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A doenca como linguagem da alma.pdf

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pegaram a gripe. Naturalmente, somente se pega aquilo de que se precisa.<br />

Perguntas sobre o ritual <strong>da</strong> doença e sua moldura:<br />

1. Como foi que eu arranjei esse problema?<br />

2. Por que foi acontecer justamente agora? Em processos crônicos:<br />

quando isso me afetou pela primeira vez? Quando de maneira especialmente<br />

intensa?<br />

3. Por que justamente este quadro me afetou?<br />

4. A qual padrão repetitivo de minha vi<strong>da</strong> o ritual <strong>da</strong> doença faz alusão?<br />

3. Doença <strong>como</strong> oportuni<strong>da</strong>de<br />

Os sintomas sempre podem ser considerados sob um duplo aspecto. Em<br />

primeiro lugar, eles se comportam honestamente e nos mostram aquilo que<br />

até então não quisemos perceber. Uma paralisia pode, por exemplo, <strong>da</strong>r a<br />

entender ao afetado o quanto ele é (se tornou) aleijado e imóvel no âmbito<br />

anímico-espiritual. Em segundo lugar, ca<strong>da</strong> sintoma tem um sentido e revela<br />

uma tarefa. A paralisia poderia talvez deixar entrever que vale a pena<br />

afrouxar os controles conscientes e entregar-se ao descanso. O axioma "a<br />

doença torna a pessoa honesta" mostra o plano do padrão ain<strong>da</strong> não<br />

resgatado, enquanto através de “a doença mostra a tarefa" torna-se claro<br />

aquele padrão que já o foi.<br />

De acordo com o primeiro ponto de vista, manifesta-se um padrão de<br />

sofrimento e uma evolução <strong>da</strong> doença que não estão presentes na<br />

consciência. A aceitação desse padrão e sua mensagem pode levar ao<br />

segundo plano e transformar a experiência dolorosa em um ritual que torne<br />

possível o crescimento.<br />

Alguém desinteressado, observando de fora, não pode jamais afirmar em<br />

que plano e em que fase os afetados já estão. Uma exuberância corporal<br />

aparente é freqüentemente a compensação para uma falta de realização<br />

interna, segundo o moto: “assim dentro <strong>como</strong> fora". Mas “assim dentro <strong>como</strong><br />

fora" ela poderia também refletir a realização interna. Ain<strong>da</strong> que este último<br />

caso seja mais raro, nem por isso deixa de ser possível. Quando pensamos<br />

no Bu<strong>da</strong>, inclinamo-nos a supor que a abundância externa, as almofa<strong>da</strong>s de<br />

gordura sobre as quais ele repousa, são expressão de sua realização interna.<br />

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