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A doenca como linguagem da alma.pdf

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não conhecem esse aumento <strong>da</strong> incidência de câncer e, conseqüentemente,<br />

esse aumento <strong>da</strong> incidência de câncer <strong>da</strong> mama. No caso do peito, trata-se<br />

naturalmente de tecidos declara<strong>da</strong>mente sensíveis. Por outro lado, eles<br />

existem também na boca. Aqui se deveria somar ain<strong>da</strong> o contato com um<br />

sem-número de substâncias cancerígenas. Apesar disso, há muitíssimo<br />

menos câncer nas mucosas <strong>da</strong> boca. Nas vacas leiteiras, que sofrem de<br />

inflamações do úbere com maior freqüência que as mulheres sofrem de<br />

inflamações <strong>da</strong>s glândulas mamárias, o câncer nessa região é desconhecido.<br />

Ao se buscar a situação específica, não é difícil descobrir a negligência do<br />

caminho feminino próprio, que não precisa ter na<strong>da</strong> a ver com o ideal<br />

feminino em voga e que requer muito mais dureza e força do que muitos<br />

consideram correto. Neste contexto, encaixa-se também o fato de que as<br />

freiras são afeta<strong>da</strong>s pelo câncer de mama com uma freqüência acima <strong>da</strong><br />

média. Fica em suspenso saber em que medi<strong>da</strong> a vocação religiosa vai<br />

contra o caminho feminino. Provavelmente são afeta<strong>da</strong>s justamente aquelas<br />

freiras que não estão seguindo seu caminho porque não seguem uma<br />

vocação ver<strong>da</strong>deira, tendo sido empurra<strong>da</strong>s para o convento pela vi<strong>da</strong>. E<br />

talvez também aquelas que realmente ouviram um chamado mas depois<br />

perderam contato com o caminho monástico e mesmo assim permaneceram.<br />

Assim <strong>como</strong> a vi<strong>da</strong> monástica mal utiliza<strong>da</strong> para a fuga promove o câncer,<br />

ela pode também impedi-lo na medi<strong>da</strong> em que leva a mulher ao caminho que<br />

lhe corresponde.<br />

Pesquisas epidemiológicas contendo a distribuição <strong>da</strong> doença entre a<br />

população revelam outras relações interessantes. Enquanto as freiras<br />

adoecem de câncer <strong>da</strong> mama com freqüência acima <strong>da</strong> média, as mulheres<br />

que tiveram mais crianças quando jovens são as menos afeta<strong>da</strong>s. Se elas já<br />

tinham mais de 25 anos por ocasião do parto, o risco volta a subir. Mulheres<br />

que só têm filhos depois dos 30 passam a correr mais risco que as que não<br />

têm filhos. Naturalmente, não faz o menor sentido estabelecer planos de<br />

família com base nessas estatísticas. Isso seria compreender mal o sentido<br />

causal <strong>da</strong>s estatísticas. Por outro lado, elas têm um caráter indicativo<br />

bastante confiável. Logo, ter filhos precocemente continua sendo decisivo<br />

para a auto-realização de muitas mulheres, enquanto ter filhos mais tarde<br />

poderia ser uma exigência que vem de fora ou uma consideração racional. A<br />

isso correspondem experiências <strong>da</strong> psicoterapia onde não é raro constatar<br />

que, sob a superfície de um estilo de vi<strong>da</strong> moderno, continuam vivendo ideais<br />

e padrões primevos. As interpretações <strong>da</strong>s estatísticas são sempre<br />

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