser encontrados em qualquer canto.<br />

Parece tão simples man<strong>da</strong>r tudo o que é desagradável para o corpo às<br />

favas. O fato de que a medicina ain<strong>da</strong> por cima apóie esse jogo é um erro<br />

cômico de seu desenvolvimento tão cheio de mu<strong>da</strong>nças. Quando se medita<br />

sobre os argumentos ginecológicos, eles somente podem causar estupor.<br />

Quem mete medo nas mulheres dizendo que seus ossos vão se quebrar<br />

caso não engulam nenhum estrógeno deveria, entre outras coisas, permitirse<br />

perguntar <strong>como</strong> os bilhões de mulheres que viveram antes <strong>da</strong> mo<strong>da</strong> do<br />

estrógeno puderam superar essa época perigosa sem fraturas ósseas, tal<br />

<strong>como</strong> muitas anciãs conseguem fazer até hoje.<br />

Este argumento somente perde em impertinência para aquele outro, não<br />

menos querido nestes tempos tão cheios de mu<strong>da</strong>nças: "Se a senhora não<br />

permite que seu útero seja retirado, ele pode se degenerar de forma<br />

maligna". Seria possível recomen<strong>da</strong>r a amputação dos braços utilizando a<br />

mesma lógica. Eles sempre poderiam ter câncer de pele e degenerar. Esse<br />

pânico fabricado não só levou a um aumento sem precedentes no índice de<br />

operações do útero, mas além disso espalhou uma insegurança preocupante.<br />

Naturalmente, tanto antes <strong>como</strong> agora, há situações nas quais o útero deve<br />

ser retirado. Mas <strong>como</strong> a mulher pode saber se seu ginecologista participa <strong>da</strong><br />

cruza<strong>da</strong> contra os úteros ou tem razões medicamente fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s? Uma<br />

<strong>da</strong>s minhas experiências "médicas" mais vergonhosas é a de que os miomas<br />

podem encolher simplesmente pelo fato de as mulheres consultarem para<br />

uma segun<strong>da</strong> opinião um ginecologista que não é cirurgião, que não tem<br />

nenhum interesse pessoal na operação.<br />

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