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A doenca como linguagem da alma.pdf

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dobrar o joelho. Praticamente não há oportuni<strong>da</strong>de para isso fora <strong>da</strong> igreja<br />

católica, e mesmo lá, vem se processando uma notável transformação.<br />

Segundo novos "regulamentos", agora se pode ficar em pé em situações nas<br />

quais antes se ajoelhava. Em vez de dobrar o joelho humildemente diante do<br />

Todo-Poderoso, hoje ele é confrontado. A humil<strong>da</strong>de e a submissão não<br />

estão mais muito bem cota<strong>da</strong>s.<br />

O ser humano aprumado e inflexível tornou-se um ideal - ca<strong>da</strong> qual seu<br />

próprio rei. Até mesmo trabalhos que antigamente forçavam a ajoelhar-se,<br />

tais <strong>como</strong> tirar o pó e esfregar o chão, hoje em dia estão pelo menos tão<br />

mecanizados que essa postura se tornou desnecessária. Portanto, não é de<br />

estranhar que os problemas dos joelhos, especialmente na forma de lesões<br />

do menisco, tenham adquirido um significado considerável.<br />

A base <strong>da</strong>s lesões de menisco é a superexigência. Os dois meniscos,<br />

que consistem de cartilagem, permitem que a articulação do joelho,<br />

semelhante a uma dobradiça, execute também movimentos giratórios.<br />

Quanto à forma, um equivale a uma meia-lua e o outro, à lua cheia. Quanto à<br />

função, eles correspondem igualmente ao pólo feminino. Na lesão respectiva<br />

eles se rasgam, espremidos entre os poderosos ossos <strong>da</strong> coxa e <strong>da</strong> perna. A<br />

terapia usual assemelha-se a um prolapso de disco, extirpando os tecidos<br />

<strong>da</strong>nificados e fracos demais para o esforço exigido. Finalmente, os afetados<br />

tentam freqüentemente continuar praticando o esforço excessivo sem as<br />

almofa<strong>da</strong>s cartilaginosas.<br />

O sintoma mostra aos afetados sua arrogância. Eles deveriam reconhecer<br />

seus limites e perceber que seu impulso de movimento externo e o<br />

rendimento exigido do corpo para isso vão longe demais. Caso eles ignorem<br />

os dolorosos sinais de advertência, os temas <strong>da</strong> modéstia e <strong>da</strong> humil<strong>da</strong>de,<br />

não-vividos e empurrados para a sombra, precipitam-se nos joelhos, que<br />

para isso estão predestinados. Em vez <strong>da</strong> humil<strong>da</strong>de espontânea, eles agora<br />

vivenciam a modéstia força<strong>da</strong> em sua mobili<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong>, e a humilhação<br />

<strong>da</strong>s dores. Quem não reduz de livre e espontânea vontade sua exagera<strong>da</strong><br />

mobili<strong>da</strong>de externa, é levado a fazê-lo pelos meniscos.<br />

Trata-se de endireitar-se e admitir sinceramente quais esforços são<br />

realmente exigidos. Suspeita-se que justamente os atletas radicais utilizem<br />

sua exagera<strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de externa <strong>como</strong> compensação para a imobili<strong>da</strong>de<br />

interna. Em vez de procurar internamente uma certa flexibili<strong>da</strong>de e esforçarse<br />

para encontrar pontos de vista alternativos, eles giram e viram<br />

externamente até que a paciência do destino se esgota e lhes rasga o<br />

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