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A doenca como linguagem da alma.pdf

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O fato de que nós, hoje, confiemos principalmente no sentido <strong>da</strong> visão,<br />

ligado às superfícies, mostra o quanto nos tornamos superficiais. O olfato<br />

também ocorre exclusivamente em nós, mas ele preenche melhor a<br />

exigência de percepção real. O método chave-fechadura é mais primitivo e<br />

menos sujeito a erros que o complicado sistema eletromagnético visual. Por<br />

essa razão, "conhecer alguém pelo cheiro” diz muito mais, em última<br />

instância, que achar alguém bonito. É uma atração exerci<strong>da</strong> em um nível<br />

mais profundo. Neste caso algo se ajusta entre duas pessoas <strong>como</strong> a chave<br />

e a fechadura.<br />

Visto a partir de fora, o abandono de nossa capaci<strong>da</strong>de olfativa pode<br />

parecer não ser nenhum problema, hoje em dia podemos prescindir dela<br />

perfeitamente. Há alguns milhares de anos, entretanto, ela era crucial para a<br />

sobrevivência de nossos antepassados. Por outro lado, o poder inconsciente<br />

que o nariz continua exercendo sobre nós e nossas decisões mostra <strong>como</strong><br />

estamos profun<strong>da</strong>mente enraizados em nosso passado. O sintoma <strong>da</strong><br />

hiperosmia, uma percepção olfativa exacerba<strong>da</strong>, que pode aparecer <strong>como</strong><br />

aura na epilepsia, em histéricos e durante a gravidez, mostra um retorno a<br />

épocas arcaicas, quando um olfato sutil ain<strong>da</strong> tinha algo a dizer.<br />

Caso nós, modernos, voltássemos a viver de acordo com nosso nariz e a<br />

valorizar o olfato, algumas coisas seriam mais simples e mais fáceis.<br />

Criaríamos para nós mesmos um mundo diferente do nosso “mundo óptico".<br />

A alienação do nariz reflete um mundo em que vastas áreas cheiram mal, e<br />

que portanto cheira mal para nós. Ter faro para algo significa ter uma<br />

sensação segura em relação a esta situação; seria desejável, para nós e<br />

para nosso mundo, que reaprendêssemos a confiar mais no nariz.<br />

Nós, então, certamente constataríamos também que o ar que inspiramos<br />

constantemente não é somente um insulto ao nosso órgão olfativo, mas<br />

também ao nosso sistema respiratório, pois afinal o nariz não deixa de ser o<br />

começo <strong>da</strong>s vias respiratórias. Em relação a isso, sua função é a de primeira<br />

estação purificadora do ar, já que apanha as grandes partículas de sujeira<br />

em sua rede de pequenos pêlos. Além disso, ele pré-aquece o ar antes que<br />

atingir as vias respiratórias mais profun<strong>da</strong>s, para o que dispõe de um longo<br />

sistema de tubulações.<br />

Inflamação dos seios <strong>da</strong> face ou sinusite<br />

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