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A doenca como linguagem da alma.pdf

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à medi<strong>da</strong> que se presta menos atenção aos sonhos, em que os contos de<br />

fa<strong>da</strong>s são menos considerados e as fantasias perdem significado. A seguir,<br />

todo desentendimento com eles é trabalho nas sombras e é saudável na<br />

medi<strong>da</strong> em que recupera aquilo que foi perdido, reprimido, e que está<br />

ausente.<br />

Temos a sensação de que evidentemente estamos certos em nossa<br />

preferência pelo pólo masculino-analítico e pela consciência critica diurna em<br />

relação à <strong>da</strong> noite. Mas a posição contrária é igualmente imaginável e<br />

também existe. Os senoi são um povo que dá preferência à noite com seus<br />

sonhos. Seu dia gira exclusivamente ao redor <strong>da</strong> noite <strong>como</strong> possibili<strong>da</strong>de de<br />

ter experiências naquele plano de imagens e de entrar em contato com o<br />

divino. Entre os indianos também se pode vivenciar ain<strong>da</strong> o quanto os<br />

grandes sonhos e visões são centrais para a vi<strong>da</strong> diária e para a vi<strong>da</strong> <strong>como</strong><br />

um todo.<br />

Que presenciar essas imagens atua por si mesmo é mostrado pelo fato de<br />

que isso mantém nosso equilíbrio anímico. Para tal, a capaci<strong>da</strong>de intelectual<br />

de interpretação é desnecessária. Aqui se pode esclarecer a questão de<br />

<strong>como</strong> as crianças li<strong>da</strong>m com as interpretações. De maneira geral, elas não<br />

têm qualquer necessi<strong>da</strong>de de suas variantes intelectuais e podem poupar-se<br />

esses rodeios. Elas tendem a aceitar espontaneamente as imagens e a<br />

integrá-las a seu mundo anímico. O trabalho de Elisabeth Kübler-Ross é<br />

especialmente apropriado para acabar com o preconceito de que as crianças<br />

não podem fazer na<strong>da</strong> com o simbolismo e com as mensagens dos sintomas.<br />

Ao contrário, elas freqüentemente estão em melhor situação para isso que<br />

seus pais intelectualizados, que entendem tudo e, muitas vezes, ain<strong>da</strong> assim<br />

não apreendem na<strong>da</strong>. Por essa razão não é preciso, por exemplo, considerar<br />

as encarnações na psicoterapia com crianças, porque estas ain<strong>da</strong><br />

consideram importantes o simbolismo dos contos de fa<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s fantasias.<br />

Enquanto não são toma<strong>da</strong>s pelo pensamento de que tudo é "apenas"<br />

fantasia, as crianças estão mais abertas para seus padrões internos. Os<br />

passos de aprendizado que elas freqüentemente dão por ocasião <strong>da</strong>s<br />

doenças infantis típicas falam por si mesmos. Nos adultos, ao contrário, a<br />

distância intelectual é intransponível, porque eles nem relacionam as<br />

imagens consigo mesmos nem as consideram absolutamente importantes.<br />

Na terapia infantil, pode-se deixar que os pequenos pacientes sonhem<br />

com um conto de fa<strong>da</strong>s e após alguns minutos perguntem onde é que eles<br />

estão na história. O estímulo para que eles mesmos continuem contando a<br />

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