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A doenca como linguagem da alma.pdf

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cancerígenas não se acanham nem mesmo em ver<strong>da</strong>deiramente escravizar<br />

outras células. Como são demasiado primitivas para executar processos<br />

metabólicos diferenciados, elas utilizam células normais e as privam dos<br />

frutos de seu trabalho. A célula cancerígena não tem escrúpulos e somente<br />

se preocupa, <strong>da</strong> maneira mais egoísta, com seu crescimento, e isso até<br />

mesmo em relação à sua própria progênie, forma<strong>da</strong> exatamente à sua<br />

imagem. Muitas vezes, também, os próprios pais ficam no caminho,<br />

superados pelo desenvolvimento furioso e privados de provisórios.<br />

Encontram-se, freqüentemente, células mortas, necrosa<strong>da</strong>s, no interior dos<br />

tumores, indicando simbolicamente que a mensagem central desse novo<br />

crescimento é a morte.<br />

A regressão <strong>da</strong> célula cancerígena a um padrão de vi<strong>da</strong> anterior mostrase<br />

também em sua atitude parasita. Ela toma tudo aquilo que pode conseguir<br />

em alimentação e energia sem estar disposta a <strong>da</strong>r algo em troca ou a<br />

participar <strong>da</strong>s tarefas sociais que ocorrem em qualquer organismo. Ela,<br />

assim, exagera um tipo de comportamento que ain<strong>da</strong> é apropriado para<br />

células embrionárias. Evidentemente, no entanto, aquilo que se tolera em<br />

uma criança pequena torna-se um problema em um adulto.<br />

Ao ignorar to<strong>da</strong>s as fronteiras, revela. se um outro passo atrás. Assim<br />

<strong>como</strong> as crianças aprendem pouco a pouco a respeitar limites, em seu<br />

processo de amadurecimento e diferenciação as células também aprendem a<br />

respeitar estruturas <strong>da</strong><strong>da</strong>s e a permanecer dentro <strong>da</strong> moldura prevista para<br />

elas. As células cancerígenas, ao contrário, saem <strong>da</strong> moldura e deixam para<br />

trás tudo o que aprenderam ao longo <strong>da</strong> evolução. Elas não podem controlar<br />

nem fronteiras vitais, nem as grandes estruturas do corpo. Elas perdem<br />

totalmente aquele padrão para o qual foram destina<strong>da</strong>s originalmente. Uma<br />

célula secretora <strong>da</strong> mucosa normal do intestino se dividirá uma e outra vez<br />

para atender às necessi<strong>da</strong>des de um organismo maior, o intestino, mas não<br />

escapará <strong>da</strong> moldura prevista para ela e suas iguais, espalhando-se pelo<br />

intestino. A célula intestinal que degenera em câncer realmente se degenera,<br />

mu<strong>da</strong> de espécie, abandona tudo o que é especifico do intestino e segue seu<br />

próprio caminho egoísta. O padrão intestino que foi <strong>da</strong>do de antemão tomase<br />

demasiado restrito para ela, que então salta sobre suas fronteiras de<br />

maneira tão revolucionária <strong>como</strong> destrutiva.<br />

À medi<strong>da</strong> que os campos morfogenéticos mencionados antes forem<br />

sendo pesquisados, possivelmente se chegará a uma compreensão mais<br />

profun<strong>da</strong> <strong>da</strong> problemática do câncer. Assim <strong>como</strong> ver o problema - no plano<br />

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