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A doenca como linguagem da alma.pdf

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3<br />

Indicações Práticas para a Elaboração dos Sintomas<br />

1 - Nosso vocabulário<br />

No centro <strong>da</strong> interpretação está o <strong>como</strong> – e especialmente a <strong>linguagem</strong><br />

dos sintomas. Como todos os seres humanos têm sintomas, ela é de longe a<br />

<strong>linguagem</strong> mais difundi<strong>da</strong> do planeta. Embora fala<strong>da</strong> à perfeição por todos,<br />

são poucos os que a compreendem conscientemente. Quanto mais<br />

intelectualiza<strong>da</strong>s as pessoas se tomam, menos resta, de maneira geral, <strong>da</strong><br />

compreensão intuitiva dessa forma de expressão. É por essa razão que os<br />

assim chamados povos primitivos estão muito avançados em relação a nós<br />

no que a isso se refere, assim <strong>como</strong> as crianças são superiores a seus pais.<br />

A <strong>linguagem</strong> verbal, juntamente com a <strong>linguagem</strong> do corpo, também pode<br />

ser muito útil. Pois não é somente o corpo que fala, a <strong>linguagem</strong> também é<br />

corporal. Um grande número de expressões psicossomáticas ilumina<br />

significativamente o corpo e a <strong>alma</strong>. Uma pessoa obstina<strong>da</strong> [verstockt] não<br />

está [steckt] cheia de coágulos; em sentido figurado, seu próprio fluido vital<br />

está ficando congestionado [in Stocken raten]; alguém tenaz [verbissen] não<br />

finca seus dentes concretos em na<strong>da</strong> [beissen = morder], nem um teimoso<br />

[hartnäckig] tem os músculos do pescoço [Nacken] duros [hart]. Somente<br />

quando tais posturas internas não são mais conscientes para seus<br />

possuidores é que elas tendem a se corporalizar. Portanto, não é tão<br />

surpreendente que nosso <strong>como</strong> respon<strong>da</strong> não apenas ao tratamento mas<br />

também ao significado.<br />

A <strong>linguagem</strong> coloquial expressa ain<strong>da</strong> mais claramente os contextos<br />

correspondentes, especialmente lá onde é grosseira e pouco sociável. As<br />

expressões idiomáticas e os provérbios revelam muitas vezes um profundo<br />

conhecimento <strong>da</strong> interdependência do corpo e <strong>da</strong> <strong>alma</strong>. O ditado já sabia há<br />

muito tempo que o amor passa pelo estômago, muito antes que os<br />

psicólogos pudessem provar que a criança obtêm mais do que calorias no<br />

seio materno. Expressões <strong>como</strong> Kummerspeck [= dobras de gordura]<br />

[Kummer = aflição, desgosto / Speck = toucinho] deixam entrever que mais<br />

tarde o amor ain<strong>da</strong> pode regredir ao plano infantil.<br />

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