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A doenca como linguagem da alma.pdf

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sentido aprender a conhecer o mundo interior a tempo e com c<strong>alma</strong> que sob<br />

pressão longamente acumula<strong>da</strong>. O relacionamento com o corpo corresponde<br />

ao relacionamento com a <strong>alma</strong>. A ignorância e a repressão são mais<br />

cômo<strong>da</strong>s a curto prazo, mas a longo prazo é mais saudável atrever-se a<br />

confrontar as imagens internas e crescer, em vez de pressionar. Os dois<br />

tipos de medicina e também de psicologia têm suas vantagens: a medicina e<br />

a psicologia acadêmicas têm por objetivo a prosperi<strong>da</strong>de a curto prazo,<br />

pondo de lado a cura, enquanto a medicina e terapia interpretativas colocam<br />

o bem-estar em segundo plano e buscam a cura a longo prazo.<br />

Antigamente viajava-se menos pelo mundo exterior, e quando se viajava,<br />

tratava-se na maioria <strong>da</strong>s vezes de peregrinações, que ligavam o mundo<br />

externo com o interno. A tendência de empreender viagens externas sem<br />

relação com viagens anímicas internas é relativamente nova e dá uma<br />

impressão peculiar a um olhar mais atento. Viagens culturais, que<br />

absolutamente não estão interessa<strong>da</strong>s no culto, flutuam no ar de maneira tão<br />

estranha <strong>como</strong> as viagens de formação, que evitam estabelecer contato com<br />

as imagens interiores. Elas poderiam ser facilmente substituí<strong>da</strong>s por filmes<br />

culturais. As chama<strong>da</strong>s viagens de restabelecimento, considera<strong>da</strong>s do ponto<br />

de vista médico, são em sua maioria um escárnio à saúde. Essa miséria <strong>da</strong>s<br />

viagens chegou até aos organizadores: estão sendo desenvolvidos<br />

constantemente novos conceitos que, na medi<strong>da</strong> em que lhes falta a relação<br />

com viagens interiores, são logo novamente descartados. Viagens de<br />

aventura podem ser mais eletrizantes que as que se faz para tomar banho de<br />

sol, mas as ver<strong>da</strong>deiras aventuras são sempre internas; na melhor <strong>da</strong>s<br />

hipóteses, elas também o são externamente.<br />

Em épocas antigas, a viagem do herói era um caminho interior que<br />

unicamente se refletia no exterior. Viagens rumo às próprias tarefas de<br />

aprendizado, tais <strong>como</strong> elas se refletem nas paisagens internas dos quadros<br />

de sintomas, são as ver<strong>da</strong>deiras viagens heróicas. Elas com freqüência não<br />

são especialmente agradáveis e nunca belas, às vezes elas exigem muita<br />

coragem, mas elas são sempre recompensadoras. Tal <strong>como</strong> foi descrito no<br />

primeiro volume, um guia pode ser útil em viagens longas, e às vezes ele é<br />

necessário. Em nossa época, esses guias se chamam psicoterapeutas. Eles<br />

existiram em to<strong>da</strong>s as épocas, só que antes, quando os seres humanos<br />

viviam por si mesmos nos mundos de imagens de seus mitos e contos de<br />

fa<strong>da</strong>s e confiavam em sua fantasia, eles tinham outros nomes e menos<br />

trabalho. Isso não estava tão relacionado com intervenções em crises<br />

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