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A doenca como linguagem da alma.pdf

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Como causas, assim <strong>como</strong> acontece com o herpes genital, a medicina<br />

acadêmica indica várias situações que reduzem a capaci<strong>da</strong>de de defesa. A<br />

proximi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s situações que disparam o ataque é naturalmente<br />

semelhante à proximi<strong>da</strong>de simbólica dos lábios superior e inferior. Os<br />

gatilhos são os raios do Sol, a febre ou o nervosismo. Até mesmo as<br />

mu<strong>da</strong>nças hormonais que ocorrem no período <strong>da</strong> menstruação podem ser<br />

suficientes. Mas são sobretudo as <strong>como</strong>ções anímicas e muito especialmente<br />

as que estão liga<strong>da</strong>s a sensações de repugnância ou de desejo “reprimido"<br />

não admitido que provocam o herpes.<br />

Na febre, além do calor e <strong>da</strong> disposição para a luta do corpo, são<br />

liberados também fantasias e sonhos e o desejo febril de alívio. O<br />

nervosismo evidencia claramente uma contradição interna: procura-se com<br />

prazer uma situação que atrai e ao mesmo tempo amedronta. Deseja-se o<br />

reconhecimento e a atenção justamente <strong>da</strong>quelas pessoas <strong>da</strong>s quais se tem<br />

medo. A febre de viagem também pode levar ao herpes, evidenciando<br />

igualmente uma situação de dois gumes. Por um lado se está ardendo para<br />

viajar, por outro o há um medo não admitido que se expressa em tensão e<br />

pode queimar os lábios. Não é raro que a frase não declara<strong>da</strong> “Que tal<br />

deixarmos a viagem para lá?" aflore aos lábios sob a forma de bolhas de<br />

herpes em vez de palavras.<br />

Ao beber do mesmo copo usado por outra pessoa mesclam-se a<br />

repugnância e o medo de perder a proximi<strong>da</strong>de e a atenção dessa pessoa. A<br />

pessoa não se atreve a recusar a intimi<strong>da</strong>de do copo comum e por essa<br />

razão não permite que sua sensação de repugnância se manifeste. O herpes<br />

então, substitutivamente, traz aos lábios aquilo que a própria pessoa não<br />

ousou expressar. Ele encarna a aversão não declara<strong>da</strong> de seu portador nas<br />

bolhas repulsivas. O contágio físico pelo copo não desempenha qualquer<br />

papel, já que de qualquer maneira o vírus está disponível em todos os<br />

participantes.<br />

Para muitas pessoas basta ver alguém que tem herpes. Elas, de nojo,<br />

viram as costas internamente, fecham-se animicamente para essa pessoa e<br />

em vez disso têm que abrir-lhe as mucosas de seus lábios. O herpes labial<br />

(de maneira semelhante à úlcera de estômago, embora mais inofensivo) de<br />

fato explicita uma desproporção entre a mucosi<strong>da</strong>de protetora e a agressiva<br />

energia <strong>da</strong> perturbação (destruidora). O que jamais aflorou aos lábios do<br />

afetado verbalmente, expressa-se assim mesmo no herpes. As mucosas são<br />

a área predestina<strong>da</strong> para as sensações de repugnância, já que em nossa<br />

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