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A doenca como linguagem da alma.pdf

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é pecado, sendo que na Antigui<strong>da</strong>de era inclusive o único. Ele se torna<br />

explicito no pecado original, quando a serpente leva Eva a colher <strong>da</strong> árvore<br />

do conhecimento do bem e do mal para tornar-se igual a Deus. Tal<br />

conhecimento está reservado a Deus, e quando Eva se torna culpa<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

arrogância, ele a persegue com a polari<strong>da</strong>de dizendo à serpente: "Semearei<br />

a discórdia entre você e a mulher. Você olhará para seus calcanhares... ".<br />

Essa relação se explicita em um plano mais banal nos ferimentos<br />

esportivos do tendão de Aquiles. Trata-se sempre de esforços máximos que<br />

exigem demasiado do corpo e tensionam ao extremo seus tendões mais<br />

fortes. Quando o tendão de Aquiles cede, ele mostra que o recorde que se<br />

tinha em vista está fora do alcance. É conhecido o fato de que é sempre o<br />

mais inteligente que cede. O corpo freqüentemente tem de desempenhar<br />

esse papel ingrato em relação à ambiciosa razão, que mete tantas coisas<br />

pouco realistas na cabeça. Isso se tornou especialmente nítido com alguns<br />

atletas ligeiros durante os controles de doping. Montanhas de músculos<br />

ergui<strong>da</strong>s à base de hormônios desenvolviam uma força que, exigindo<br />

demasiado dos tendões hipertensionados, fazia com que se rompessem um<br />

atrás do outro. Quando o sistema de segurança <strong>da</strong> consciência vem abaixo<br />

sem que os afetados o notem, cabe ao corpo parar a louca viagem <strong>da</strong><br />

ambição.<br />

Providencia-se então uma pausa para a meditação, e também as<br />

possibili<strong>da</strong>des de movimento que não foram emprega<strong>da</strong>s em relação a isso,<br />

as do pensamento, continuam sendo as melhores. Em vez de espernear<br />

fisicamente e tentar conseguir algo incrível, repentinamente é hora de deixar<br />

os pensamentos vaguearem. O organismo deixa claro o quanto um intervalo<br />

é necessário. A ligação dos atos de força emocionais com a estrutura interna,<br />

simboliza<strong>da</strong> pelos ossos, é muito fraca. Os afetados estão em um caminho<br />

que na ver<strong>da</strong>de não combina com eles. O corpo diz que isso precisa parar e<br />

procura justamente pelos primeiros socorros, parando abruptamente o<br />

projeto de ambição empreendido. Ele não quer ter mais na<strong>da</strong> a ver com tais<br />

saltos e deixa que a ligação se rompa. Ou a força e os elementos cinéticos<br />

são fortes demais para essa cor<strong>da</strong>, ou a cor<strong>da</strong> é demasiado fraca para tanta<br />

força.<br />

A lição a ser aprendi<strong>da</strong> supõe trocar os pólos do conceito mantido até<br />

então: <strong>da</strong>r descanso ao corpo e ultrapassar animicamente o lugar onde se<br />

está e aquilo pelo qual se esforça por alcançar. Objetivos sobre-humanos<br />

exigem esforços sobre-humanos, e com isso muitas ligações importantes<br />

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