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A doenca como linguagem da alma.pdf

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doença, assim <strong>como</strong> para a compreensão do significado de todo o padrão <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong>. Pode-se entender o modelo de cama<strong>da</strong>s do padrão a partir dos contos<br />

de fa<strong>da</strong>s. Os contos de reis e de magia, tais <strong>como</strong> os coletados. pelos irmãos<br />

Grimm, representam na ver<strong>da</strong>de um grande padrão, o caminho <strong>da</strong> <strong>alma</strong> rumo<br />

à perfeição. O herói precisa ir embora de casa, o que às vezes lhe É<br />

facilitado por madrastas antipáticas ou necessi<strong>da</strong>des materiais. A seguir, ele<br />

deve superar as provas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> no mundo antes de finalmente encontrar sua<br />

outra metade, unir-se a ela em um casamento místico 26 e tornar-se imortal.<br />

Este padrão básico é comum à maioria dos contos de fa<strong>da</strong>s e representa o<br />

caminho anímico comum a todos os seres humanos. O significado de muitos<br />

contos está nos muitos e variados arquétipos individuais que se sobrepõem<br />

ao padrão básico e representam caminhos de vi<strong>da</strong> pessoais.<br />

3. O caminho do reconhecimento sobre o pólo oposto<br />

O caminho de tratamento sobre o pólo oposto tal <strong>como</strong> é tentado na<br />

alopatia não pode, a longo prazo, levar à solução de uma problemática se<br />

tenta também ganhar tempo no curto prazo. Na interpretação, ao contrário,<br />

<strong>da</strong>r uma olha<strong>da</strong> no pólo oposto, no outro extremo, provou ser muito útil. Os<br />

opostos estão muito mais próximos um do outro do que nossa maneira de<br />

pensar usual percebe. Novamente, a sabedoria popular pode nos <strong>da</strong>r<br />

indicações partindo, por exemplo, de que “os psiquiatras estão loucos",<br />

sendo que no imaginário burguês ideal eles justamente deveriam ser as<br />

pessoas mais saudáveis, mentalmente falando. Quando se pensa que um<br />

psiquiatra decidiu por livre e espontânea vontade passar metade de sua vi<strong>da</strong><br />

em uma instituição para doentes mentais, a sabedoria popular poderia muito<br />

bem ter razão. Uma pessoa precisa sentir um enorme fascínio pelos<br />

tortuosos desvios <strong>da</strong> <strong>alma</strong> para escolher essa profissão. Mas de onde viria<br />

essa predileção, senão do fato de estar a própria pessoa afeta<strong>da</strong>? Isso não é<br />

nenhuma desvantagem, mas a garantia mesma <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de<br />

realização do médico de <strong>alma</strong>s.<br />

Por essa razão, tampouco é de surpreender que muitos médicos exibam<br />

traços de hipocondria. Eles, de livre e espontânea vontade, passam metade<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em um hospital ou em um consultório. Eles, exatamente <strong>como</strong> as<br />

outras pessoas, o fazem porque têm medo de estar doentes e ter que morrer.<br />

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