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A doenca como linguagem da alma.pdf

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4. Como an<strong>da</strong> minha retidão? A que compromissos e leves desvios<br />

estou disposto nesse sentido?<br />

5. Até onde quero trepar por meus caminhos retorcidos?<br />

264<br />

6. Paralisia causa<strong>da</strong> por secção <strong>da</strong> medula<br />

Ela é quase sempre a conseqüência de uma rotura traumática <strong>da</strong> espinha<br />

dorsal. A espinha dorsal do afetado é quebra<strong>da</strong>, no sentido mais ver<strong>da</strong>deiro<br />

<strong>da</strong> palavra, por um acidente. A coluna vertebral é tão <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong> em um<br />

determinado local que o mais sagrado, o canal nervoso protegido por<br />

resistentes paredes de osso, é rompido. É o acidente que interrompe a<br />

continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> maneira mais grave, já que secciona a ligação entre<br />

o superior e o inferior, entre a cabeça e o corpo ou o baixo-ventre.<br />

Paralisias por secção <strong>da</strong> medula podem ocorrer a qualquer altura <strong>da</strong> CV.<br />

Quando o trauma atinge o canal nervoso muito acima, o resultado é a morte<br />

por paralisia <strong>da</strong> respiração, <strong>como</strong> em um enforcamento. A maioria <strong>da</strong>s<br />

paralisias por secção transversal <strong>da</strong> medula atingem o baixo-ventre e forçam<br />

a uma vi<strong>da</strong> na cadeira de ro<strong>da</strong>s. Estritamente, esta é uma prótese e permite<br />

uma mobili<strong>da</strong>de que o destino quis na ver<strong>da</strong>de retirar. Ela se torna uma parte<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e pode, tornando-se tecnicamente ca<strong>da</strong> vez mais madura, voltar a<br />

abrir vários âmbitos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

O sintoma mostra a imobili<strong>da</strong>de sem vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> metade inferior do corpo, que<br />

arquetipicamente se inclina para o feminino, e a irremediabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

situação. Não existe mais qualquer relação viva entre a cabeça e o baixoventre,<br />

mas um bloqueio completo. A impotência em relação ao próprio pólo<br />

inferior torna-se palpável na paralisia. O sintoma força os afetados a se<br />

dirigirem à sua metade inferior <strong>como</strong> se fosse um corpo estranho. Eles agora<br />

precisam ocupar-se dela o tempo todo, mas de fora e sem um sentimento<br />

interno de participação. Ao mesmo tempo, a situação lhes deixa claro o<br />

quanto o pólo inferior é necessário para a sobrevivência. O funcionamento<br />

óbvio <strong>da</strong> metade inferior foi interrompido e agora é penosamente substituído<br />

por esforços externos. Como no início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o controle <strong>da</strong> bexiga e do<br />

intestino precisa ser aprendido novamente, e isso sob as condições mais<br />

adversas. Os afetados vivenciam <strong>como</strong> se tornou difícil para eles eliminar<br />

abaixo aquilo que foi admitido acima. A doação material corresponde à

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