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A doenca como linguagem da alma.pdf

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sentido, mesmo em um sintoma tão horrível. O desespero que o diagnóstico<br />

"câncer" libera somente pode ser vivenciado com base nesse fun<strong>da</strong>mento.<br />

Por duro que isso possa soar, trata-se de algo essencial para que se possa<br />

<strong>da</strong>r outros passos. Uma medicina que oculta o diagnóstico do paciente e lhe<br />

mente "para seu próprio bem" pode parecer mais humana. Por outro lado, ela<br />

bloqueia to<strong>da</strong>s as chances de desenvolvimento que ain<strong>da</strong> possam existir.<br />

Entre as possibili<strong>da</strong>des de retirar do corpo o que na ver<strong>da</strong>de é tarefa <strong>da</strong><br />

<strong>alma</strong>, está todo o espectro de imagens às quais o câncer força o organismo,<br />

desde saltar a cerca até a agressão mais selvagem, passando pelo<br />

crescimento vital. Trata-se de trocar a posição morna pelas alturas e<br />

profundezas <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong>. To<strong>da</strong> a criativi<strong>da</strong>de desenfrea<strong>da</strong> que se<br />

expressa no acontecimento cancerígeno deve ser leva<strong>da</strong> para o espaço vital<br />

consciente, do âmbito corporal para o âmbito anímico-espiritual. As mutações<br />

estão à espera, e requerem coragem. Elas têm mais sentido em qualquer<br />

outro lugar que não seja o corpo. Enquanto a evolução biológica ocorreu<br />

através de mutações corporais, a evolução individual deve ser leva<strong>da</strong> por um<br />

caminho de transformações anímico-espirituais. Assim <strong>como</strong> a célula do<br />

câncer faz algo de si mesma, os pacientes devem fazer algo de suas vi<strong>da</strong>s. E<br />

é preciso que seja algo próprio - que se aproxime <strong>da</strong>s pretensões autárquicas<br />

do câncer. O próprio paciente deve viver a fertili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s células<br />

cancerígenas. Em tudo isso, mostra-se consideração pelas próprias raízes -<br />

talvez seja literalmente necessário renunciar à função altamente<br />

especializa<strong>da</strong> que se assumiu na socie<strong>da</strong>de, na firma ou na família, para<br />

voltar a se tornar um ser humano com necessi<strong>da</strong>des próprias e idéias<br />

malucas.<br />

Todos os pacientes que, por uma vez ain<strong>da</strong>, viraram a página, contam<br />

que suas vi<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>ram radicalmente através <strong>da</strong> doença. Em vez do<br />

consentimento dos outros, passa a haver auto-afirmação, em lugar <strong>da</strong><br />

submissão do subalterno, a rebelião declara<strong>da</strong>. Com os pacientes<br />

socialmente bem-sucedidos, pode acontecer que a ego-trip vivi<strong>da</strong> mas não<br />

vista pelo próprio paciente tenha de ser integra<strong>da</strong> à consciência. Constata-se<br />

então que há outra coisa muito mais essencial.<br />

Os critérios apresentados, de maneira bastante análoga, são válidos<br />

também para as terapias dirigi<strong>da</strong>s ao corpo, dos exercícios bioenergéticos<br />

que mobilizam a energia vital às injeções. Sempre que as terapias assumem<br />

os princípios que o câncer vive de fato, suas chances aumentam<br />

consideravelmente. Assim, a medicina antroposófica, por exemplo, utiliza o<br />

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