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A doenca como linguagem da alma.pdf

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algum aceitar a interpretação. Se ela soubesse que é avarenta, não haveria a<br />

menor razão pata que tivesse prisão de ventre. A sombra não assume o<br />

ataque. Ao contrário, é preciso proceder com extrema cautela neste que é o<br />

tema mais difícil de nossa existência. O afetado precisa de to<strong>da</strong> a sua<br />

energia e de muito espaço em termos de ambiente para, de pequeno passo<br />

em pequeno passo, descobrir sua relação com o tema expresso no sintoma<br />

<strong>da</strong> doença. Para isso a valoração é tão prejudicial quanto a interpretação é<br />

significativa.<br />

Quem culpa a si mesmo dessa maneira deixa igualmente de reconhecer<br />

as oportuni<strong>da</strong>des de crescimento <strong>da</strong> doença. Ver o plano <strong>da</strong> <strong>alma</strong> através do<br />

sintoma não mu<strong>da</strong> na<strong>da</strong> nem devido à culpa fun<strong>da</strong>mental nem devido aos<br />

fatos concretos do problema em questão. Isso tampouco faz com que uma<br />

pessoa se tome melhor ou pior; ela se toma única e exclusivamente mais<br />

sábia e com mais consciência de responsabili<strong>da</strong>de. Caso se ignore esse<br />

conhecimento e a responsabili<strong>da</strong>de nele implícita, pouco mu<strong>da</strong>, tudo continua<br />

<strong>como</strong> antes. Caso contrário, se assume a responsabili<strong>da</strong>de pelo próprio<br />

destino, a doença transforma-se em oportuni<strong>da</strong>de e possibilita responder às<br />

indicações do próprio padrão.<br />

O procedimento para isso não é de forma alguma difícil. Qualquer um<br />

pode indicar na superfície do corpo, ou seja, colocar o dedo sobre o lugar<br />

que lhe causa incômodos. O objetivo deste livro é relacionar essa experiência<br />

com o plano anímico. Apontar com o dedo corpóreo era tão óbvio antes<br />

quanto o é agora. Trata-se de colocar o dedo na feri<strong>da</strong> em sentido figurado.<br />

Isso exige coragem, mas nem tanta assim, pois a feri<strong>da</strong> já está lá. Ela não<br />

surge no momento em que se coloca o dedo sobre ela, somente se torna<br />

mais consciente. Através desse passo corajoso obtém-se, a longo prazo, a<br />

possibili<strong>da</strong>de de curar-se.<br />

2. Cegueira de si mesmo e projeção<br />

A oportuni<strong>da</strong>de mesma não se encontra na interpretação de sintomas<br />

alheios e sim na interpretação dos próprios sintomas. Isso é dificultado pela<br />

onipresente cegueira de si mesmo. A problemática <strong>da</strong> projeção, nossa<br />

tendência de transportar tudo o que é incômodo e difícil para fora e lá<br />

também elaborá-lo e combatê-lo, prova ser prejudicial também no que se<br />

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