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A doenca como linguagem da alma.pdf

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sombra.<br />

Seria melhor encorajar o afetado-, proporcionar-lhe vias de escape, já que<br />

as escapa<strong>da</strong>s não são, naturalmente, as únicas possibili<strong>da</strong>des. Em qualquer<br />

caso, é necessário seguir as necessi<strong>da</strong>des ardentes, voltar a acender as<br />

chamas no âmbito do desejo, em vez de cultivar inflamações. Quando<br />

alguma coisa coça, dever-se-ia raspar para descobrir o que se esconde por<br />

trás e que deve ser vivido. O que não quer dizer "não permitir que na<strong>da</strong><br />

pegue fogo" a partir de agora e somente perseguir necessi<strong>da</strong>des eróticas<br />

superficiais. A sexuali<strong>da</strong>de não é mais, mas tampouco é menos que o<br />

aspecto físico do amor. A região <strong>da</strong>s vergonhas quer ser preenchi<strong>da</strong> de vi<strong>da</strong><br />

e transforma-se em tema em seu duplo sentido. Trata-se aqui de mais<br />

abertura viva em relação a si mesmo e aos outros. É certamente melhor<br />

meter-se com uma pessoa e aprender a conhecê-la em suas múltiplas<br />

facetas que fazê-lo com muitos parceiros virais. Abrir-se inteiramente para<br />

uma pessoa é muito mais significativo que abrir-se um pouco para muitas. É<br />

possível aproximar-se perigosa-mente de um/a, mas dificilmente se<br />

conseguirá isso com muitos/as. Para satisfazer as exigências totalmente<br />

primordiais desse tema é necessário viver a abertura para o novo, para o<br />

estranho, que existe no salto de cerca, assim <strong>como</strong> a vergonha que se<br />

expressa na autopunição subseqüente. Há uma possibili<strong>da</strong>de redimi<strong>da</strong> no<br />

"desejo secreto", que contém tanto o estranho <strong>como</strong> a vergonha. O grande<br />

segredo que ca<strong>da</strong> parceiro representa é a própria sombra, que deveria<br />

proporcionar material suficiente.<br />

O nojo e a vergonha do estranho, dos outros, também são tema e lição. O<br />

que não está na própria pessoa não pode assustar desde fora, <strong>como</strong><br />

constatamos em relação ao herpes dos lábios superiores. Trata-se, portanto,<br />

de investigar o que é tão estranho ao próprio ser a ponto de precisar ser<br />

procurado e negado nos outros.<br />

O objetivo distante é tornar-se tão aberto <strong>como</strong> implicam as feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

infecção. A terapia <strong>da</strong> medicina acadêmica não tem muito a oferecer, já que<br />

não existem antibióticos contra os vírus tais <strong>como</strong> os que combatem as<br />

bactérias, sendo que os antivirais têm uma ação muito limita<strong>da</strong>. Eles somente<br />

mantêm os vírus em um estado estático. A descoberta recente mais<br />

interessante é um remédio produzido pelo próprio corpo, que sempre esteve<br />

à disposição do médico interno e que a medicina chama de interferon. Tratase<br />

de uma substância secreta<strong>da</strong> pela célula ataca<strong>da</strong> por vírus pouco antes<br />

de sua morte e que está em condições de proteger as outras células dos<br />

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