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A doenca como linguagem da alma.pdf

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"patinadores". Elas acentuam sua posição mais do que o necessário e<br />

também mal erguem os pés do chão ao an<strong>da</strong>r. O passo arrastado já ocorreu<br />

no caso <strong>da</strong>s pernas gor<strong>da</strong>s, mas fracas. Eles também mal levantam os pés<br />

do chão em sentido figurado, e portanto tampouco chegam muito longe nas<br />

regiões aéreas do mundo do pensamento, onde a criativi<strong>da</strong>de e a<br />

espontanei<strong>da</strong>de estão em casa. Por essa razão, eles são confiáveis e<br />

constantes, razoáveis e bem fun<strong>da</strong>mentados. Na<strong>da</strong> acontece com eles<br />

facilmente, e menos ain<strong>da</strong> os derruba. Onde os pés chatos têm algo de<br />

inconstante, nos pesados tudo permanece quieto. Aqui a estabili<strong>da</strong>de<br />

precede a mobili<strong>da</strong>de. Entretanto, quando os pés se transformam em<br />

chumbo, eles puxam seu proprietário para baixo e impedem qualquer<br />

escapa<strong>da</strong> para outras dimensões. Uma vi<strong>da</strong> que se limita somente ao chão<br />

dos fatos pode tornar-se bastante aborreci<strong>da</strong>.<br />

Muito diferentes são os príncipes (princesas) que flutuam pelo mundo e<br />

especialmente pelo mundo dos sonhos nas pontas dos pés, <strong>como</strong> se<br />

quisessem colocar-se acima <strong>da</strong>s depressões <strong>da</strong> terra. No melhor estilo de<br />

balé, eles <strong>da</strong>nçam pela vi<strong>da</strong>. An<strong>da</strong>r nas pontas don pés é a variante natural<br />

dos sapatos de salto alto e mostra quão pouco seus proprietários ligam para<br />

o contato com o chão e até mesmo para a estabili<strong>da</strong>de. Eles não lançam<br />

raízes em nenhuma parte, já que estas somente atrapalhariam suas<br />

existências levianas (de artista). Em vez de sentido de reali<strong>da</strong>de, eles<br />

cultivam a fantasia. Eles optaram pelas alturas em ambos os lados do mundo<br />

polar, deixando a profundi<strong>da</strong>de para os que têm os pés pesados. Em vez de<br />

raízes, eles têm sonhos de alto vôo, impulso criativo, ímpeto considerável,<br />

fantasia em abundância e nenhuma firmeza. Eles são ain<strong>da</strong> mais difíceis de<br />

derrubar que os que têm os pés pesados, pois no mundo de fa<strong>da</strong>s dos seres<br />

flutuantes na<strong>da</strong> é firme e tudo flui. Mas a leveza de tais seres feitos de<br />

nuvens também tem seu lado sombrio na negligência freqüentemente<br />

extensa <strong>da</strong> existência material.<br />

No pólo oposto estão assentados os pés em forma de garra, com os<br />

quais seus proprietários se aferram à superfície <strong>da</strong> Terra. Os dedos curvados<br />

<strong>como</strong> garras buscam apoio convulsivamente. Tais pés falam de uma<br />

existência ameaça<strong>da</strong>, um forte desejo de encontrar paragem e de não ceder.<br />

Não somente os dedos dos pés, mas também os músculos dos pés e <strong>da</strong>s<br />

pernas, estão muitas vezes cronicamente tensos e deixam entrever uma<br />

postura semelhante em relação à vi<strong>da</strong>. Pés inquietos, ao contrário, revelam a<br />

tendência de caminhar constantemente e, em geral, de escapar. Seus<br />

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